Congresso Internacional de Educação Especial do Estado de Goiás – 08-05-2025

By | 23/05/2025



Congresso Internacional de Educação Especial do Estado de Goiás – 08-05-2025.

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É o OK. Muito bom dia. Bom dia a todos. Bom dia a vocês que estão aqui no auditório conosco, né? Noo terceiro dia de congresso. Pensa só fazer um congresso com quatro dias. Nós estamos só no terceiro, né? Já estamos bem cansada, a voz já tá assim, né? Bem arruinada, mas a gente ainda consegue cantar um pouquinho, né? Mas enfim, é uma alegria estar com vocês aqui hoje, né, nesse auditório que tá lotado, repleto. Ontem nossa secretária esteve aqui com a gente, eh, e foi uma alegria, né, a gente, pera aí, tá faltando alguma coisa comigo? Não tá não. Eu tô, eu tô um nojo. Cadê o nosso documento orientador? [Música] Ah, tá aqui. Traga aqui, Fernanda. Isso, gente. Eu falei que eu queria colocar assim, ó, um suporte para deixar ele aqui o tempo todo. Eu tô muito nojento com isso aqui. A você de casa, você que nos acompanha pelo canal da SEDUC, bom dia, seja bem-vindo. Sou muito feliz. Diariamente nós temos mais de 8.000 visualizações nossos vídeos. Isso é muito importante, sinal de que o que nós estamos fazendo aqui é importante para você e a sua audiência, o seu acompanhamento no vídeo também é muito importante para nós, para que a gente possa com certeza eh promovermos mais eventos como esse e de forma presencial. Das próximas com certeza, nós vamos ampliar, fazer um evento ainda um pouco maior, vai dar mais trabalho, a minha equipe já fica ali, né? Ontem o Dr. Rupert, eu falei lá no grupo, falei: "Olha, já tá dando saudade, já tá querendo começar a pensar no próximo." Ele: "Calma, calma, jovem, vamos terminar isso porque é muito cansativo." Então, a você de casa, a você das escolas, fiquei muito feliz porque tem às vezes um registro do online, aí a pessoa manda foto, tem uma TV ligada com seis, com sete profissionais na escola acompanhando a gente aqui. Então, tô muito feliz pela audiência de vocês, pelo acompanhamento. Saibam que nós estamos fazendo tudo isso aqui e mais por vocês, pelos nossos estudantes, pra gente garantir um trabalho de excelência em busca de uma educação equitativa e inclusiva. Damos agora a abertura ao nosso terceiro dia. É com vocês, pessoal. Se eu queria deixar bem assim, né? Pronto, vamos deixar ele aqui. Vai ficar bonito, ele vai me tampar, mas a gente vai mantendo. Eu tenho hoje a satisfação enorme de abrir, né, o nosso terceiro dia com um pouco de aprendizado que nós tivemos ontem. Então, seguindo um protocolo. Meu nome é o Éberson de Oliveira Morais, homem branco de 1,68 m, poucos cabelos pretos, uso barba cerrada. Hoje estou com um blazer cinza azulado, uma camiseta branca, uma calça cinza e um tênis branco. Tem minha mão direita dois anéis. Na minha mão esquerda a aliança com o nome da minha esposa Ea Rafaela. Sejam muitos bem, muito bem-vindos. Eh, é uma alegria ter todos vocês aqui novamente pra gente dialogar, pra gente conversar, pra gente falar sobre educação especial. E hoje eu tenho uma alegria de receber um palestrante que eu estive com ele em Brasília, né? Eu assisti uma palestra enquanto cursista e e depois a gente começou a conversar e falei: "Vamos para Goiás". Ele: "Vamos, eu eu rodo para todo lado, vamos embora. Vamos que vamos". Aí só que assim, foi maravilhoso. Eu chego aqui e já falou assim: "Seguinte, essa aqui é a marcação que eu tenho que ficar." É, falei: "Não fica aqui não, eu fico no meio do povo." Então vocês hoje aqui do auditório se prepar que vocês vão aparecer na transmissão o tempo todo porque ele vai interagir com vocês, tá? Então fiquem fiquem esperto aí. Vamos lá. Eh, eu tenho a honra muito, mas muito feliz de apresentar para vocês a palestra Educação Física e o Desenvolvimento da Criança com Deficiência. Essa palestra tem como objetivo destacar o papel fundamental da atividade física no processo de desenvolvimento motor, cognitivo, social e emocional de crianças com deficiência, além de discutir estratégias e práticas pedagógicas que promovam a inclusão e o respeito à diversidade no ambiente escolar. Eu, o palestrante desta manhã é graduado como profissional de educação física pela Universidade Fumec, é pós-graduado em obesidade e emagrecimento pela Universidade Gama Filho, Neurociência e educação pela Universidade PUC Minas, TEIA, TDH e outros transtornos com neurodesenvolvimento. é professor de curso de coordenação motora infantil e psicomotricidade, professor do curso de coordenação motora infantil e neurociência e professor do curso de coordenação motora infantil do modo online. Professor se destaca por sua metodologia divertida e inovadora, promovendo inclusão e desenvolvimento para crianças com deficiência, com ênfase em coordenação motora e psicomotricidade. Sua expertise é reconhecida por sua atuação como professora e palestrante de diversos eventos nacionais. Palestrante em congresso, simpósios e seminário por todo o Brasil e agora incluindo o estado de Goiás e criador de conteúdo com mais de 300.000 seguidores nas redes sociais, sendo mais de 20 anos atuando na educação física infantil. Com vocês, com muita alegria, apresento o professor Fernando [Aplausos] Provete. Tô com vergonha. Você acredita? Eu sempre fico tímido na hora que eu vou começar minha palestra, mas depois de uma de uma explicação dessa, uma descrição dessa, né? Descrição dessa, eu vou querer esse resumo aí, que se um dia eu escrever um livro vai ser esse que vai tá lá. Gostei. Eh, bom. Pois é, como ele falou, eu não dou conta, não consigo ficar aqui. Eu vou andar. Eh, todo mundo aqui deve estar acostumado a conviver com crianças TDAH. Hoje vocês terão um adulto TDAH. Olha que legal. E e não demora 1 minuto para perceber isso. Geralmente eu ando, sei lá, uns 3 km por palestra. Eh, hoje eu vou tentar ficar aqui. De vez em quando vocês vão ver pulando, descendo, subindo, trazendo gente aqui pra frente, colocando todo mundo de pé para dançar. É isso, né? Professor de educação física. Já que eu não tenho o corpo do professor de educação física, eu tenho que ter pelo menos o jeito, né? Né? Fala: "Ah, vai vir um professor de educação física". Vocês imaginam o que? Vi um cara fortal chega eu. Pois é. Por falar em eh, meu nome é Fernando Provete. Eu tô vestindo uma gola polo e cinza, uma calça. Que cor é essa, gente? Pelo amor de Deus. Uma calça CC, um sapato preto, é um relógio azul no braço esquerdo. A minha barba tá preta porque eu pintei ontem. Meu cabelo é mais ou menos liso, jogado pro lado esquerdo. E é isso, eu deu muita vergonha de falar de mim mesmo. Eh, é isso, né? Alguém aqui já conhecia meu trabalho, já tinha ouvido falar de mim? Não. Legal. Então, hoje eu tenho vários novos seguidores. Olha que legal. Espero convencê-los de me seguirem até o final dessa palestra. Eh, com muita alegria eu vim falar um pouquinho sobre a educação física, que há alguns anos atrás em palestras, congressos, seminários, a gente não ouvia falar em educação física para crianças com deficiência. Então, esse é um trabalho de formiguinha que eu e outros colegas eh a gente vem fazendo e hoje a nossa participação tem sido mais presente, né? Eu, por exemplo, a gente tá no início do mês, já é minha terceira palestra esse mês. Então, assim, terceira, segunda, eu tenho mais duas ou três esse mês. Tô viajando o Brasil inteiro. O meu primeiro curso fora de Belo Horizonte foi aqui em Goiânia em 2016, há quase 10 anos atrás. Então, eh, tô voltando aqui, quer dizer, já voltei mais uma vez, mas estô aqui hoje muito feliz, muito honrado pelo convite do professor Everson e espero que vocês gostem do que eu preparei para vocês, tá? E como um bom professor de educação física, a gente já vai começar se movimentando. Por quê? Primeiro que tá todo mundo com sono, né? O dia tá começando agora, todo mundo acabou de começar de de tomar café da manhã e a gente precisa dar uma oxigenada nesse cérebro, dar uma movimentada para oxigenar o cérebro, né? E aí e ah, deixa eu me apresentar, se bem que eu já fui apresentado, não preciso me apresentar mais, né? Só queria dizer para vocês que eu trabalho como Personal Kids, que é um nome que a gente inventou, que não significa nada, mas a tradução não significa nada. Eh, eu trabalho com crianças com deficiência, em sua maioria, um trabalho eh individual. Então, eu passo o dia inteiro indo de uma casa para outra e acabo uma aula, vou para outra, acabo uma aula, vou para outra, acabo uma aula, vou paraa outra. E assim eu faço nove atendimentos por dia, todos os dias de semana. E com muita alegria, né, eu trabalho com o desenvolvimento da coordenação motora da consciência corporal dos meus alunos. É um pouquinho sobre isso que eu vou falar com vocês hoje, eh, sobre a importância da criança se conhecer, da criança conhecer o próprio corpo e aonde ela pode chegar a partir daí, né? Eh, e como ele falou, sou criador de conteúdo no na internet, né? Eu tenho um Instagram chamado Coordenação Motor Infantil. Eh, gostaria muito que vocês me seguem. se não seguir agora, eh, até o final da palestra, vocês acharem que vale a pena, mas esse é o mento. Pode pegar o telefone, eu espero. Tá escrito aqui, ó. Se eu tô aqui hoje, foi por causa desse Instagram. Então, eu preciso que vocês me sigam para eu estar em outros lugares. Coordenação motor infantil. Se escrever C o o R, já é o Já achou. Então segue. Para eu tirar foto, tem que mostrar se tá seguindo, tá gente? Então, vamos embora. Chega de gracinha. Quem conhece esse parapá? Par papá aí. Pois é. Então pode guardar o celular que você vem comigo. Vocês conhecem, gente? Alguém conhece o o Dr. Paulo Liberalço? É todo toda palestra que eu dou com ele, eu chamo ele para dançar na frente do pau comigo. Pode vir. É aqui. Mas eu quero mais uma pessoa. Convida alguém para vir. Quem que você vai chamar? Pronto, fechou. Então tá. Coloca o óculos que você vai precisar das mãos. Então é o seguinte, eu vou mostrar aqui primeiro com vocês sentados para vocês poderem ver, mas depois todo mundo em pé pra gente oxigenar o cérebro, ok? Claro que dá. É assim, ó. Não é não, né? Não, não é não. Então vamos lá, gente. Ó, quem conhece? Para pa para guli guli gul gul pa para pa guli guli guli guli a pá. Aê a au. Gul gul gul gul. Aê a au. Guli guli guli guliá. Só isso. Fácil demais, né? Então, todo mundo de pé, por favor. Vamos lá, todo mundo em pé. Daqui daqui dá para ler, eu já tô voltando. Daqui dá para ler. Show de bola. A letra é fácil. Quem não decorou fala qualquer coisa que funciona também. Mas eu quero escutar vocês, OK? 3 2 1, foi para paul gul para pá. Guli guli guli guli pa au aê. Guli guli guli guli papá. Aê a au guli guli gul guli pá. Ó, tô arrepiado. Para quem já sentou, pode levantar que tem mais, porque agora que vai começar. A gente estava aquecendo. Agora é o seguinte, eu vou junto aqui, junto aqui. Espreme, esprem, espreme. Espreme. Bem mineirinho, coladinho. Agora o parapai é na perna do coleguinha aqui, ó. O coleguinha da direita. A gente faz o pará. Beleza. 3 2 1. Foi. Para pa para pá. Guli guli guli guli para. Guli guli guli guli ari guri aê guri guri aá. Ah, agora tá ficando bom demais. Mas tem mais um. Eu não ia chamar duas pessoas à toa. Par pa pá gul guli gul. Vai ter cotovelada na cara dos outros agora. Concentra aí pessoal e vamos bora. Todo mundo animado? 3 2 1 foi. Paraá. Guri guri guri guriá pará para papá. Guli guli guliá. Aê. Aê guli gul. Aê a au gul gul gul gulá. Show de bola. Muito obrigado. Agora a gente pode começar, né? Vocês se deram bem aí? Deu certo? Para quem teve um pouquinho de dificuldade, meu telefone é 984. Só me ligar que que eu trabalho com isso. Então vamos lá, pessoal. Mas eu menti para todo mundo. Já cheguei mentindo. Falei que, ah, a gente acabou de acordar, tomou café da manhã, vamos oxigenar o cérebro. Não falei uma pataquada toda dessa, mas era tudo mentira, porque quando eu cheguei, vocês estavam assim, ó. Tudo aqui, ó. Agora tá todo mundo o quê? Todo mundo. Quem que é essa? Tá todo mundo alegre. Olha que legal. Tá todo mundo alegre. Isso é importante. Sabe por quê? Eu tô ativando o sistema límbico de vocês. Eu tô ativando a parte da emoção. E quando a gente tem a emoção ativada, a gente aprende com mais facilidade, a gente memoriza mais. E aí vocês que estão lá do outro lado na sala de aula, na sala de AE, vocês param para pensar se vocês estão eh eh ativando a emoção da das crianças de vocês, pensando aí na psicomotricidade, né, que a gente tem o afeto. Vocês estão afetando as crianças de vocês? Porque quando a gente afeta uma criança, a gente pode afetar ela por diversas sentidos, ó, sentidos não, desculpa, por diversas emoções. A gente já viu aí no filme Obrigado, Disney. Alegria, tristeza, medo, nojo, raiva, não é? Qual desses que vale a pena a gente afetar nossas crianças? Alegria, né? E é assim que eu queria afetar vocês hoje. Então, quando eu falo que eu sou brincalhão, que eu faço muita piada o tempo todo, é para isso, para manter todo mundo sorrindo o tempo todo, tá? Eu me lembro das minhas professoras do infantil do primário, quando eu era criança. Por quê? Porque elas me afetaram. Elas poderiam ter me afetado pelo medo, pelo nojo, pela raiva, pela tristeza, mas elas me afetaram pela alegria. E eu espero que daqui 20 anos as crianças de vocês lembrem-se de vocês com amor, porque elas afetaram vocês. E eu espero que eu afete vocês também hoje pela alegria. Tá bom? Eita! Mas já começamos animado, hein? Então vamos lá. Que que vem depois desse? Nem tô lembrando. Ah, educação física no transtorno do espectro do autismo. Importa? Hum, legal. Então, para eu conhecer um pouquinho, porque aqui todo mundo que tá aqui hoje é professor. Quem é professor levanta a mão agora. Quem não é professor levanta a mão. Dá tempo de fugir. Aproveita. Que demais. Vou falar praticamente só para professor hoje. Agora mais ainda. Quem aqui é professor? Eu posso subir aqui? Ah, obrigado. Quem aqui é professor de educação física? Hum, nós cinco, né? Já fui. Que sortuda ela, ó. Vazou. Dá tempo de fugir, gente. Ela conseguiu. Beleza. Então, nós somos só cinco professores de educação física aqui. O grande, a grande maioria pedagogo, correto? Show de bola. E aí eu vou perguntar agora, vocês vão levantar a mão, beleza? Quem acha que a educação física eh no transtorno do espectro autista é muito importante, se atentem à palavra muito, muito. Hum. Mantenha a mão em pé. E agora, quem acha que é importante, que não é muito importante, mas é importante. Quem não acha que é importante? Não acabaram as opções, tá? Só que cinco pessoas levantaram a mão até agora. As que não levantaram a mão acham o quê? Fiquei curioso. Então eu vou voltar lá na primeira. Quem acha que é muito importante levantar a mão. Ah, melhorou, né? Aí eu me pergunto, tá aqui embaixo, talvez vocês não vão conseguir ler. Quem indicou atividade física para os alunos nos últimos 30 dias? Ih, não bate, né? Todo mundo tava de mão em pé. na hora de indicar cinco fazer, mas também indicar, né? A gente que trabalha com criança atípica, é falar com a mãe na hora de na hora que tá ali fazendo uma reunião com os terapeutas, eh, reunião com as mães na sala da mamãe, você já procurou um professor de educação física para trabalhar o desenvolvimento motor do seu filho? É nesse sentido. E o meu objetivo aqui hoje é trazer essa informação para vocês. É fazer vocês saírem daqui hoje com pensamento de segunda-feira eu já começo a indicar, porque vai fazer muita diferença, porque a educação física é muito importante no desenvolvimento de crianças com teia e com qualquer outra deficiência e também sem deficiência. A educação física, o desenvolvimento motor, ele é importante para a criança, sobretudo criança com algum tipo de deficiência, tá bom? E aí eu poderia vir aqui hoje falar sobre os benefícios gerais da educação física, né? Mas qualquer pessoa que assiste Globo Repórter sabe disso, né? Porque toda sexta-feira a gente ouve falar que a atividade física vai ter prevenção de obesidade, sobrepeso. Inclusive, olha só, a proporção de crianças com obesidade em populações contei é de 17%. É gente para caramba, né? A gente tem que encarar a obesidade como uma doença. Não é um estado, ah, estou oben e isso é muito perigoso, porque isso traz muitos eh muitas comorbidades, né? comorbidades. Essa que também é trabalhado na educação física. Então, a gente tem diminuição do estresse, combate à ansiedade, a depressão, melhora o desempenho escolar, prevenção de doenças cardiorrespiratórias, como hipertensão, etc., eh desenvolvem a força e a resistência muscular. Todo mundo aqui já ouviu falar em hipotonia, né? Será que hipotonia é comum no autismo na síndrome de D ou trissomia do cromossomo 21? Pois é, a educação física eh desenvolve a força e resistência muscular, né, que tem ali relação com a hipotonia. Regulam o sono e o apetite. Gente, alimentação e sono em crianças com deficiência é um problema. É um problema. E a atividade física, ela regula a leptina, regula a grelina, eh regula a melatonina, endorfina, que são hormônios neurotransmissores responsáveis pelo sono, pela alimentação, pela fome, pela saciedade. Mas não é sobre isso que eu vou falar hoje, tá? Quem quiser aprender mais sobre isso aqui, Globo Repórter, sexta-feira, com certeza eles vão falar alguma coisa. Eu vim falar hoje, opa, sobre o nosso processo evolutivo, nossa evolução lá dos primatas até quem somos hoje. Hum, que murrinha, hein? Mas eu quero ver quem é que vai ter coragem de vir aqui na frente agora. Quem vem? Eu posso escolher. Ah, depende do quê? É você mesmo. Pode vir. Vem. Todo mundo ficou calado. Ela: "Oi, pode vir. Vem. Tudo bom? Qual o seu nome? Regina. Gente, palmas pra Regina. Ela vai passar a maior vergonha da vida dela hoje. Vem, Regina. Ah, professora é assim, né? Show de bola. Então, Regina, então a gente vai falar um pouquinho do nosso processo de evolução, né, galera? Ó, que você não pode entrar aqui. Vem para cá. Se eu não posso, você também não pode. Então, olha só, a gente começou lá atrás sendo o quê? Um macaquinho. Pronto. Macaquinha Regina é a nossa macaquinha Regina. Macaquinha Regina, mostra para pra turma. Pode até ficar aqui em cima que aí fica melhor para ver como é que os primatas, os macaquinhos, se deslocavam antigamente. Como é que era o movimento desses macaquinhos? Tá filmando, por favor. É um coelho, gente, um macaco. Ah, olha. Continua. Fica indo e voltando, por favor. Enquanto isso, então, gente, os primatas eles eram seres qua quadrúpedes. Eles se movimentavam usando, vem para cá, pelo amor de Deus, que sua bunda tá lá no negócio. Quem tá em casa viu um bundão. Só tem adulto aqui, né, gente? Posso falar? E aí os primatas se deslocavam, meu Deus, não acredito, como quadrúpedes, com movimentos amplos, movimentos eh com amplitude de movimento, grandes grupos musculares. É isso aqui, ó. Olha o movimento, ó. Ó o apoio de mão, como era mãozinha dobradinha aqui, ó, fazendo esse movimento. E aí passa, continua aí, quadrúped, vai gastando energia. E aí passaram-se milhões e milhões e milhões e milhões de anos e aconteceu uma coisa importantíssima pro nosso processo evolutivo, que foi a desassociação do polegar. Quem diria o que que foi que aconteceu depois da desassociação do polegar? O quadrúpede, ele foi capaz de de segurar em árvore e de escalar uma árvore. Não, eu não sou uma árvore. OK. Vai, vim lá de Belo Horizonte para virar uma árvore. Escala. Então o quadrúpede conseguiu, pelo amor de Deus, só daqui para baixo. Fiquei horas arrumando esse cabelo. É, o quadrúpede ele passou a escalar e ao subir na árvore ele passou, sabe aquela posição da coluna nossa curvadinha? Ele passou dessa posição para essa posição. Então, a desassociação do polegar do quadrúpede fez ele se transformar num ser bípede. Ele passou a se deslocar em pé. Olha isso. E além disso, ele foi capaz de produzir armas, né? E isso levou a gente lá pro topo da cadeia alimentar. Porque uma pessoa com polegar e uma arma na mão, filho, ninguém chega perto, não é? Se foi Minas Gerais, ainda tem um pão de queijo na outra. E aí, aliás, o pão de queijo daqui é uma delícia, hein? E aí esse esse quadrúpede que virou bípede com a desassociação de polegar, em outro momento ele desenvolveu uma coisa extremamente importante que foi a comunicação, à linguagem. Muito bem. Que Aham. Era assim mesmo que eles falavam lá em lá em sei lá quantos milhões de anos atrás. Como é que era o som do macaco? Esse é o porco. Agora o macaco. Como que faz macaco? Como é que é o macaco, gente? Agora faz isso subir na árvore. Ela acordou hoje para fazer isso. É demais, né? Vem uma pessoa lá de Belo Horizonte para fazer isso com você. É sacanagem. Mas aí esse quadrúpede que virou bípede, que desassociou polegar e fazia esse barulho aqui, ó. Agora pode se sentar. Palmas para ela. Muitos anos depois, após desenvolver uma comunicação por linguagem, sons, ele foi desenvolver a pintura rupestre, a comunicação escrita ou desenhada. Então, a gente fez um processo que a gente conhece bem hoje em dia. Então, éramos seres macromotores. Opa, esse nome aí já começou a ficar um pouco mais, né, conhecido aqui pra gente. O macromotor que tinha um movimento Z. Eu não vi ela imitando macaco. Deve ter sido legal. macaco. Pronto. Obrigado. Eh, o macromotor que tinham movimentos amplos, eram movimentos amplos, grandes grupos musculares. Virou um ser micromotor, porque ele tinha teve movimentos finos com pequenas eh movimentos com mais destrezas, pequenos grupos musculares, menor amplitude de movimento. Depois ele virou um oromotor que tem desenvolvimento de comunicação através da linguagem. E por fim a grafomotricidade. Grafomotricidade talvez seja o nome mais comum dentro de área de vocês, né, da pedagogia. Então, a gente passou de um ser macromotor para um ser grafomotor no nosso processo evolutivo. E aí que vem o legal. Isso levaram, vou virar, vou virar. Vem comigo, vem comigo. Isso aí levaram milhões e milhões e milhões e milhões de anos, ó. Gostei. Muitos anos pra gente chegar nesse nesse lugar que a gente chegou. E aí, olha que interessante a imagem que vai subir ali no cantinho direito da sua tela. Hum. os bebês hoje. Observem que o nosso desenvolvimento na nossa primeira infância, o nosso desenvolvimento na nossa primeira infância, ele segue o mesmo, a mesma lógica. A gente passa aqui, olha, de bebês macromotores com com movimentos de rastejo, de engatinhar, até o momento que a gente vai ficar bípede, que a gente consegue ficar em pé. E aí a gente movimenta os nossos dedinhos e por fim a gente começa a linguagem. Gugu, dadá, mamá, papá. Frases com duas palavras, três palavras. Por fim, a gente tá escrevendo. Olha que maravilha que é o nosso desenvolvimento, né? Mas ele tem que seguir essa ordem. E aí eu falo para vocês, nós não estamos respeitando essa sequência. O que que a gente tá fazendo agora, ó? Pensa aí, ó. Vai lá no, vai lá no, no na sua memória de do seu trabalho e pensa: "Vocês estão trabalhando corpo dessa criança ou estão trabalhando mão dessa criança dentro da sala de aula?" E isso não é só na escola, não. Nos consultórios de terapia ocupacional, de fonudiologia, de psicologia, ninguém tá nem aí para isso aqui, ó. Ninguém tá nem aí. Todo mundo quer é isso aqui, ó. É trabalhar pinça, todo mundo quer trabalhar linguagem. Todo mundo quer alfabetizar, mas a base, o topo, deixa para lá. a gente tá atropelando e isso faz com que o desenvolvimento não seja gostoso, não seja limpo, não seja do jeito que tem que ser. Ele é forçado. A gente força uma criança a fazer um movimento que ela ainda não dá conta. Aí vem a mãe do meu aluno falando: "A professora me chamou na escola dizendo que ele tá com com dificuldade na motricidade fina. Aí eu penso assim: "Uai, mas tudo que eu peço de motricidade fina para ele, ele faz. Sabe qual que é a dificuldade dessa criança? de permanecer sentada na cadeira segurando o lápis. Por quê? Baixo tôus muscular aqui, ó, ela não tem o controle. Então, ela começa a fazer isso aqui, ó. Vocês já viram isso aqui, ó, da criança na mesa fazendo isso aqui. Se você não tem controle de grande grupo muscular, você não vai ter controle de pequenos grupos muscular. E aí eu pergunto para vocês, por que que isso acontece? Ah, agora que vem um pulo do gato. Olha só o nosso córtex. O nosso córtex tá aqui, né? Se a gente pega essa metadezinha aqui, ó, aonde tem o córtex motor e o córtex sensorial, e a gente tem dois hemisférios, o hemisfério direito, hemisfério esquerdo, e a gente sabe que de cá manda para cá, o de cá manda para cá, né? Se a gente pega o córtex motor, então o córtex motor é o da frente, o córtex sensorial é o de trás, qualquer um aqui que a gente pegar. Então, peguei o motor da frente, só o lado esquerdo, tá? Tirei é um pedacinho dessa maniga aqui. Se eu pegar esse negócio e virar de lado para vocês, vocês vão ter essa imagem aqui, ó. Aqui eu apareço em algum lugar. Vocês vão ter essa imagem aqui. Então, é só um pedacinho do do nosso córtex. Se a parte do nosso corpo, não, deixa eu falar de novo, eh, de acordo com o tamanho da área do nosso córtex, desse pedacinho aqui, responsável pelo movimento, a gente teria esse corpo. Ou seja, para o movimento de língua, de boca, a gente precisa de uma área maior do nosso córtex, que é isso aqui, Ó o tantão. Pro movimento, por exemplo, de joelho, a gente vai ter uma parte pequenininha. Cadê? Ni aqui, ó. Ó o tamanhozinho da área de joelho. Olha o tamanhão da área de boca. Olha o tamanhão da área de mão. Ou seja, o nosso cérebro, ele precisa de uma área muito maior para movimentos menores e mais precisos e de uma área muito menor para movimentos mais grosseiros e com maior amplitude de movimento. Ou seja, uma criança que tem dificuldade de chutar uma bola, que é um movimento que exige uma área muito pequenininha do nosso cérebro, se ela tem dificuldade de chutar essa bola, ela vai ter muito mais dificuldade de movimentar a boca, ela vai ter muito mais dificuldade de controlar um lápis. Por quê? exige muito mais do cérebro dela. Se ela não tem condições de fazer um planejamento motor de um movimento simples, como é que ela vai ter facilidade de organizar um movimento complexo? Olha como é complexo. Falar complexo, não é? Imagina o trabalho que o nosso cérebro tem para falar complexo. E aí o que que acontece quando a gente ativa uma partezinha ali do l do do nosso cérebro responsável pela mão, por exemplo, essa partezinha ela tá coladinha na parte da boca. E aí o que acontece? Tenho certeza que todo mundo já viu crianças que vão escrever e hum põ a língua para fora, não é? Por quê? porque tá muito coladinho, tá tudo muito eh próximo. Então, crianças que a gente trabalha movimentos de mãos vão ter mais facilidade de desenvolver linguagem porque tá tudo muito próximo. E isso não é só para crianças, não, tá? Madames, que quando vão maquiar o olho, abre a boca. Ah, tá vendo? Não julguem a criança com a língua para fora, pois vocês abrem a boca para passar rímel. É sim, cinesia que chama. Beleza, ficou claro isso para vocês? E aí, gente, sobre o planejamento motor, olha só, tem esse videozinho de um aluno meu, quando eu logo lá atrás, quando eu comecei a trabalhar com ele, eu entreguei um arcoflecha e olha a dificuldade de realizar um movimento simples para qualquer um de nós aqui. Qual? Primeiro porque ele é cruzeirense, né? Essa piada só funciona em mesmo. Você sabe fazer arco flecha? Ela é a única. Mas olha só, gente, a dificuldade. Ele não sabe o lado de colocar a flecha, a posição da mão, a posição do corpo, para onde ele tem que puxar. Ao invés de puxar, ele empurra. Ou seja, é muito complexo um movimento que para nós adultos parece super simples, para ele exige muito planejamento motor. Ele não está preparado para uma atividade tão complexa, né? Assim como, por exemplo, escrever. Então, guardem essa informação e a gente vai seguir. Essa frase é muito clássica. O meu filho não gosta de futebol. Eu escuto muito isso das mães. Ou o meu filho não gosta de participar da educação física na escola. Essa é classicona. Aí eu pergunto, pera aí, não gosta ou não tá preparado? Porque jogar futebol para uma criança típica que nasceu ali no ambiente e tá participando é uma coisa. Para uma criança com deficiência, que ela tem que chegar e ela tem que entender uma quantidade enorme de coisas que estão acontecendo ali naquele ambiente, é muito mais difícil, porque uma coisa é eu sozinho pegar uma bola e tum chutar, outra coisa é eu pegar a bola, deslocar, chutar, fazer o gol, né? Qual que é o objetivo do jogo no futebol? Fazer gol. Como que você faz um gol? Hã? E não sofrer um gol. Exatamente. O que dificulta muito mais as coisas, porque eu tenho que prestar atenção no que tá acontecendo pra frente e para trás. Olha que loucura, né? E para virar para trás ter que virar. Virei daqui, meu campo de visão daqui de trás sumiu. É muito complexo. Então não é que a criança não gosta de futebol, ela só não está preparada. E aí você pega uma criança com deficiência, ela vai chegar numa escola eh na educação física, onde tem várias outras crianças que jogam futebol com pai ou na rua há anos, que entendem todo o contexto, ela vai chegar lá e vai falar: "Não gosto disso, não quero isso". Ela vai sair dali, né? Então o processo de adaptação ou de inclusão é fazer com que essa criança esteja preparada para aquele para aquela situação que ela tem que enfrentar, seja ela qual for. Eu dei o exemplo do futebol, porque futebol qualquer um sabe o que é, como funciona, mas para qualquer situação a gente tem que preparar essa criança para ela chegar lá. E a preparação dessa criança, ela envolve diversas diversas etapas, né? E aí eu costumo dizer, ó, o futebol é o produto final. Saber jogar futebol é o produto final, assim como beber água sozinho ou ser alfabetizado também, né? Então, a criança conseguir escrever o próprio nome é o produto final. Ela jogar futebol é o produto final. Ela pegar uma água e virar na boca e engolir é o produto final. Ah, falar nisso, tem água. Tem que esse esse copo alguém bebeu, né? Então, beber água é o produto final. Isso faz sentido para vocês? Vocês já tinham parado para pensar nisso? É, algumas coisas a gente às vezes não para pensar, né? E aí eu costumo mostrar sempre essa ponte aqui. Olha, a ponte é o que mostra o caminho pro nosso produto final. Então, do lado de cá da ponte, a gente tem o esporte, o brincar. Do lado de cá da ponte a gente vai ter quem? A nossa independência, que é quem que é onde a gente quer chegar, né? Quando a gente trabalha com criança, a gente quer oferecer para essa criança o quê? Independência, não é verdade? Não importa na área que estamos falando, a gente precisa que essa criança seja independente. E aí, eh, existe um caminho para se chegar na independência, um caminho muito longo, com várias etapas. Essas etapas é que a gente vai bater um papo aqui hoje. O que eu vejo acontecendo são as pessoas saindo daqui e querendo chegar aqui direto por baixo da ponte, nadando, cortar um caminho. É já ir direto pra motricidade fina. é já ir direto para trabalhar a linguagem sem passar por todos os processos da ponte. E aí, eh, para vocês brincar importa? É claro que importa, né? Eh, eu gosto sempre também de falar nas minhas palestras que existe uma diferença que é muito comum as pessoas falarem o brincar estruturado e o brincar livre, né? Só que isso não existe. O brincar, para ele ser brincar, ele tem que ser livre, ele tem que partir do brincante. Se a gente cria uma estrutura naquele brincar, ele deixou de ser brincadeira e passou a ser uma atividade que precisa ser lúdica. Então, quando a gente fala brincadeira livre, é redundante, porque ela tem que ser livre. E quando a gente fala de brincar estruturado, tá errado. É atividade. Ela é uma atividade e precisa ser lúdica para ficar próxima ou parecida com a brincadeira. OK? Eh, olha esse vídeo. Esse vídeo meu, eu já fiz vários deles aqui. Eu fiz uma montagenzinha de dois. Vai lá assiste aí então. [Música] E aí? Legal, né? Desenhado fica muito claro, né? Mas a gente não para para pensar que brincar de massinha prepara criança para espremer um limão. Poxa, não é? Prepara a mão para fazer esse movimento. A gente quando oferece essas essas atividades eh na escola, muitas vezes a gente oferece porque a gente aprendeu que a criança precisa movimentar as mãozinhas. A gente aprendeu que ela precisa ter repertório de movimentos de mãos com várias possibilidades, o estímulo sensorial. Mas para quê? Aí você não sabe falar. Aí a mãe vem e fala: "Mas meu filho tá só brincando". E a gente fala: "Não, aqui não tá brincando, mas você não sabe argumentar. Não tô falando vocês especificamente, tá? Tô falando nossa". A gente não sabe explicar. A gente tem dificuldade de explicar pra mãe que quando essa criança tá apertando uma massinha, ela tá trabalhando para espremer um limão, por exemplo. Só que a massinha tá na num lado da ponte, o limão tá aqui do outro lado, na independência. O que que a gente não sabe explicar? O trajeto, o por que a gente tá usando essa massinha. E aí quando a gente tá fazendo atividades lúdicas ou quando a criança está brincando no parquinho, no na área de fora da sala de aula, pelo amor de Deus, usem o espaço da escola para criança explorar o máximo possível. Quanto menos sala de aula, apertado, sentado, melhor mais rua, mais quadra, mais espaço, principalmente pensando em educação infantil, corpo amplo, macromotor, macaco, que vai usar o corpo inteiro para depois conseguir usar as mãozinhas. Vamos usar diversos espaços da escola. E aí quando a criança tá brincando, fazendo estudo, ela desenvolve diversos elementos psicomotores. Vamos pro lado de lá. Diversos elementos psicomotores. Vocês sabem o que é isso? Esse nome é é eh eh tá na memória de vocês de alguma maneira. Elementos psicomotores. O que que são isso? São movimentos. São são questões que são base pra nossa vida, no nosso dia a dia. Ali, olha só. Ih, desligou. Tudo bem, eu sei de cor. já fiz essa palestra muitas vezes. É, então vamos lá. Quando a gente brinca, a gente tá desenvolvendo os elementos psicomotores. Os elementos psicomotores, quando a gente ligar aqui, vocês vão ver que eles estão organizados numa pirâmide. E quando a gente vê pirâmide, a gente entende que existe uma hierarquia, não é verdade? Então, a base da pirâmide é o principal e a ponta da pirâmide é o produto final ou a parte eh não menos importante, porque não existe hierarquia nesse de importância. existe uma hierarquia de qual precisa ser trabalhado para dar eh capacidade do seu corpo trabalhar a próxima etapa. Então, ó, tá aí. Então, aqui embaixo a gente tem o quê? O tôus muscular. Esses nomes vocês vão encontrar de diferentes maneiras na literatura, né? Então aqui tem a tonicidade como base. Se o seu corpo não tem tôus muscular, como é que você vai escrever sentadinho? Você não tem tôus muscular. Então, o tôus é a base para que a gente possa ter equilíbrio ou equilibração sem tô. Como é que eu faço o equilíbrio aqui? Não dá. Eu não tenho tôus. Ó, se eu não tenho equilíbrio, eu não consigo ter noção do meu próprio corpo. Eu não consigo ter consciência corporal. E noção corporal envolve consciência, esquema, eh, imagem corporal, cabeça, ombro, joelho e pé, joelho e pé, saber quais são as partes do seu corpo, mas também o esquema corporal, que é saber usar esse corpo, é saber a possibilidade de levantar a perna, de abaixar a mão, de engatinhar, de rastejar, de encolher para passar dentro de um espaço. A gente só é capaz de fazer isso se a gente tem equilíbrio e tôus muscular. Uma vez que a gente tem noção do próprio corpo, a gente consegue desenvolver o quê? lateralidade, que é um outro nome que eu tenho certeza que tá super presente na vida de vocês. E a gente tende a achar que lateralidade é saber o que é direita e que é esquerda. Isso faz parte da lateralidade. Mas a lateralidade é ter consciência do nosso corpo e saber usar os dois lados e não ser ambidestro, mas eu saber usar a mão direita e eu saber usar a mão esquerda. Porque para agarrar uma bola, eu uso as duas mãos para comer também, para escovar os dentes também, para colocar o creme dental na pasta, lavar o cabelo, passar sabonete, a gente tudo usa as duas mãos. E olha que coisa interessante, a gente usa os dois pés para andar. Olha só, um movimento tão básico, a gente precisa de lateralidade. Uma vez que você tem isso tudo, você consegue se organizar em relação ao tempo e ao espaço. Você conseguir passar dentro de um espaço sem bater a cabeça, você passar dentro de um bambolê, talvez você já tenham visto, sabe aqueles túneizinhos ou bambolê, a criança passou a cabeça, ela levanta, aí bate aqui, né? Porque se minha cabeça passou, meu corpo todo já veio. Ou a criança já viu a criança se escondendo, tem um poste aqui. Se ela não tá te vendo, você também não tá vendo ela. Desde que o corpo, mesmo que o corpo dela esteja todo para o lado de cá e de cá, se ela não tá te vendo, você também não tá vendo. Por quê? Porque falta consciência do corpo no espaço, né? São coisas tão básicas que a gente tá deixando para lá, focando aonde? na motricidade fina, só brincando de rasgar, de amassar, de cavar, de enrolar. Várias atividades que são maravilhosas e importantíssimas, mas se a gente não colocar essa criança para subir em árvore, para correr, para equilibrar, andar em cima de uma corda, pular de um bambolê pro outro e etc, essa criança ela vai ter muito mais dificuldade para organizar isso aqui, né? E aí, beleza? Temos uma criança com os elementos psicomotores bem organizados. Ela vai ser capaz de desenvolver algo extremamente importante, habilidades motoras. Qualquer habilidade motora que a gente faça no nosso dia a dia é composto por diversos elementos psicomotores. Então, a gente tem três tipos de habilidades motoras. A gente tem as de manipulação, as de locomoção e as de estabilização. Tudo bem que eu me locomovi também, mas estabilização, tudo aquilo que se eh, que, desculpa, locomoção, tudo aquilo que se locomove, correr, saltar, pular, eh, etc. Manipulação, tudo que a gente manipula pode ser manipulação manual ou manipulação podal. Lançar, agarrar, ó, já tem até um slide até mostrando aqui, ó. Lançar, agarrar, rebater, chutar, dominar, tudo que a gente manipula. E por fim, a estabilização, que é o equilibrar, equilíbrio estático, equilíbrio dinâmico, equilíbrio recuperado, a esquiva, a parada de mãos, tudo aquilo que a gente precisa estabilizar o nosso corpo. E aí vamos, sei lá, pegar um exemplo bobo aí de uma habilidade motora, o agarrar. Então, se alguém joga uma bola para mim, eu preciso pegar essa bola, né? Para pegar essa bola, eu tenho que ter consciência do meu corpo. Qual a posição do meu corpo para conseguir pegar essa bola? Qual a posição que eu vou abrir a mão ou fechar a mão? Porque se eu abrir demais, a bola bate. Se eu fechar demais, eu não consigo segurar a bola. A bola tá vindo, que horas eu pego? Tudo isso são elementos psicomotores. Noção temporal, noção do próprio corpo, lateralidade, porque eu tô fazendo movimento com as duas mãos ao mesmo tempo, eh, motricidade grossa, porque é um movimento amplo. Então, vocês concordam que toda a habilidade motora que a gente faz, chutar uma bola, eh, pular de um pé só, envolvem diversos elementos psicomotores. Então, a criança que não brinca, a criança que não é estimulada a conhecer o próprio corpo, ela vai ter dificuldade de realizar qualquer habilidade motora. Porque é a base, um é responsável para que o outro aconteça. E aí, se a gente pensa em habilidades motoras, que já é difícil para caramba a criança conseguir executar, né, um processo longo de ensinar uma criança a saltar, ensinar uma criança a chutar uma bola direcionada pro gol, tudo isso é muito difícil. A criança leva um tempo para aprender, né? Sobretudo se ela não tiver tempo de desenvolver elementos psicomotores. Mas uma vez que essa criança conseguiu desenvolver essas habilidades, tá dando para acompanhar? Show de bola. Uma vez que essa criança conseguiu desenvolver todas essas habilidades, ela vai conseguir desenvolver uma coisa que é extremamente importante, que são as atividades do nosso dia a dia. Então, atividades de vida diária. Hoje tem algum terapeuta ocupacional aqui? Provavelmente não, né? Eh, na terapia ocupacional existe uma área chamada treino de AVD, né? Então, a gente tem as atividades de vida diária, que são atividades que a gente faz no nosso dia a dia. Qualquer pessoa típica, ela dá conta de fazer isso sem treino. A mãe ensina, vocês na escola vão ensinar, né? A criança atípica, ela vai precisar ser treinada para desenvolver aquilo. Então, ela vai precisar ser treinada nos elementos psicomotores, nas habilidades motores, sobretudo no movimento em si, né? Treinar, escovar os dentes, treinar, pentear o cabelo. O treino de AVD é exclusividade do terapeuta ocupacional, OK? É uma área que somente o terapeuta ocupacional está apto a realizar, mas todo mundo que acordou vai ter que fazer um monte de coisa. E esse monte de coisa muitas vezes quem vai ter que ensinar é o professor de sala de aula como amarrar o cadarço, né? Quem que já ensinou a amarrar cadarço? É difícil. Eu acho impossível. Eu não faço ideia de como é que começa. É a pergunta que eu mais recebo no Instagram. Como ensinar amargadaço. Não sei. Mas eu sa Mas o que eu falo é isso aqui, ó. A criança tá com movimentos finos, bem desenvolvido. A criança tem noção do espaço. Criança tem lateralidade porque vai usar as duas mãos, né? Então, quando a gente pensa em atividades de vida diária, a gente tem que entender primeiro, então, que desenvolvimento neurotípico e o e o típico são diferentes. Um exige treino e o outro não, mas a gente tem diversos exemplos de atividades de vida diária. Olha ali, ó. Escovar os dentes, tomar banho, lavar louça, amarrar cadaço, se alimentar, colocar uma meia, etc, etc, etc, e muitas outras coisas, né? Vamos colocar aí também, sei lá, o escrever, né? Poderia ter colocado a imagem do escrever aí também. Paraa criança conseguir realizar qualquer uma dessas habilidades aqui, dessas atividades, ela precisa conseguir realizar habilidades motoras, porque todas elas são um conjunto de habilidades motoras, todas estão manipulando alguma coisa, todas eh estão eh se deslocando ou não, por exemplo, para colocar para para escovar os dentes. Ela precisa, porque a gente também tem a frase motora, onde a gente faz uma habilidade em seguida da outra. Então, a criança vai até o banheiro, se desloca até o banheiro, manipula o objeto, coloca a pasta de dente, coloca na boca, ou seja, olha quantas etapas ela precisa para fazer uma atividade de vida diária na pasta de dente, ou, né, que vocês chamam de pasta de dente ou creme dental. Então, na pasta de dente ela vai pegar ou dente fre, tinha o dente free também, que é da minha época aí, falou dente fre. Eh, então essa criança, ela vai se deslocar até o banheiro, vai pegar a pasta com uma mão, a escova com a outra, ela vai abrir essa tampinha, ela tem que ter noção da força que ela vai apertar para não explodir tudo. Ela tem que saber onde começa, onde ela para, a mão de cá paradinha, ó, em estabilização, porque senão ela, se atirou a mão, cai a pasta na pia. Olha que complexo. Depois disso, ela fecha a pasta de dente, ela molha a escova de dente, ela leva a escova de dente na boca, ela faz o movimento de escovação, aí ela para de escovar, ela enxagua a boca, aí ela come uma bala, começa tudo de novo. Mas vocês concordam que foi uma etapa cheia de habilidades motoras e todas essas habilidades motoras foram cheias de elementos psicomotores? Então, como é que ensina uma criança a amarrar o cadastço? É brincando. Por quê? Porque amarrar o cadaço é o produto final da ponte, é o outro lado. Brincar tá do lado de cá. Elementos psicomotores tá no caminho da ponte. Habilidades motoras tá no caminho da ponte. Amarrar o cadastro tá no caminho da ponte. Uma criança que amarra o cadastro, ela faz isso com autonomia, que é a próxima etapa da nossa ponte. A criança que escova dente sozinha, ela escova os dentes com autonomia, toma banho com autonomia, lava a louça com autonomia. Tudo que ela faz, ela faz com autonomia. Isso significa que ela é independente? Não. Ela realiza atividades de vida diária com autonomia. Ela escreve alguma coisa, ela sabe desenhar, ela faz letra, etc. Com autonomia. Isso não a torna independente. Então, quando a gente pensa em autonomia e independência, né, é o principal objetivo para qualquer pessoa com deficiência, né, com autismo ou até mesmo sem deficiência, pessoas típicas. Então, na autonomia a gente tem o chutar uma bola, beber água sozinho, escrever o próprio nome, porque a criança realiza esses movimentos com autonomia, porque ela tem as habilidades motoras bem desenvolvidas, os elementos psicomotores bem estruturados dentro do corpo dela através do esporte, através do brincar. Uma vez que ela consegue fazer tudo isso, qual é o primeiro, a próxima etapa? é ter independência, porque a independência nada mais é do que o conjunto de várias habitividades de vida diária feitas com autonomia, não é verdade? Então, olha só onde que eu tô. Ah, a independência é quando a criança consegue, por exemplo, ao invés de chutar uma bola com autonomia, ela se desloca com a bola, desvia do adversário, identifica o goleiro, chuta a bola em direção ao gol. Olha como é muito mais complexo, né? Ou ela sente sede, se dirige até a cozinha, abre a geladeira, coloca água em um copo, bebe essa água. Isso poderia ser muito mais complexo, né? Eu poderia descrever isso uma muito mais longo. Aqui eu tô resumido. Ou sentar-se à mesa, abrir o caderno, pegar o lápis, posicionar a mão e o corpo corretamente, escrever o nome sem nenhum tipo de pista visual. Isso é ter independência. Então, a partir do momento que essa criança ela faz, ela joga futebol sozinha, ela bebe água ou se alimenta e faz outras atividades relacionadas à alimentação sozinha, ela já tá ali dentro de sala de aula sabendo pegar o lápis e organizar toda sozinha para fazer isso, sem precisar de um acompanhante. Essa criança, ela está se tornando independente. Não é esse o nosso objetivo? Ela chegou do outro lado da ponte, mas ela não veio nadando por baixo. A gente não entregou um caderno para ela falar: "Ô, vai." A gente não pegou um acompanhante dentro de sala que ficou ali do lado segurando a mão e fazendo pela criança. Não. A gente fez várias etapas para que essa criança chegasse ao final da ponte escrevendo o nome sozinho com independência. E esse tem que ser o caminho que a gente tem que seguir. Mas a gente tem que lembrar que é lá na base que a gente começa. É levando os alunos para fora de sala. E vamos brincar de desenhar o próprio corpo no chão. Vamos brincar de pega-pega. Abre a perna, passa aqui debaixo. Olha a criança trabalhando noção do próprio corpo no espaço. Isso vai facilitar na hora dela ter noção de onde começa a letra A, onde termina a letra A. Isso é lateralidade. Ela escreve de K para K. Chegou à margem, é o limite dela. Ela tem que ir pra linha de baixo, noção espacial. Se a criança não brincou de pega-pega, não brincou de outras coisas, ela vai ter muita dificuldade na noção do próprio corpo, na noção do espaço, na lateralidade. Motricidade fina, motricidade grossa, tôus muscular. Não sei se eu falei todos. Vocês concordam com o que eu tô falando? Sim. E aí vocês se lembram? Ah, para ter independência primeiro é necessário se ter autonomia. E aí vocês lembram do pequeno Garotinho Cruzeirense de Belo Horizonte? Pois é, a gente não treinou de novo o Ark Flash. Eu não fiquei toda a aula Ark Flash, ele não é meu aluno de arc Flash, ele é meu aluno de habilidades motoras. Então eu trabalhei com ele, chutar bola, correr, pular bambolê, pular bambolê em linha reta, abrindo e fechando de um pé só, pular para trás, rastejar, lançar bola. Eh, que mais? Fiz tantas atividades variadas, variadas, variadas. Eu dei para essa criança repertório motor. Então, na hora de fazer o planejamento motor, ela tem um cérebro com muito mais repertório, ela tem muito mais experiência. E aí essa criança, você entrega para ela de novo um arco e flecha. É claro que ela não tá pronta, ela continua sendo uma criança, mas olha a velocidade com que ela consegue executar. Tá vendo? É assim que se ensina uma criança. Não é nada, não é nada. Ele já mudou de time, entendeu? Já não é cruzeirense mais. Agora tentem levar isso, gente, pra área de vocês, porque eu sou profissional de educação física, eu não tô no AE, eu não tô dentro da escola, mas o exemplo que eu trago aqui do Ark Flash, que é a minha área, ele é completamente substituível pelo exemplo do que você faz no seu trabalho, do que você faz no seu trabalho. Você só precisa refletir. Bom, o meu trabalho, meu objetivo final é X. O que que eu preciso? Ele precisa dessas habilidades, ele precisa desses elementos psicomotores. Ah, então é uma atividade que exige muita lateralidade. Quais brincadeiras eu vou fazer na quadra que desenvolvem lateralidade? Porque quando a gente vai fazer pay, quando a gente vai adaptar o conteúdo ou vai eh dar acessibilidade, a gente fica pensando assim: "Ai, o que que é parecido, sei lá, com uma bola?" Hum, já sei, uma bola que faz barulho, tá? Mas e aí? Essa criança precisa só ouvir? Ela precisa entender várias outras coisas, porque senão ela cai naquele mesmo contexto de confusão, de tô num lugar que eu não sei o que fazer. Então, a gente tem que preparar esse corpo de diversas maneiras e eu não preciso ficar na especificidade do arco e flecha em todas as minhas aulas. Eu dou diversos repertórios. Na hora que eu entrego o arco e flecha de novo, ele já conhece o próprio corpo. Não faz sentido, não é? Lindo a maneira que o nosso corpo se desenvolve? E agora eu quero ver a coordenação de vocês. Como é que tá a coordenação motora dessa turma? Então a gente vai levantja até melhor fazer sentado porque como tá baixinho, pensar que vocês não vão precisar ver aqui. Mas eu quero mais alguém aqui comigo. Vai. Eu. Eu. Uau. V. Nunca vi um eu tão grande. Se eu tivesse um brinde eu te entregava. Olha só. Deixa eu pôr isso aqui. Aqui. Então, a gente vai fazer uma dinâmica bem simpleszinha, só para dar uma quebrada nessa coisa de ficar parado. Então, a gente tem o movimento número um, movimento número dois, movimento número três, movimento número quatro. Beleza? O movimento número um. Eh, segura para mim o microfone. Vocês me ouvem se eu falar assim? Só agora nessa Ah, é. Vou lá a transmissão em casa também. Você que tá em casa, não deixa de fazer. Então, o movimento número um é palma. Qualquer pessoa faz isso. Palma, cabeça, palma. Aí, ó, a mão direita vai na orelha, a mão esquerda no nariz. Tá fácil. Tá fácil. Então o movimento é palma cabeça, palma rei. Palma a cabeça pro outro lado, rei. Palma a cabeça, palma rei. Palma a cabeça pro outro lado, rei. Eê que a minha dancinha chegou lá em Portugal. Vem aqui, por favor, vem dançar comigo. [Aplausos] Venha todo mundo. Sim. A gente ama quando o português chega no Brasil, não é? Então vamos lá. Agora vocês vão fazer junto. Querem fazer sentado ou em pé? Então levantem. Levanta, levanta. E quem tá em casa, E quem tá em casa, levante também a reta da cadeira do sofá, a cadeira da mesa e vamos fazer junto. E todo mundo animado. E chegou o professor de educação física. Uou. Então vamos lá. E três. E dois e três. 2 1. Vai. Palma a cabeça, palma rei. Palma a cabeça, palma rei. Palma a cabeça, palma rei. Palma a cabeça, palma rei. Mas como eu a gente fez da outra vez, agora é só o aquecimento. Tá muito fácil. Tá muito fácil. Vou ficar do seu lado agora que agora palma cabeça, palma cruza. Palma cabeça, palma cruza. Palma a cabeça, palma cruza. Palma a cabeça, palma cruz. Foi parar lá no Japão. Eu vou fazer sem treinar sim e sendo filmado ainda. Então, olha só, na hora de cruzar é aqui e aqui. Fácil mais lateralidade pura. Três do Ó, nós vamos fazer primeiro o normal. Nós vamos fazer, vale morder a língua. Vale morder a língua. Então nós vamos fazer primeiro o normal e na em seguida o cruzando. Beleza? 3 2 1. Vai. Palma cabeça, palma rei. Palma cabeça, palma rei. Palma cabeça, palma rei. Palma a cabeça e agora vai. Palma cabeça, palma cruza. Palma cabeça, palma, cruza. Palma, cabeça, palma, cruza. Palma, cabeça, palma. Cruza. Você vai levar essa dinâmica lá para Portugal hoje. Eh, vamos para Portugal. Vou. Muito bom. Aê, galera, pode sentar. Aleluia. Que que é isso, hein? Não é nada, não é nada. 20 calorias se foram. né? O presunto do café da manhã já se foi. Como é que tá a coordenação de vocês? É, eu vi de novo. O meu telefone é 31984. Mas se vocês quiserem atividades para desenvolver a coordenação motora, me sigam no Instagram, lá tem um monte. E aí, pessoal? Olha só, quando a gente pensa em autismo, a gente tem alguns prejuízos motores que são bem comuns. Exemplos de disfunções motoras comum no autismo, instabilidade postural, assimetria, hipotonia. 60% das crianças dentro do espectro são hipotônicas. Ou seja, a base da nossa pirâmide, que é a primeira coisa lá do início da da conversa, lembra? Da ponte. A base do início da ponte. Quer dizer, 60% das crianças, eu só preciso que você 60% das crianças estão com uma dificuldadezinha, um probleminha lá na base da base da base, né? É, é um número importante. Eh, isso dentro entre dois e 3 anos, tá gente? Controle motor fino, controle motor grosso, padrão em comum de marcha, coordenação motora 83%. 83% tem dificuldade na coordenação motora. É tipo essa sala aqui, né? Na fal cabeça. 83% errou. A gente tem que trabalhar a coordenação motora dessas crianças e dos adultos também, né? E agora eu posso provar porque eu filmei, né? É, além da movimentação ocular. Lá no início do nosso bate-papo, eu perguntei para vocês, né? Educação física importa? Vocês estão indicando? E agora mudou o pensamento? Se vocês estão com vontade de chegar em casa segunda-feira e procurar saber quem é que faz esse trabalho, né? Ah, por falar nisso, aqui em Goiás, vocês conhecem o Felipe Guto? Não, aqui em Goiânia, inclusive, Felipe Guto, um querido, querido, eh, somos amigos há bastante tempo. Ele tem aqui o Instituto do Autismo, não, o Instituto do Autismo é do Cadu lá no lá do É, só que eu esqueci o nome da clínica dele agora. É, é a typical, a typical. Ah, enfim, quem quiser depois saber me procura que eu que eu confio. Eu acho que lembrei. Psicotam. Psicotam. E o time escreve T é a M. Procurem por ele. Ele que tá aqui na cidade de vocês. O cara é incrível, sabe tudo sobre psicomotricidade. Ele é desse tamanho aqui, ó. Novinho, já tá com três filhos. Gente boa para caramba. É, deixa eu ver o próprio. Sigam ele. Fala, Fernando indicou você. cara é um gênio da psicomodicidade, sabe muito e tem um espaço incrível aqui em Goiânia ou Aparecida de É. E aí, gente, intervenção precoce antes da intervenção terapêutica. Vocês conhecem esse quadro aqui de de prevalência do autismo? Quem aqui tem uma criança ou quem está dentro de sala de aula e tem uma criança com deficiência? Vocês se sentem preparados? Não precisa levantar a mão, mas se vocês se sentem preparados para trabalhar com essas crianças. Em 2004, a prevalência era de uma criança com autismo a cada 150. Uma a cada 150. E aí em 2023 sai o dado de uma a cada 36. A cada 36 pessoas que estão aqui, uma seria autista. Esses são dados dos Estados Unidos. Vocês acham 36 um número alto, baixo ou alto? É, cada pessoas, uma é autista. Esse número é alto, não é? Imagina que agora é 31. Acabou de sair o novo dado 2025, que foi pesquisado em 2022. Ainda tem isso, tá? Em 2022 é pesquisado o dado que sai em 2025, ou seja, já sabemos que vai ser mais do que 31. Eu vi uma neuropediatra numa palestra há alguns anos atrás falando que matematicamente falando, tá aí só estatística, seguindo a sequência do do número anterior ali, é esperado que matematicamente chegue um momento que fique um a cada três. Vocês estão preparados para ter três, qu cco crianças dentro de sala de aula com algum tipo de deficiência? Então vamos aumentar esse número 5 6 7 8. Porque isso, gente, é de autismo somente, não inclui outras deficiências, embora, né, 70 ou 80% das crianças com autismo, por exemplo, vão ter como comorbidade o TDH, por exemplo, né? Mas aí nem todas as crianças vão ter eh diagnóstico precoce. Muitas mães não vão nem saber do que se trata o autismo. Vai ter a criança ali, ó, ela não vai nem saber. Ela vai demorar muito tempo para começar uma investigação para procurar o pediatra que vai falar que cada criança tem seu tempo. Ela vai voltar para casa três vezes. Aí um um outro pediatra vai falar: "Hum, talvez procure um neuropediatra". Aí o neuropediatra vai falar: "OK, vamos investigar enquanto isso começa com a intervenção. Olha quanto tempo passou". Então, a intervenção precoce ela é muito importante, mas muitas vezes ela acontece antes da intervenção terapêutica, porque a gente demora até chegar o ao terapeuta. Como é que a gente faz intervenção precoce em crianças antes de ter um diagnóstico? Natação para bebê, academias para bebês, espaços de desenvolvimento para bebês, musicalização infantil, pracinha, o parque, brincar com seus pares em ambientes externos. Isso tudo é intervenção precoce para aquelas crianças que ainda não tiveram diagnóstico. Porque quando a gente pensa na trissomia do 21, síndrome de D, já é possível descobrir dentro da barriga ou assim que nasce, porque tem face sindrômica ou outros outras doenças, síndromes raras, etc. O transtorno, ele só vai ser descoberto através de uma investigação e que tem que iniciar pela percepção da mãe, do pai, da família. Então a gente precisa oferecer estímulo para as crianças. Então vocês que estão no bersário, na escola, recebendo essas crianças, comecem a fazer intervenção, intervenção do corpo, intervenção do movimento para que a criança já comece a ter eh consciência do próprio corpo, para que se lá na frente, porventura, ela tiver um diagnóstico, ela não chegue tão crua. Ela já chega com aquele livro em branco já escrito com várias eh palavras. E assim eu gostaria de encerrar minha participação. Muitíssimo [Música] [Aplausos] obrigado. E quem gostou, por favor, aqui, ó, eu não vou nem tirar dessa página porque aí depois vocês conseguem chegar aqui e fazer o Quem já tá me seguindo, levanta a mão. Eh, peraí que eu vou conferir. Ô, gente, muito obrigado. Eh, tô muito feliz. Fiquei feliz com a participação de vocês. Vocês foram o tempo inteiro muito, muito animados, muito sorridentes. Estavam o tempo todos, ó, minha cabecinha me acompanhando aqui, ó. Isso não tem preço, porque da palestra é muito gostoso, mas envolve uma viagem. Eu eu dormi 4 horas, 5 horas mei lá quantas horas, porque eu cheguei meia-noite, fui dormir 1 hora30 da manhã que ela foi me buscar, acordei super cedo para dar tempo de estar aqui. Então assim, é cansativo e quando a gente tem esse retorno, igual eu tive de vocês hoje, de verdade, vale muito a pena. Então, muito obrigado. Me sigam no Instagram. Eu costumo responder todo mundo que me manda direct, menos quando é pós evento, porque aí é muita marcação, eu não consigo ver. Mas no dia a dia, gente, tá com alguma dúvida, precisa de alguma coisa? Fernando, como é que eu faço tal coisa? Me pede ajuda que eu ajudo, tá bom? Muito obrigado. Agora é minha vez de cantar. Tira. Não sei não. Eu quero beber alguém. Abrir o nosso abriu até mesmo. E depois dessa correria hoje eu ainda durmo em casa, vocês acreditam? Já já. Ó, voltar para casa. Antes de agradecer o professor, ele deu pra gente uns 10 minutos. Então nós vamos abrir aqui para umas quatro, cinco perguntas, OK? Quem quisesse interagir, né, com o professor, enquanto eu vou pegando aqui, já vão vão se preparando aí para participar, tá? Segura aqui. Só vou vou te mostrar uma coisinha aqui. Pode deixar ao vivo, tá, Alexandre? E com vocês, meu amigo? Nosso talk show. Hã? Nosso, nosso talk show. Olha só, lançamos ontem. Toma aqui. Tom, já tô rouco aqui, ó. Ei, ei, aqui agora. Lançamos ontem um caderno orientador de práticas em sala de aula e ele é muito interessante porque ele tem desenhos. Pode deixar aqui que eu vou te mostrar. Valeu. Ele tem desenhos feito pelos estudantes, né? Nossos estudantes que compõe o pudo da educação especial for fazendo. Então nós vamos montando a capa e ele é todo ilustrado. E tem uma parte que é a equipe da gerência de educação especial, né? Assim, já tem a gente tem, eu vi você lá em Brasília e vem falando isso para todo mundo, falo em casa, né? falo paraa minha equipe e tem uma parte no caderno que ela é muito interessante porque ela entra exatamente nessas questões, né, que vocês estão aí vão receber, vão perceber que existem, né, imagens, né, indicativos neste caderno, como escovar dente, pentear o cabelo, tomar um banho, essas atividades mesmo que o professor Fernando apresentou para vocês. E aí isso vai ser distribuído, vai ser cada escola vai receber um exemplar desse aqui, cada coordenação regional vai receber e ele vai est disponível online também. só vai passar pelos trâmites burocráticos editoriais, mas daqui a pouco já vai est chegando nas escolas e vai estar também acesso no site da Secretaria de Educação. E é um material feito eh com base mesmo em evidência científicas de profissionais que trabalham nessa área, tanto na parte pedagógica quanto também na parte de psicomotricidade, com profissionais que inclusive da rede eh de escolas conveniadas da APAI que contribuíram também com a gente, que faz esse trabalho mais de atividade de vida diária. Tem um caderno muito bom, mas eu queria te mostrar porque eh tá contemplado o seu trabalho aqui. Isso é muito importante. Muito legal, muito legal mesmo. Que vem. Ah, vamos fazer aqueles videozinhos legais que eu nunca lembro de fazer. Bora, bora, bora. Eh, falar. Ah, pessoal, hoje eu tô aqui mais uma palestra com a turma de Aí vocês gritam Goiânia ou Goiás? Não, Goiás, né? Goiás. Goiás, que é aqui tem gente de muitos lugares. É. Quem não é de Goiânia? Alguém é de Goiânia? Então, vamos lá. Pera, deixa eu só colocar esse negocinho aqui, porque para eu quebrar isso aqui é Então nós vamos gritar Goiás, beleza? Aí pode gritar, levantar, fazer o que quiser. Movimentos vai pro meu story, hein? É, fica lá de cima lá. Eu vou subir. Só tô vendo qual mão que é melhor aqui, ó. Então, vamos lá. Começa sentado. Na hora que eu virar aí, vocês podem levantar e fazer bagunça e gritar Goiás para eu escutar lá de Belo Horizonte. Tá bom? Então, vamos embora, pessoal. Acabei de terminar aqui mais uma palestra, foi show de bola. E hoje eu tô aqui com a turma de onde? Goiás. E foi bom demais. [Aplausos] Ó, gente, muito, muito, muito obrigado. Ainda tem perguntas, né? Mas muito bem. É, é assim, vocês que nos acompanham, nós voltamos aqui. Oi, eu estou aqui com você. Oi. Você que nos acompanha pela pelo canal do YouTube na SEDUC, nós voltamos em 5 minutos. Bom, estamos de volta. Vocês que nos acompanham pelo canal da CEDUC no YouTube, muito obrigado pela paciência. Mais nós fomos fazendo toda a parte do cerimonial aqui de presentear o professor Fernando Provete e obviamente gerou uma sessão de fotos e autógrafos e o auditório se bagunçou um pouco, a gente demorou um pouquinho para voltar. Eh, ele pôs a gente para fazer várias atividades aqui e estamos com o corpo dolorido. Mas enfim, foi uma palestra maravilhosa, né? uma exposição maravilhosa, acho que faz a gente repensar a nossa prática, inclusive para os professores de educação física que estão nos assistindo ou que vão nos assistir. E a questão é, a atividade física na escola é somente jogar os meninos paraa quadra e jogar uma bola e falar brinquem. Não é bem assim, né? É preciso que se tenha um planejamento. Então eu convido vocês, professores de educação física, que não desenvolvam atividade física pensando apenas nos estudantes que não possuem deficiência. Desenvolva as atividade física na escola pensando em todos. Nós lançamos um documento ontem, escola para todos. Assim que o documento tiver com vocês, vocês vão entender a importância do professor de educação física na escolarização dos estudantes com deficiência, tá bom? E agora eu quero convidar aqui para poder dar continuidade ao nosso evento. Deixa aqui porque não tem um suporte, mas ele tem que ficar aqui que eu tô muito enjoado com isso aqui. Eu tô, ó, um abraço pro pessoal de Jundiaí que tá nos acompanhando. Recebi a informação, muito bom. Nós temos inscritos de todos os estados brasileiros no nosso congresso, mas eu vou mandando aqui um abraço especial ao pessoal de Jundi aí que fez questão de entrar em contato conosco aqui. Então um abraço a todos aí da prefeitura de Jundiaí. Eh, agora nós teremos uma palestra muito técnica, muito necessária, que é sobre o parecer 50 do Conselho Nacional de Educação. Parecer 50, que hoje ele já completa aí quase um ano e meio de de publicidade, de publicação eh entre versões e atualizações, mas agora ele está homologado. E aí nós vamos receber aqui uma das autoras do texto, uma das relatoras desse texto, né, que contribuiu, que participou ativamente, né, da elaboração de todo esse material e vem falar sobre o parecer 50 e os seus desdobramentos. Então, uma palestra técnica e eu gostaria que vocês prestassem bastante atenção porque há muita desinformação em relação aos documentos oficiais. Então, a palestrante desse momento vem falar sobre o parecer 50, os desdobramentos e outras informações também. Ela que eh sempre foi militante, atuante, em defesa dos direitos, da pessoa com transtorno do espectro autista, né? Tem uma representatividade nacional muito expressiva, sobretudo eh na Câmara Federal. Então, é uma atuante que tem um local, um lugar de fala muito respeitado e que atualmente experimentou, né, a sensação de assumir um cargo público. Hoje, atualmente, ela é superintendente da primeira infância, se eu tiver errado, ela vai me corrigir, na prefeitura de Belém, no Pará, né? Como eu disse que eu vou ter que improvisar aqui e eu peço perdão à palestrante, mas o celular que, enfim, falhou aqui o roteiro do cerimonial, ela que é advogada, né? Tem várias especializações, doutoramento. Eu quero que vocês recebam com muito carinho D. Flávia para falar com vocês nesse momento. [Aplausos] Muito obrigada pelo convite, mas quero já dizer que achei uma injustiça gigantesca me colocar para falar sobre direitos depois da palestra do professor Fernando. Ano que vem só aceitarei convite se organizar o lineup. Mas, primeiramente, pessoal, muito bom dia a todos vocês. Bom dia a todos vocês que estão nos acompanhando eh de casa, de todos os lugares do país. Eu gostaria de fazer uma breve audiodescrição para quem porventura esteja nos acompanhando. Eu sou uma mulher parda de 1,68 m. Estou trajando um look branco hoje, eh, terno branco, calça branca, camiseta branca. tem os cabelos na altura dos ombros iluminados. Eh, e também gostaria de falar fora com microfone caso tenha alguma pessoa com deficiência visual. E por fim, gostaria de falar o meu sinal em Libras. Eh, o sinal é esse aqui. Esse, aliás, quero fazer uma justificativa. Quem trabalha com Libra já deve ter observado que o meu sinal mudou, né? Eu fui rebatizada. Anteriormente a meu sinal era este aqui, né? E agora, perdão, errei meu sinal. É este aqui, perdão. Houve uma mudança no sinal de Libras em relação à identificação de pessoas com autismo, né? Então a gente fez essa, eu fui rebatizada então no meu sinal de Libras. Meu objetivo hoje aqui é conversar um pouco mais sobre os desdobramentos do parecer 50. Se parecer que a gente tive oportunidade de falar em diversos momentos que certamente eh uma mudança de paradigma na perspectiva sobre o atendimento de estudantes com transtorno do espectro autismo. Mas antes de começar, eu gostaria de fazer uma pequena pergunta. Por gentileza, levante a mão aqui nesse belíssimo e lotado auditório. Eh, quais professores que estão aqui presentes, que são professores do AE? Por gentileza, levante a mão. Perfeito. Por gentileza, levante a mão. Agora, quem são professores da sala de aula regular ou comum, dependendo de como vocês façam essa nomenclatura. Perfeito? Então, a gente vai ter um bate-papo muito positivo falando sobre a importância do atendimento educacional especializado e sobre o parecer 50. Então, deixa eu só voltar aqui. Eu não sei se eu tô, sabe, fazendo só correto. Eu tô passando, eu tô voltando, tô, tô passando, né? Como é que eu faço para voltar, por gentileza? Desculpa, pessoal, só Ah, tá, tá perfeito. Pronto. Isso aqui, ó. Então, pessoal, a gente vai começar falando aqui sobre a reanálise do parecer, né? Eh, 50. Eh, por que que eu tô falando da reanálise? Porque nós tivemos uma série de textos que foram sendo construídos, inclusive com a participação social, eh, sejam através de notas técnicas, através da atuação do grupo de trabalho que elaborou a relatoria desse parecer. E dentro dessas várias vários formatos em que a gente foi apresentando o texto, foi muito produtivo poder contar com a contribuição desse tema, que é um tema tão diverso e que tem tantas perspectivas, inclusive teóricas. E aqui já fica a primeira sinalização de por que é importante você ler o parecer 50. Todos nós aqui que trabalhamos com educação pública, eu também sou professora da universidade, temos um desafio que é como que a gente consegue definir que linha nós vamos ter de atuação. Eu tenho certeza que você como professor do AE já se deparou com uma série de correntes teóricas sobre como eh trabalhar, por exemplo, uma prática docente. E muitas vezes você ficou na dúvida, bem, então qual o camínio que eu devo seguir? Porque a autonomia docente ela está preservada, mas ao mesmo tempo você tem uma série de informações que chegam até você. Então, como eu posso definir? O meu objetivo nessa palestra é mostrar para vocês que nós temos um caminho indicado agora pelo Ministério da Educação que pode ser utilizado para vocês e que tem uma base legal. E por que que para nós professores, aí eu sempre me coloco ao lado de vocês, ombro a ombro aqui, porque também sou professora da universidade, como que nós professores devemos utilizar a legislação como um parâmetro importante na nossa tomada de decisão dentro da autonomia docente? É sempre importante relembrar que nós que somos servidores públicos, estamos a distritos, estamos vinculados ao que a gente chama de princípio da legalidade. Todo mundo estudou isso daqui na época do concurso. Lembra aquelas aulas que vocês tinham de direito? Por que que o princípio da legalidade ele é tão importante para nós que somos docentes e que somos servidores públicos? Porque ele na Constituição brasileira se determina que pelo princípio da legalidade, eu enquanto servidor, eu só posso fazer aquilo que a legislação me permite. Então isso pode ser um parâmetro muito importante para vocês. É claro, e vou dar um exemplo já prático. É claro que eu posso pensar e quando eu falo de estudo de caso, eu vou observar bem, eu posso ter de repente um artigo ou uma uma recomendação ou até mesmo um diálogo com colegas de professores que digam que o estudo de casa não dá certo, que de repente não é positivo fazer, que eu possa encontrar um outro formato de iniciar esse meu atendimento educacional especializado. Mas aí quando eu observo a legislação, quando eu pego a Lei Brasileira de Inclusão em seu artigo 28, ele diz que para que eu alcance a educação inclusiva como direito da pessoa com deficiência, eu tenho que ter um projeto político pedagógico que institucionalize o AE e que esse AE deve atuar a partir de um estudo de caso. Então, vejam, eu tenho uma autonomia docente, mas essa minha autonomia docente, ela não é desvinculada de uma obrigatoriedade legal. Então, por isso que é tão importante quando a gente fala na área jurídica, porque muitas vezes o direito, à legislação, ela pode ser um caminho para ajudar vocês na tomada de decisão que muitas vezes vocês vão enfrentar no dia a dia. Vou dar um outro exemplo, talvez até mais importante. definição da necessidade do apoio escolar ou do acompanhante especializado, a depender, né, da perspectiva de cada município, como trabalham esses profissionais. Hoje pelo parecer 50, de quem é a responsabilidade pela identificação da necessidade do apoio escolar do acompanhante especializado de vocês? Hoje, conforme a orientação do parecer 50, é a defini a definição da necessidade do apoio escolar do acompanhante especializado, deve ser decidida em caráter pedagógico. E aí a gente se pergunta, bem, mas como que eu vou fazer uma avaliação pedagógica? Eu volto a dizer, eu tenho uma autonomia docente, eu tenho uma perspectiva, mas o que que a legislação me diz? Como é que eu tenho segurança de que aquilo que eu vou descrever no estudo de caso efetivamente vai ser validado e eu não tenho nenhum risco jurídico, né, dentro dessa minha tomada de decisão? E aí a gente volta paraa Lei Brasileira de Inclusão, onde eu tenho lá que uma avaliação ela deve considerar necessidades, habilidades e potencialidades. Então hoje o que eu quero falar para vocês é como que o parecer 50 e toda a base jurídica que acompanha o parecer 50 pode auxiliar vocês na tomada de decisão e no fazer pedagógico de vocês. Então o contexto e a relevância dele se inicia exatamente com a homologação, né, dia 5/11. Então, todos aqueles debates, eh, se o parecer teria validade ou não, se o parecer seria importante, não, está definido. Ele foi um parecer homologado pelo Ministério da Educação. Ministro Camilo Santana fez essa homologação em novembro do ano passado e, portanto, o documento agora continua sendo um documento orientador, como todos os grandes pareceres do Conselho Nacional de Educação, eles têm essa perspectiva de indução. Mas por que que foi tão importante a homologação? A gente já falava isso desde o início, quando a gente iniciou a discussão sobre o parecer 50. A grande vantagem da homologação é que agora todos os documentos que forem produzidos pelo pelo Ministério da Educação, eles devem seguir a homologação do parecer 50. Isso significa dizer, para quem acompanhou muito a discussão que envolveu todo o parecer 50, plano educacional individualizado. Esse era um tema em que se discutia, afinal o PE é um direito ou não do estudante e isso está consolidado agora. O PEI é um direito do estudante. Eu sei que para cá, para Goiás, essa discussão do PEI, ela já tá superada, porque já tem muito tempo que vocês trabalham com PEI. Aliás, sempre parabéns. Goiás sendo vanguarda sempre, né? não é à toa que é o melhor IDEB do Brasil. Uma salva de palmas para vocês. E quando a gente falava sobre a importância do PEI, a gente já considerava esses casos, né? Os estados que já trabalhavam com essa perspectiva, a própria ONU, que desde 2016 recomenda o PE, né, como um instrumento de inclusão, mas ainda havia essa dúvida. Então, parecer 50 ele avança e sedimenta que o PEI é a um direito e por isso que ele é tão importante. Então vocês vão cada vez mais ouvir falar do plano educacional individualizado, agora não só nas normas estaduais e nas normas municipais, que é o caso aqui de Goiás e de daqui do estado como um todo, mas principalmente a nível nacional em decorrência, né, em desdobramento da homologação do parecer 50. Além disso, a gente traz novamente os dados atuais, né? A gente já teve várias pessoas aqui falando sobre isso. Um a cada 31 crianças com TEIA e o aumento de 44% nas matrículas. O último censo apontou que nós passamos de uma média de 600.000 estudantes com transtorno do espectro do autismo para 900.000 estudantes com o transtorno do espectro do autismo. Eh, é sempre importante lembrar esse dado, porque um outro ponto muito significativo e que foi um desdobramento do parecer 50 foram alguns questionamentos técnicos de que se era possível eu pensar em um grupo de deficiência específico na hora de elaborar uma política pública. Então, muitas pessoas questionaram: "Eu não posso ter um parecer orientador só para o autismo, porque eu estaria eh desvinculando as deficiências ou tratando as deficiências de uma forma diferenciada. Mas é importante a gente lembrar, e volto a dizer, na tomada de decisão que vocês terão que fazer muitas vezes no dia a dia de vocês, inclusive na organização do atendimento educacional especializado, na no na organização do tempo que vocês irão destinar para a organização do trabalho de vocês, que quando nós trabalhamos com a gestão pública, nós temos que pensar o que são os problemas públicos. Quando a gente pensa em um problema público, eu tenho que considerar o que que eu vou ter um alto impacto no meu orçamento, o que eu vou ter um alto impacto na distribuição dos meus profissionais. Hoje o tema do autismo e especialmente autismo e deficiência intelectual, quando você observa os dados do senso do INEP e você soma o percentual desses dois públicos, estudantes com deficiência intelectual e estudantes com autismo, são responsáveis por 78% do público alvo da educação especial. Isso é muito significativo. Volto a dizer, quando eu estou numa perspectiva jurídica de qual é o papel do Estado em relação à promoção de políticas públicas, eu preciso ter um olhar diferente, porque eu não posso ignorar que o impacto orçamentário de uma política para esse público vai ser responsável por 78% do meu público. Voltando, então a gente vai ter um impacto muito significativo e por isso que é tão importante que nós possamos falar sobre a condição do transtorno do espectro do autismo e sobre a condição da deficiência intelectual de uma forma mais específica, compreendendo o impacto que a condição do transtorno do espectro do autismo tem na elaboração de políticas públicas. Então esse foi um outro desdobramento. E aí vocês vão dizer: "Flávia, mas isso parecia tão claro, eu sei, mas aí quando a gente faz um debate mais teórico, que a gente olha paraas várias perspectivas, a gente muitas vezes tem uma dificuldade de entender a perspectiva teórica, né? Então da importância de que a o conceito de pessoa com deficiência sim ainda é um conceito que nós estamos lutando para conseguir que ele se efetive. E a gente vai falar daqui a pouquinho da Lei Brasileira de Inclusão, sempre falar da mudança de paradigma, mas fortalecer a ideia do conceito de pessoa com deficiência, de que essa pessoa com deficiência ela se dá por uma perspectiva biopsicossocial. Então é a condição da pessoa somada as barreiras. Isso é importante para todas as deficiências, mas eu preciso, sempre que necessário, observar como que eu construo essa política pública, olhando de uma forma individualizada para cada uma dessas condições, exatamente para conseguir garantir a efetividade da sua inclusão. E é isso que vocês vão encontrar no material que foi lançado ontem, que eu não pude estar no lançamento, mas eu confesso que eu já dei uma conferida, já fiquei ali estudando há pouco o material ontem. E nesse material vocês vão encontrar inclusive diretrizes pedagógicas, eh, modelos, né, de orientação pedagógica, de exemplos voltados para cada uma das deficiências. Exatamente. Considerando o ponto que eu falei agora, isso é um desdobramento dessa perspectiva que nós já trouxemos dentro do parecer 50, que é um parecer de orientação para estudantes com o transtorno do espectro do autismo, mas cuja fundamentação pode sim ser utilizada para diversas outras deficiências, inclusive a deficiência intelectual. Então, a gente tem aqui essa questão das demandas crescentes e o envolvimento cada vez maior da comunidade escolar. Então, eh, hoje certamente a questão da demanda do autismo é uma demanda que envolve não só o professor, mas o próprio gestor, eu tenho certeza que quase toda semana vocês devem receber familiares, pesquisadores, pessoas interessadas em falar ou pesquisar sobre o tema do autismo. Por isso que é tão importante a gente ter esse espaço aqui para discutir. E aí a gente vê, então, Flávia, eu entendi, compreendo que de fato eu tenho uma diversidade teórica muito grande e que o direito pode ser uma força motriz na minha tomada de decisão. Então, se eu preciso compreender melhor os aspectos jurídicos, que legislações são essenciais para eu entender os direitos das pessoas com autismo e como que essas legislações podem me ajudar no dia a dia enquanto docente? E aí eu preciso falar para vocês sobre os marcos legais. A gente começa sempre com a Constituição de 1988 e também perpassa pela lei diretrizes e base pela convenção da ONU. Essas são as legislações macros que a gente fala. A convenção da ONU de 2008, ela é muito importante porque é ela que vai trazer a mudança de paradigma do conceito da pessoa com deficiência. O material de vocês tá falando muito sobre isso, tá pessoal? a perspectiva da mudança do modelo médico para o modelo social. Eu vou até além porque eu entendo que o nosso modelo é um modelo biopsicossocial. A gente tem feito inclusive um aprofundamento dessa discussão no Brasil, né, de como que a gente vai conseguir eh estabelecer uma avaliação biopsicossocial da deficiência. Mas para além disso, nós temos outras duas legislações eh que são essenciais à leitura de vocês para compreender sobre os direitos das pessoas com autismo, mas não para compreender esses direitos. É isso que eu quero deixar muito claro. Muitas vezes a gente fala da lei briniciana, lei 12.764 de 2012 ou da lei brasileira de inclusão. E parece que nós estamos falando de uma legislação que ela é sempre pro outro, né? Ah, vou falar sobre essa lei, mas é o papel do advogado ou papel do promotor de justiça, né? ou muitas vezes eh essas nomenclaturas que estão no direito parecem muito distantes da realidade de vocês. E talvez uma das um dos maiores benefícios e desdobramentos do parecer 50 seja exatamente a possibilidade de trazer mais para perto do pessoal da dos educadores a questão da legislação. Então é como se eu tivesse mostrando para vocês uma nova forma de olhar para essa legislação. Como que eu devo então ler a Lei Brasileira de Inclusão e a Lei Berenice Piana? Leiam pensando que vocês são peça essencial na execução dessa política. Não leiam pensando que essa lei foi feita para o advogado, para o juiz, para o promotor de justiça. Leiam essa legislação pensando como que eu vou usar isso que está descrito na legislação nas minhas atividades cotidianas dentro da escola. E aí quando eu falo da lei briniciana, porque que ela é tão importante? Ela vem antes da lei brasileira de Inclusão. Ela é do ano de 2012 e ela institui uma política nacional voltada para os direitos das pessoas com transtorno do espectro do autismo. Fala também do reconhecimento da pessoa com autismo enquanto pessoa com deficiência e traz garantias nas esferas da saúde, educação e assistência social. Mas ela traz alguns outros pontos muito importantes e que vão se conectar com muito do que nós falamos hoje. Uma dessas garantias diz respeito ao diagnóstico e a intervenção precoce. É claro que quando a gente fala de diagnóstico, pessoal, existe uma lei federal que ela determina que o diagnóstico nozológico, ou seja, aquele diagnóstico voltado paraa identificação de uma condição de doença, ele é privativo do médico, tá? Então não, os nossos professores não vão fazer esse diagnóstico. Mas o que que a intenção da legislação fala da questão da precocidade que a gente falou já na palestra do professor Fernando, da importância de que todos nós da sociedade estejamos atento aos sinais de alerta para o desenvolvimento infantil. Isso sim é uma atribuição, inclusive de nós professores e que tem todo um impacto no desenvolvimento futuro desse estudante. Mais uma vez, não só isso está previsto na legislação, na lei brincipiana, como também na lei do marco legal da primeira infância. Então, é muito importante que os nossos professores leiam essa legislação pensando, opa, mas qual é o meu papel, né, nesse processo de acompanhamento do desenvolvimento infantil, do acompanhamento do desenvolvimento como um todo, né? Que instrumentos a escola possui para conseguir fazer esse acompanhamento? como que pedagogicamente vocês conseguem identificar se um estudante ele tem alguma necessidade específica e também quais são as suas habilidades e potencialidades. Flávia, você tá falando dos aspectos legais. Por que que isso tem impacto para mim enquanto professor do AE? Porque nós temos uma nota técnica do Ministério da Educação número 4 que determina que o início das atividades no AE independem de laudo. Muito bem. Então isso significa dizer que quem vai definir se esse aluno tem que ir pro AE ou não, quem é? São vocês, professores. Então conseguiram entender a responsabilidade de vocês quando a gente vai pensando nessa perspectiva legal? A tomada de decisão, ela está centralizada no papel do professor. Sinto que terei muitas perguntas no final. Estou feliz. Estou feliz. E mas é importante que a gente lembre isso. Muito se discutiu durante o parecer 50 e particularmente eu fiquei muito feliz de ver essa discussão eh do quanto que os professores se engajaram e as famílias se engajaram, mas principalmente os docentes, da importância do lugar de fala do professor, da importância da profissão do professor enquanto um tomador de decisões, né? Então, que não, a escola não é clínica, que a escola não é o lugar do modelo médico, mas é importante que nós todos saibamos que essa tomada de decisão da importância do fazer pedagógico, ela também vem eivada de uma série de responsabilidades e que o meu papel aqui é mostrar para vocês qual é o fundamento legal dessas responsabilidades e como que vocês podem subsidiar a tomada de decisão de vocês. Então, fazer uma avaliação com base na Lei Brasileira de Inclusão que considere três aspectos: necessidades, habilidades e potencialidades, onde avaliar o desenvolvimento humano daquele estudante são requisitos importantes a partir do marco legal da primeira infância. Podem ser caminhos que venham a ajudar vocês numa tomada de decisão se aquele aluno vai ou não para o AE, se aquele aluno precisa ou não de um apoio escolar ou de um acompanhante especializado. Falei aqui de dois temas que fazem, tenho certeza, que fazem parte do dia a dia de vocês. Todos os dias quando vocês entram na escola. Essas duas decisões são decisões que vocês precisam tomar e poder fazê-las com base na legislação, certamente pode um ser um caminho que vai tornar essa decisão talvez mais fácil, porque eu sei que não é uma decisão fácil. Muitas vezes vocês vão ter que verificar como é que tá a possibilidade de concessão, se vai ter orçamento, como que vai se dar o ingresso daquele estudante, conversar com essa família, principalmente quando a gente tá falando do AE que é no contraturno. Então, existe a decisão que vocês tomam, ela tem um altíssimo impacto na vida daquele estudante. E por isso que é tão importante a gente tá falando da relevância da tomada de decisão por parte dos professores. A gente continuando aqui, temos também a questão da lei brasileira de Inclusão, a lei 13.146 de 2015. Eh, tô tentando trabalhar aqui já com uma questão de de da datas, né? Então, a gente tem a lei Brincip em 2012 e a Lei Brasileira de Inclusão em 2015. Mais uma vez, como eu devo ler a Lei Brasileira de Inclusão? Leia pensando, eu tô lendo isso aqui, eu faço como para tirar do papel. Que que eu faço com essa legislação? Leiam como se aquela lei estivesse sido descrita para vocês. Eu sei que a gente costuma falar muito que a lei brasileira de inclusão é o estatuto da pessoa com deficiência. Eu sou uma pessoa com deficiência auditiva também e a gente tende a falar da lei como se ela fosse voltada como se as pessoas com deficiência ou os operadores jurídicos fossem os principais responsáveis por aquela legislação. E quando vocês pegam ali o artigo 27, 28, 29, 30, que são do capítulo de educação da Lei Brasileira de Inclusão, você tem uma série de perspectivas que vocês podem adotar no campo prático da atuação de vocês. Então, quem ainda não domina a Lei Brasileira de Inclusão, é muito importante que faça essa leitura e eu vou falar um pouquinho mais dela sobre como que ela tem impacto a partir do parecer 50, né? Primeiramente, o parecer 50, ele já adota, óbvio, por óbvio, né, já que ele foi, também tive a oportunidade de contribuir com a com a relatoria, com a escrita dele, sou advogada, não poderia me furtar a deixar esse parecer muito adequado àquilo que a legislação traz. Então, primeiro ponto que a LBI traz, que tá muito adequado junto do parecer, é exatamente a mudança de paradigma do conceito de deficiência. Essa mudança de paradigma vem da convenção da ONU e ela considera que a deficiência, tá previsto no artigo terceirº da LBI, é exatamente a condição que a pessoa tem somada as barreiras que são impostas a ela, que impedem a participação dessa pessoa com deficiência em igualdade de oportunidades. Flávia, bonitas palavras, mas como que eu faço? O que que eu faço com isso no meu dia a dia? Primeira coisa que você tem que pensar, que barreiras estão sendo apresentadas para esse estudante, que barreiras estão sendo postas para esse estudante no meu dia a dia da escola. E aí eu tenho uma série de barreiras que também estão descritas lá no artigo terceiro, tá? Então tenho barreiras comunicacionais, eu tenho barreiras arquitetônicas, né? Eu tenho barreiras tecnológicas e tenho as barreiras que para mim são as mais impactantes, que são as barreiras atitudinais. Então, como é que eu faço isso, Flávia? Como é que eu pego essa lei e uso no meu dia a dia enquanto professor? Entrem na escola, caminhem para a escola olhando onde eu tenho barreiras. Você pode encontrar barreiras já na entrada, né? São barreiras muitas vezes arquitetônicas. Vocês que são professores do AE, para quem tá nos assistindo online, a grande maioria dos nossos professores aqui são professores do AE. Eu tenho certeza que vocês sofrem todos os dias a tal da barreira atitudinal, que é quando muitas vezes vocês elaboram um plano de a e aí vocês querem conversar com o professor da sala de aula comum e aí a primeira frase que vocês escutam quando vocês falam, por exemplo, da necessidade ou de um desenho universal de aprendizagem, ou seja, que ele modifique o seu fazer pedagógico para que ele consiga pensar numa aula para todos aqueles estudantes ou que ele modifique a sua aula pensando num plano educacional individualizado quando o dua não é suficiente, né? Quando eu preciso para além do desenho universal caminhar em favor das adaptações razoáveis, que também está previsto na Lei Brasileira de Inclusão. Todas as vezes que vocês vão falar isso com o professor da sala de aula comum, muitas vezes que vocês escutam: "Ah, mas quando eu me formei não tinha que fazer isso. Ah, mas não é a minha obrigação. Ah, mas se eu tenho que fazer isso, para que que tem professor do AE, né? Então, tenho certeza que todos vocês já passaram e isso é uma barreira atitudinal. Como que eu quebro barreiras atitudinais? Com acolhimento, mas também com conhecimento. Então, eu sempre costumo dizer, porque assim, eu também passo por isso na universidade. Se mas na universidade eu acho que até mais complexo, porque ainda diz assim: "Mas se ele chegou até aqui, ou seja, se ele passou no vestibular no Enem, por que que eu preciso fazer alguma coisa, né? Já teria condições de estar plenamente inserida." Eu ouço isso, infelizmente, de uma forma muito cotidiana dentro dos espaços da universidade. E aí eu sempre costumo dar o meu exemplo enquanto advogada. Eu costumo a falar paraos meus colegas bem, se eu advogada que me formei, meu Deus, vou indicar a idade agora, que me formei lá em 2007, ainda estivesse advogando ou redigindo qualquer texto com a legislação brasileira de 2007, eu já teria sido presa, porque eu teria feito um prejuízo gigantesco, não só pra gestão pública, quanto para qualquer outro cliente meu. Então, é muito importante. A mesma coisa pra medicina, por exemplo, uma outra profissão importantíssima na nossa sociedade. Você imagina um médico que se formou há 30 anos atrás, você acha que até hoje ele tá eh fazendo qualquer consulta ou uma cirurgia ou qualquer procedimento com que ele aprendeu quando ele se formou? Ou você acha que ele vem estudando continuamente, entendendo a importância da sua profissão para a nossa sociedade? E é isso que eu quero fazer. Eu, como professora, eu quero que a profissão de professor esteja dentro desse patamar. Então, não posso aceitar que um colega me diga, e fala isso, colegas professores, que eu não consigo fazer isso porque quando eu estudei há 20 anos atrás, eu não tive uma matéria de inclusão e acessibilidade na minha formação, porque eu tenho certeza que os médicos também não tiveram diversas formações de tecnologias que hoje eles usam para fazer uma cirurgia. Eu como advogada não tive uma formação em lei brasileira de inclusão, porque eu me formei em 2007, a lei de 2015, e nem por isso eu deixei de estudar e entender a importância, porque esse conhecimento ele é meu. Esse conhecimento ele faz com que eu possa exercer a minha profissão com uma maior relevância pública, mostrando a importância que eu tenho pra sociedade. Então essa é uma argumentação que eu trago para vocês que pode ser uma sinalização para que vocês possam quebrar barreiras atitudinais, porque eu tenho certeza que essas barreiras são um grande prejuízo para vocês no dia a dia. E por que quebrar as barreiras eh atitudinais são tão importantes quando eu falo de uma forma específica do parecer 50? Porque, opa, não sei se caiu. Acho que perdemos o sinal dos nossos slides, mas não tem problema que a gente segue da mesma maneira. Mas por que que é tão importante então falar sobre essa questão das barreiras, especialmente a atitudinal? Quando eu falo do parecer 50, porque um pouquinho mais para frente a gente vai falar de planejamentos educacionais e aí entra a figura do PEI e na estrutura que ele está montado dentro do projeto do parecer 50, o PEI é de responsabilidade do professor da sala de aula comum. Então, dificilmente vocês vão conseguir nessa interação com o professor de sala de aula comum explicar a importância de que ele tem que se planejar para também receber esse estudante se ele tiver barreiras atitudinais. Então, antes da gente falar de estudo de caso, projeto político pedagógico, PAE, PEI, eu preciso que a primeira coisa que vocês possam fazer é observar que barreiras existem dentro dessa escola que estão impedindo vocês ou toda a escola de efetivamente se tornar uma escola inclusiva. E como é que eu faço isso? Artigo terceirº da Lei Brasileira de Inclusão, tá certo? Então, por isso que eu digo, leiam a legislação pensando em como que essa legislação pode ser um instrumento de efetividade para o trabalho que vocês vão exercer. Eh, e aí a gente então passar essa primeiro momento que a gente falou da lei brasileira de Inclusão, da mudança de paradigma de conceito da pessoa com deficiência. Eu vou passar a falar agora sobre alguns aspectos que estão no nosso parecer 50 e que mais uma vez indicam um caminho. Eu sei que muito do que eu vou falar aqui, no caso específico do estado de Goiás, já é um avanço, porque você já tem uma norma antes do parecer 50 que já trazia esse passo a passo, mas como eu sei que tem muita gente assistindo do Brasil todo e como eu disse, Goiás é uma referência para nós em termos de educação, de qualidade, é sempre importante lembrar que Goiás é um exemplo, exatamente porque muito antes do parecer 50 começou a se preocupar em como seria a organização da educação espec especial. Então, você que é de outro estado, de outro município, que tá assistindo nesse momento essa palestra, sempre fique atento a como que o seu estado, como seu município está organizando a educação especial. ter fluxos, decretos, normativas, orientações são mecanismo essenciais para que a gente possa ter uma unicidade nesse trabalho docente. Essa unicidade é muito importante, inclusive porque o nosso sistema educacional que é federativo, ele muitas vezes atribui ao município a educação básica, né, perdão, o ensino fundamental e ao estado ensino médio. Então, quanto mais unificados ou quanto mais dialógico for o trabalho de vocês, melhor vai ser para esse aluno. Muitos municípios inclusive adotam um grupo de escola de primeiro ao 5inº ano e primeiro ao quarto ano e depois um outro grupo de escola de quinto ao nono. Então você imagina para esse aluno quando ele não tem esse trabalho unificado dentro do município ou dentro do estado em que cada escola que ele vai, a escola age de uma maneira diferente em relação a qual é o caminho dessa inclusão. Então parece orientador, ele traz de uma forma mais clara esse caminho, porque já estava previsto na LBI, mas eu confesso que de fato nem sempre a legislação ela é algo tão palatável para quem não é da área do direito. E qual é esse caminho? Então, Flávia, chegou o aluno com deficiência. Aí vou falar de uma forma específica do aluno com autismo, mas isso vale para todos os alunos. Ele chegou na minha sala hoje ou chegou na minha escola hoje. Qual é a primeira coisa que eu devo fazer além de todo esse processo de acolhimento? Do ponto de vista legal, precisa entender o conceito de pessoa com deficiência e precisa entender que barreiras podem existir naquele ambiente para aquele estudante. Isso é o primeiro ponto, tá? Porque como eu disse, se eu tiver barreiras, eu não vou nem conseguir começar muitas vezes esse processo de inclusão se aquela barreira for tão impactante para o ingresso dele. Vou dar um exemplo. Se eu tenho um estudante que é uma pessoa que tá em cadeira de rodas, se não existe nenhuma acessibilidade, a sala dele fica no terceiro andar, ele não consegue nem chegar na sala de aula. Então, por isso que a questão das barreiras elas são tão importantes e é o primeiro passo que vocês devem avaliar. passar esse primeiro momento das barreiras e que nem sempre vocês vão conseguir solucionar todas, mas saber que elas existem já é um passo muito importante, porque vocês vão saber onde está o gargalo, vocês vão conseguir ficar, ó, eu tenho essa dificuldade aqui que eu vou precisar ao longo do prazo ou no decorrer das minhas atividades e conseguindo solucionar, até porque muitas dessas questões não são resolvidas só pelo professor do Aê, mas devem ser resolvidas pela comunidade escolar como um todo. Mas passada a identificação da questão das barreiras, qual é o segundo passo? a questão do estudo de caso. Então, o estudo de caso que tá previsto na Lei Brasileira de Inclusão e que veio melhor detalhado no parecer 50. E aí a importância do parecer 50? Parecer 50 é o primeiro documento federal homologado pelo Ministério da Educação, que traz um roteiro de estudo de casa. A gente falou tantas vezes informações e debates sobre a importância do estudo de caso, mas a gente não tinha nenhum roteiro. Como que eu faço então o estudo de caso? Por onde eu começo? Eu tenho algumas perguntas para me ajudarem a construir esse estudo de caso. Eu sei que eu tô falando aqui com professores especialistas que t uma vasta formação, que estão num estado, que tem essa preocupação muito positiva, que não tenho como deixar de parabenizar o governador Caiado, secretária Fátima Gavioli, ped dedicação de est promovendo um evento dessa envergadura, né, paraa educação especial. Isso mostra uma preocupação com o tema, mas essa não é a realidade de todos os municípios e de todos os estados. Então, tem muitos professores que não fazem a mínima ideia por onde começar um estudo de caso, não sabem como fazer uma elaboração, não tem um guia, um roteiro, um caminho para iniciar, né? Então, por isso que o parecer 50 homologado agora ele é muito positivo, porque ele traz inclusive essa estrutura básica de como fazer esse estudo de caso, que perguntas eu posso fazer. Lembrando sempre, esse parecer é orientador, então não há uma obrigatoriedade. E a legislação ela fala que o professor deve elaborar o estudo de caso, mas ele não diz como que esse estudo de caso deve ser feito. Então, mais uma vez, o parecer 50, ele traz essa orientação, essa série de perguntas que podem ser inclusive complementadas com outros documentos que o professor do AE ou o professor da sala de aula comum na ausência do professor do AE considere ir relevante. Flávia, você falou agora na ausência do professor do AE. Sim, pessoal, porque existem ainda muitos municípios e muitas escolas que não tm professor do AE, né? Na verdade, os dados do senso indicam que menos de 50% das escolas brasileiras tem professor do AE. E aí, que que eu faço? Se não tem professor do AE, não vai ter estudo de caso? Não. A gente vai poder fazer o estudo de caso, inclusive pra elaboração do PEI. E aí eu vou agora aprofundar um pouquinho mais. A gente falou então da importância de analisar as barreiras quando esse aluno chega. Segundo ponto. E aí tô falando quando o aluno chega, pessoal, porque eu sei que na prática muitas vezes é assim que no chão da escola vai funcionar. Mas tudo que eu tô falando aqui, o ideal inclusive é que acontecesse antes desse aluno chegar, né? Então, para vocês que já estão no nível mais avançado de inclusão, eu até sugiro o contrário. Andem pela escola imaginando se amanhã chegar um estudante com autismo, a minha escola tem barreiras. Se eu tiver um aluno usuário de cadeiras de rodas, um usuário deficiente visual, um usuário que seja eh um estudante que seja uma pessoa com deficiência auditiva, mas eu sei que na prática muitos de nós só vamos efetivamente olhar para essa questão, ter essa cuidade maior quando esse aluno chega na sala de aula e falo por mim, eu confesso para vocês que há mais de 10 anos eu trabalho com elaboração, implementação e avaliação de políticas públicas de inclusão. Vocês sabem quando eu fui procurar o que que a minha universidade tinha de inclusão pros meus alunos? No dia que eu recebi um aluno com deficiência na minha sala. Então eu sei que isso vai acontecer também. Não adianta a gente falar de utopias aqui, porque eu sei que não é isso que na prática vai acontecer. Mas quando esse aluno chegar para você, o que que você vai buscar fazer? Primeiro, uma análise de barreira, entendeu o conceito da pessoa com deficiência. Segundo, a elaboração de uma avaliação pedagógica ou como descrito na legislação, a Lei Brasileira de Inclusão fala do estudo de caso. Então, Flávio, eu sempre fiz estudo de caso, nunca sabia se era legal, se tava na lei, está na lei brasileira de inclusão, tá? Então vocês saberem qual é o fundamento de porque que eu tenho que fazer um estudo de caso, vocês podem conferir no artigo 28 da Lei Brasileira de Inclusão, que fala da questão eh do estudo de casa. E o que que esse estudo de casa então deve ter a partir da orientação do parecer 50? É como se eu pegasse a lei brasileira de inclusão, a lei briniciana, e o parecer estivesse te contando como é que isso sai do papel, né? Então a gente tem que ter um histórico de habilidade, dificuldades e de interesse do aluno. Ele deve ser feito uma colaboração multidisciplinar, né? Ele é uma base para o PAE e para o PEI e ele deve ter a identificação de apoios. Então, e basicamente quando eu falo do estudo de caso, eu devo trazer esses elementos. E aí a gente vai falar agora sobre um outro ponto muito importante do parecer 50. Então, o que que já falamos até agora do parecer 50? a sua importância enquanto documento orientador, o fato dele reforçar a legislação brasileira, especialmente a lei briniciana e a lei brasileira de inclusão, e ele ser um instrumento que vai nortear a atuação dos docentes, sejam eles professores do AE, sejam eles professores da sala de aula comum, seja a comunidade escolar como um todo. E tem um outro ponto também, ele é um documento que foi muito pensado pr as famílias, porque muitas vezes a família chega na sala de aula, chega na escola cobrando algo e dizendo: "Não, porque é um direito do meu filho". E nem sempre é, tá? Nem sempre isso tá claro dentro da legislação. O contrário também é verdadeiro, né? Eh, muitos docentes acabam dizendo: "Eu não tenho a obrigação de fazer isso". Quando na verdade ele tem a obrigação de fazer. Então, por isso que é muito importante que quando eu tenho essa dúvida de como gestar esse processo educacional numa perspectiva inclusiva, eu consiga saber que a legislação ela me oferece um caminho de como eu posso fazer essa tomada de decisão, como eu posso fazer inclusive essa mediação de conflitos entre, por exemplo, os familiares da escola dentro do próprio ambiente escolar, quando existe alguma situação eh de não concordância dos docentes em relação a algum ponto. E aí a gente tem então como que eu consigo estabelecer essas regras já no chão da escola? Se eu tô falando que o parecer traz umas regras mais generalistas a partir da legislação. Eu tenho três planejamentos que são essenciais, que devem vocês conseguem perceber no chão da escola se essa escola está sendo inclusiva ou não. O primeiro deles, o projeto político pedagógico. E essa foi uma das coisas que eu mais ouvi elogiou Parecer 50, foi do quanto que ele tinha, vamos dizer, ressuscitado a importância do projeto político pedagógico, que andava meio esquecido, né, em muitos textos de políticas educacionais. Então, projeto político pedagógico, que no caso da LB inclusive determina que ele deve institucionalizar o AE. Flávia, sou professora do AE, me senti contemplada na sua fala. O que que tem a ver o PPP com a minha atuação? Como é que você sabe como deve ser a sua atuação como a quantas vezes você vai atender aquele aluno? Qual espaço que você vai ter? Como é que vai ser a sua aura pedagógica de interação? Como que vai ser a reunião com os familiares? Que documentos você vai utilizar paraa sua atuação? Como eu disse, aqui no estado de de Goiás vocês têm uma norma superior que vem da Secretaria de Goiás. Mas quem não tem isso? Quem tá me ouvindo aqui no seu município não tem? Isso não tá muito confuso, não tá muito claro. Dentro da sua própria escola, utilizando o projeto político pedagógico, tudo isso que eu falei você pode institucionalizar. Então, projeto político pedagógico da sua escola pode prever onde vai ser feito o AE, quem vai fazer o AE, como ele vai ser feito, quantas vezes aquela criança vai, se vai ser no contraturno, se vai ser no turno, que documentos podem ser utilizados, né? Então, volto a dizer, eh, o projeto político pedagógico é um instrumento essencial de planejamento dessa escola. Então você que tá aí na ponta, se a sua escola, você quer que essa escola se torne uma escola inclusiva e você tá aí, ah, mas eu tô esperando porque quando vier uma decisão do Conselho Municipal de Educação, quando vier uma decisão do Conselho Estadual de Educação, você tá perdendo tempo, porque a lei já te deu essa autonomia. A lei já disse que a escola tem autonomia para elaborar o seu projeto político pedagógico. Então, o tempo de esperar já acabou, pessoal. Com um para 31 e 900.000 matrículas, a gente não tem mais nenhum segundo para perder. Então, eu deixo aqui uma das orientações, uma das vantagens que o parecer 53 50 traz, que é exatamente valorizar o chão da escola. Então, a escola tem um instrumento chamado projeto político pedagógico, que pode e deve ser inclusive sempre revisado para atender as demandas que aquela escola recebe. Então, o primeiro planejamento que eu tenho que ter é o projeto político pedagógico. Flávia, e como que eu posso elaborar esse projeto político pedagógico para pensar a educação inclusiva? Tem quatro pilares, vai ganhar um doce quem acertar. Tem quatro pilares que eu já venho falando há bastante tempo que estão previstos na lei brasileira de inclusão. E se você quiser saber se a sua escola é inclusiva ou não, você precisa olhar para esses quatro pilares que começa com acesso, permanência, participação e aprendizagem. Esses quatro pilares estão previstos na Lei Brasileira de Inclusão. Volto a dizer, né, eu sei que a gente tem diversos outros documentos orientadores, como a Política Nacional da Educação Especial na perspectiva da educação inclusiva, com uma série de notas técnicas do Ministério da Educação. Mas aqui o meu objetivo é falar para vocês que para além de todos esses documentos, eu tenho uma lei que diz que diz, olha, eu tô ficando preocupada quando chegar no final da minha palestra. Para quem tá nos assistindo online, que tá tendo muitos burburinhos, muitas perguntas, sinto que teremos um bom debate ao final da minha palestra. Isso sempre me deixa muito feliz. Mas esses quatro pilares é o Vamos lá de novo. Estão pedindo para eu repetir, vou falar de novo. Acesso, permanência, participação e aprendizagem. Tá, Flávia? Como é que eu devo usar isso no meu projeto político pedagógico? Vocês devem observar como que a sua escola vai trabalhar com cada um desses pontos. Bora dar um exemplo na parte do acesso. Se vocês observarem o parecer 50, inclusive tem lá toda essa identificação, né? Quando eu falo de educação para estudantes com autismo e para estudantes com deficiência como um todo, a lei brasileira de inclusão, ela diz que é crime eu negar a matrícula em razão da deficiência. Então, se eu tô numa escola que na minha escola se nega a matrícula em razão da deficiência, o que que significa dizer, pessoal? Eu fui lá tentar matricular a criança, aí eu consegui matricular porque ela era uma criança sem deficiência. Mas se eu disser: "Ah, mas ele é autista, a vaga some". Então, quando essa vaga ela deixa de existir para aquele estudante, porque ele, aquele estudante se identificou enquanto estudante com deficiência, provavelmente eu estou diante de um crime de negativa de matrícula em razão da deficiência. Claro que existe toda uma investigação, né, um boletim ocorrência, mas eu provavelmente estou diante dessa situação. Essa é uma das situações mais, como eu posso dizer, mais desafiadoras da educação na atualidade. Porque se a gente for olhar os dados estatísticos, significa dizer que sim, eu vou ter uma média aí de cinco estudantes com deficiência por cada uma das salas de aula, mas eu não posso fazer essa negativa em razão da deficiência. Se a minha escola faz isso, eu já queimei o primeiro pilar, eu já não garanto acesso. Então, não posso dizer que a minha escola é inclusiva. A perspectiva desses quatro pilares, acesso, permanência, participação e aprendizagem, deve ser utilizada para vocês, para que vocês consigam identificar onde tá o gargalo da sua escola. Vamos continuar? Vamos dizer que vocês são uma escola que não negam matrícula. Não, Flávio, a gente consegue, isso é muito comum, inclusive nas redes públicas, tá? Por quê? Porque uma rede pública, ela nunca tem só uma escola, né? Quantas escolas tem, professor aqui no estado de Goiás? Professor Éberson, professor Erson está batendo papo. Professor Éerson tá conversando na [Risadas] aula. Professor Éerson e professor Davi conversando no meio da aula. Ah, meu Deus. Mas, meu querido, quantas quantas escolas nós temos no M no estado de Goiás? 980 980. Então, veja bem, eu tenho que fazer estadual, né? Mas, ó, eu tenho que fazer um esforço muito grande para dizer que nem não tem vaga em nenhuma das minhas 980 escolas, porque a o sistema educacional dos municípios do estado, eles nunca contam com uma escola só. Então, por isso, e aí um ponto muito positivo, falamos tanto de que não pode negar matrícula, não pode negar matrícula, que isso acabou sendo internalizado pelos sistemas. Lembrando essa lei desde a década de 80. desde a década de 80 que não se pode negar a matrícula em razão da deficiência. Isso foi reforçado na Lei Brasileira de Inclusão. Mas vejam, e aí eu quero deixar um ponto positivo. Eu sei que muitas vezes nós professores participamos de uma série de formações, de debates, a gente sempre fica se perguntando, isso não vai dar em nada até isso acontecer. Ah, porque se for lá na minha escola vai ver que nada disso sai do papel. E eu tô trazendo um dado importante aqui para vocês. A minha experiência tem me mostrado que desde que a gente começou a falar mais da importância da educação inclusiva, da lei brasileira de inclusão, do crime de negativa de matrícula em razão da deficiência no âmbito das escolas públicas, isso diminuiu drasticamente, inclusive porque os sistemas educacionais começaram a pensar na rede, né? também eu posso não ter vaga nessa escola, mas o próprio serviço educacional do município do estado tem a percepção de que é minha obrigatoriedade fazer aquela matrícula e ele encontra mecanismo de distribuir melhor esses estudantes. Como que a questão do acesso veio no parecer 50? Então, primeiro, como o pilar habilitante, porque se ele nem entrou na escola, fica difícil a gente conseguir falar dos outros três. Então, primeiro ponto é essa questão. E ele trouxe mais um ponto importante, Flávia, eu sou de professora, eu trabalho na gestão desse sistema, né, de matrícula. Eu posso priorizar a matrícula dos estudantes com deficiência? Isso era uma dúvida muito comum, que alguma, alguns estados e municípios abriam primeiro a matrícula para os estudantes com deficiência e aí distribuíam esses estudantes para depois saber quantas vagas teriam para os demais estudantes. E aí via toda uma discussão se isso seria legal ou não. Parecer 50 disse que é legal. Por quê? O artigo 9º da Lei Brasileira de Inclusão diz que eu tenho que dar prioridade para atenção às pessoas com deficiência. Então, ó, quem utiliza filtros de matrícula, quem faz chamada prioritária, quem primeiro matricula todos os estudantes com deficiência e depois matricula os demais estudantes, parecer 50 compreende a partir da LBI que sim, isso é legal e isso atende aos direitos da pessoa eh com deficiência, nesse caso específico, com autismo. Isso pode estar no teu projeto político pedagógico. Lembra que eu falei tudo isso que eu tô falando dos direitos é como que eu faço isso na prática? Flávio, eu quero um documento lá na minha escola. onde é que isso tá escrito? Vocês podem construir isso dentro do projeto político pedagógico de vocês. Claro que não é o caso aqui específico de Goiás se vocês não tiverem nenhuma recomendação do Conselho Municipal de Educação, nem do Estado, nem do do estado como um todo, digamos, a partir das secretarias e não só dos conselhos. Então é muito importante porque eu sei que essa é a realidade de muitos municípios nesses quatro pilares. Então falei do acesso permanência. Flávio, eu matriculo esse aluno, mas esse aluno ele tem muitas dificuldades. Então assim, ele chega na aula 7 da manhã, 7:30 da manhã e quando no primeiro mês de aula ele ficava até mais ou menos meio-dia, a gente fazia um esforço e não ficava o tempo todo na sala de aula. Mas eu fui começando a notar como professora que ele não gostava muito do ambiente da escola. se tinha agitado e a gente começou a liberar ele na hora do do o microfone não tá querendo que eu termine a minha palestra, mas eu vou terminar. E aí, pessoal? Então, esse aluno, ele, a professora muitas vezes faz esse relato, não, mas depois do recreio ele ficava muito agitado, porque as crianças voltam agitadas. Aí eu comecei a ligar pra mãe para vir buscar depois do recreio e aí eu percebi que depois foi piorando, ficou mais agitado, a gente não sabia como lidar e aí eu fui falando para essa mãe que talvez fosse melhor de vir só três vezes na semana porque ele fica cansado, né? Muito estímulo. E aí, pessoal, quando vocês começam a observar esse tipo de fala, que eu sei que vocês já devem ter encontrado, inclusive em outras escolas com colegas e às vezes até a própria família diz isso, não, mas ele não dá conta, não é bom ele ficar e ficar muito cansado, né? chega em casa assim muito apático. Então isso daqui a gente precisa entender que essa realidade tem uma previsão legal que fala sobre ela. Quando eu não tenho esse planejamento e quando eu não sei quanto que esse meu aluno eh está embuído nesse espírito de inclusão, tanto o aluno quanto a escola, eu provavelmente estou ferindo o direito de permanência. Então, lembra que eu falei, meu aluno chegou na sala, chegou naquela escola, fiz uma análise de barreiras, estou fazendo estudo de caso e nesse estudo de caso eu preciso entender como que a minha escola lida com quatro pilares: acesso, permanência, participação e aprendizagem. Então, preciso saber como é que vai ser o acesso desse aluno, como é que vai ser essa matrícula. Eu tô fazendo uma matrícula acolhedora, dialogando com essa família, como que tá sendo a permanência dele? Eu estou fazendo todos os meus esforços necessários para aumentar o tempo de permanência, porque eu sei que vai ter gente, Flávia, mas ele é um estudante de autismo nível três, ele tem, tá passando por processo de adaptação, a própria família veio aqui requerer que a gente inicie um processo eh mais lento nesse processo de inclusão. Tudo bem, eu sou a favor das adaptações razoáveis e volto a dizer, eu acredito muito na autonomia docente e na responsabilidade docente. Eu não sou contrária que sejam feito essa perspectiva. Eu sou contrária que essa perspectiva seja feita sem qualquer planejamento, sem um estudo de caso e sem pensar que o meu objetivo deve ser sempre garantir a máxima permanência dele. Então, pela lei de diretriz e bases, quantos dias nós temos que garantir de educação? 200. Como é que eu tenho uma métrica se o meu aluno tá permanecendo ou não, Flávia? de 200 dias letiv foi 50. Eu tô garantindo a permanência, Flávia, de 200 dias aí, se for uma escola em tempo integral em que ele teria que ficar ali no mínimo 8 horas, dos 200 dias, das 8 horas ele fica só três. Eu tô garantindo a permanência. Então vocês conseguem entender que eu começo a ter métricas, tudo aquilo que a gente falava, não, porque a escola tem que ser inclusiva, mas que escola é essa do ponto de vista legal? Então, se ela não garante acesso ou se garante o acesso, mas não tem permanência, já queimei dois pilares aqui, mas eu ainda tenho mais dois, né? E todos esses aqui vocês podem ir tendo trabalhos dentro do projeto político pedagógico na organização do AE e da educação especial naquela escola. Eh, e aí eu tenho então acesso, permanência, participação. Não, Flávia, esse estudante ele fica, ele fica na escola. Professoron deu hoje um exemplo, claro, bora ver se vocês prestaram atenção no exemplo que o professor Éerson deu aqui no final da palestra do professor Fernando, que ataca justamente essa esse pilar da participação. Quem vai lembrar? A educação física. Gente, volto a dizer, eu tenho certeza que todos vocês já visualizaram isso. É aquele estudante que ele tá na escola, ele acessou, ele permaneceu, mas ele não faz todas as atividades. E ele não faz todas as atividades, não é? Porque e aí volto a dizer, a gente precisa ter cuidado de não confundir uma visão capacitista e uma barreira atitudinal de adaptações razoáveis com a exclusão desse aluno. Eu não posso dizer que, ah, não, ele fica na sala de aula porque é uma adaptação razoável, sabe? Não. Para eu saber se ele foi se foi feita adaptação razoável, eu tenho que ter tido o quê? um estudo de caso com um planejamento e aí sim eu posso tentar identificar quando não for o desenho universal não for possível que adaptações razoáveis podem ser feitas. Esse é um marcador muito importante. Muitas pessoas têm confundido a possibilidade de adaptações razoáveis que está garantida na legislação brasileira como um direito da pessoa com deficiência, como uma justificativa para imposição de barreiras atitudinais, para ações capacitistas, para ações até mesmo discriminatórias que no Brasil também são crime. Então é importante. E aí como é que eu sei, Flávia? Sou professora do AE. Aí o professor de educação física diz para mim isso. Não, mas ele não vai conseguir fazer. Vou deixar essa sala de aula assistindo um vídeo. Aí você vai cobrar o quê dele? Professor, mas cadê o seu planejamento? Mas o estudo de caso que a gente fez desse aluno não fala que ele não pode fazer aula de educação física. Não tem não tem nenhuma limitação de segurança de vida dele para que ele não possa fazer. Por que que o senhor tá tomando essa decisão? Entenderam? Como é que a gente usa a legislação para auxiliar o trabalho de vocês na tomada de decisão? Quem não é o professor do AE que tá dizendo que o aluno não pode ficar em sala de aula? a lei, a lei que tá dizendo que para eu definir como que esse aluno acessa, permanece, participa e aprende na escola, eu tenho que ter um estudo de caso, eu tenho que ter um planejamento pedagógico. Então vocês deixam de ser aquela pessoa chata que fica ali cobrando, dizer: "Não sou eu que tô fazendo isso. Quem está fazendo isso é a legislação, a lei brasileira de inclusão que determina o planejamento, o estudo de caso como um direito desse estudante. e a minha tomada de decisão, ela tá vinculada a esse planejamento. E a gente falou, então, acesso, permanência, participação e finalmente chegamos na etapa, eh, que é uma etapa, talvez, a mais primordial e a menos vislumbrada ainda no direito educacional brasileiro, que é a questão da aprendizagem. Se nas outras esferas a gente conseguiu ter alguns instrumentos que nos permitem avaliar o processo de qualidade de aprendizagem, inclusive provas nacionais, provas internacionais, né, o próprio IDEB no campo da educação inclusiva, isso ainda é um desafio muito grande tentar entender como se dá essa aprendizagem. E o que que eu posso dizer para vocês que a legislação traz e tá previsto no na Lei Brasileira de Inclusão? Exatamente esse planejamento. Então, quando eu falo aqui do PAE e do PEI, são dois instrumentos essenciais para que eu possa vislumbrar esses quatro pilares aqui, especialmente a aprendizagem. Primeiro porque o plano de AE vai identificar essas barreiras, vai conseguir fazer esse trabalho, inclusive no contraturno, não de reforço escolar, mas da aquisição de habilidades e competências necessárias, inclusive para aprendizado em sala de aula. Mas além do PAE, qual é o outro planejamento? que volto a dizer que é trazido dentro do da legislação eh dentro do parecer 50 de uma forma muito importante o plano educacional de individualizado. A discussão do PEI no Brasil, ela perpassa muito pela forma de planejamento dos professores. Começou a ficar muito notório que os professores do AE tinham um planejamento, mas quando você chegava na sala de aula não tinha planejamento nenhum. Então era muito comum você saber que o professor do AE ele tinha os seus objetivos pedagógicos. sabia como fazer esse trabalho. Ele tinha toda uma descrição, inclusive porque nós temos uma nota técnica do Ministério da Educação que fala como deve ser esse trabalho do professor do AE. Inclusive lá ele é um superherói, né? Porque vocês fazem tudo, inclusive a formação de outros professores. Eh, mas ele não fala qual é o papel do professor na sala de aula regular, da sala de aula comum. E aí a gente trouxe no parecer 50 muito esse olhar, qual vai ser o papel do professor da sala de aula comum? Porque se a gente entende que a educação especial, inclusiva, ela é responsabilidade de toda a comunidade escolar, por que que só o professor do AE tem plano? Porque que só o professor do AE planeja, ainda que ele planeje isso em conjunto com o professor da sala de aula comum, né? Então, sempre eu sei que a gente percebe assim: "Ah, Flávia, mas é porque esse plano do AE na prática, ele não foi conduzido como deveria, porque deveria ser um plano colaborativo, mas quando a gente vai pro chão da escola, é um fato de que esse plano do AE ele acabou ficando muito a distrito. As atividades executadas pelo professor do AE, muitas vezes no contraturno. É importante lembrar também que o que o país como um todo adotou alguns mecanismos de AE que não necessariamente o AE é feito na mesma escola. Então você tem os centros de AE, o que dificultou ainda mais às vezes a conexão do professor do AE com aquela escola, né? E não adianta a gente também, volto a dizer, falar de uma forma utópica, mesmo que esse professor do AE, quando ele está na escola, quando ele está no mesmo turno, é fato de que para eu poder ter um trabalho colaborativo, a colaboração ela tem que vir dos dois lados. Isso não tá acontecendo. Porque o professor do AE chega com todo estudo de caso, chega pensando em como é que ele vai fazer aquele trabalho e ele pergunta pro professor da sala de aula como professor, me mostra o seu planejamento, vamos trabalhar junto, né? Eu mostro o meu planejamento enquanto professor do AE e o senhor mostra o seu planejamento como professor responsável pela disciplina. E essa interação não acontece. Por quê? Porque na maioria das vezes o professor da sala de aula comum não tem esse planejamento. Ele não olhou para esse estudante, ele não conseguiu fazer nenhuma avaliação a partir da sua perspectiva da disciplina. E eu como professora comecei a ter muito essa percepção, inclusive na universidade. Eu sou professora da área de direito e eu ficava pensando, nós temos colegas, né, que fazem todo um trabalho no núcleo de acessibilidade que me dizem quais são as habilidades, potencialidades e e necessidades daquele estudante, mas não é o o meu colega pedagogo do núcleo de acessibilidade que vai me dizer como é que eu tenho que ensinar Constituição Federal e Direitos Fundamentais na sala de aula. Sou eu que vou conseguir, por exemplo, selecionar qual é o material, o melhor material. Eu posso, se tiver um aluno autista e sabendo que esse aluno é muito mais visual, que de repente ele vai conseguir aprender se eu passar um filme para ele sobre matemática do que passar 50, ainda mais no direito, né, pessoal? Passar 50 páginas de leitura para ele. Mas quem é que vai selecionar esse filme? É o professor do A ou Sou eu. Quem é que conhece mais direito? Quem é que vai poder avaliar melhor se aquele material, se aquele filme atende ao que eu quero dentro do meu objetivo pedagógico, né? Então esse ponto que foi uma lacona que realmente o parecer se 50 ele trouxe um caminho e ele falou: "Nós temos que ter planejamentos pedagógicos. Não dá mais para pensar em uma inclusão se eu não tenho um planejamento. Eu preciso trabalhar com esses três planejamentos: projeto político pedagógico, plano de AE e plano educacional individualizado, se eu quiser efetivamente ter de onde partir para uma discussão do que efetivamente vai acontecer com aquele estudante durante a trajetória escolar dele. Então esse é mais um desdobramento, né, já que o nosso objetivo vai falar dos desdobramentos. Esse é mais um desdobramento do nosso parecer 50. E eu já tô aqui já me encaminhando paraa minha parte final. E Flávia, desses desdobramentos, outro ponto importante que a gente trouxe no parecer 50, exatamente o impacto da formação de professores. A gente precisa olhar pros professores que estão na sala de aula comum para entender como que eles vão ser mais participativos dentro desse processo. Lembrando sempre que dentro da legislação brasileira a minha responsabilidade ela é total com esse estudante público alvo da educação especial. Eu não posso mais permitir no município, no estado, que a ausência do professor do AE signifique que esse aluno não vai ter planejamento nenhum. Muito pelo contrário, o Pil entra exatamente para suprir essa lacuna. Flávia, por quê? Porque a norma brasileira, as as orientações do Ministério da Educação, elas determinam de quem é a responsabilidade por fazer o plano de AE. plano de AE, a responsabilidade do professor da sala de aula como do professor do AE. Então, nós tínhamos, muitas pessoas perguntaram, Flávia, mas por que então a gente não pode usar o plano de AE para tudo? Porque nós temos uma vedação de uma orientação legislativa, né, dentro do Ministério da Educação, quando você olha paraa nota técnica do MEC, ele diz: "O responsável pela elaboração do plano de AE e pela sua implementação é o professor do AE e que o AE deve se dar prioritariamente nas salas de recursos multifuncionais. Vejam bem, Flávia, mas isso tá errado? Não, mas isso é uma norma lá de 2009, de 2009 para 2025, muita coisa aconteceu, inclusive triplicou o número de estudantes público alvo dentro da sala de aula. Então, se lá em 2009 eu falava de um aluno a cada três salas e aí talvez funcionasse muito bem essa questão de bem naquele caso, aquele professor do AE vai lá e vai est mais próximo do professor da sala de aula comum, hoje não é mais essa realidade. Hoje todas as minhas salas t estudantes público alvo da educação especial. Hoje eu tenho um desafio que não são estudantes público alvo da educação especial, mas são estudantes com necessidades educacionais especiais a partir da lei federal 14.254, que fala de dislexia, descalculhia, TDAH, que aí tem toda uma discussão se devem ser atendidas pelo AE ou não. Isso daí não tá sedimentado ainda do ponto de vista legal. Então, muitos municípios, estados estão deliberando, né, de uma forma mais autônoma sobre isso, mas é fato de que eu não tenho mais a mesma realidade da escola de 2025 que eu tinha lá em 2009. E hoje, tecnicamente falando, a nossa melhor chance é quando a gente realmente tornar toda a escola como espaço, inclusive. Para fazer isso, eu preciso trabalhar o suporte, a formação, não só dos professores do AE, mas de todos os professores da sala de aula regular. E nesse ponto vocês têm um papel, os professores do A tap importantíssimo. A própria política, a própria nota técnica de 2009 que fala sobre o papel ADAE prevê a possibilidade de que vocês sejam multiplicadores e formadores. Então se vocês puderem dentro do planejamento da atuação de vocês, sempre pensarem na formação dos demais professores da rede, das demais professores da escola, vai ser importantíssimo. E aí, pessoal, pra gente poder fazer então uma recapitulação, como é que eu penso esse professor, seja ele do AE, seja o professor da sala de aula comum, um resumo como um agente de transformação. A gente tem que sempre pensar que a nossa atuação tem que ser baseada em quatro pilares: acesso, permanência, participação e aprendizagem. Segundo ponto, que leis eu preciso conhecer? Se já é um professor do AE, se já é um professor da sala de aula comum. Recomendo fortemente Lei Brasileira de Inclusão e Lei Brenicana. Lei Brasileira de Inclusão, Lei número 13.146 de 2015 e Lei Breniciana, lei 12.764 de 2012. E por fim, eu tenho que saber que existem três planos que são essenciais para eu enxergar no chão da sala, né, no chão da escola, se eu estou efetivamente sendo inclusiva ou não. Projeto político pedagógico, plano de AE e plano educacional individualizado. Quero finalizar aqui, ficou uma frase bem pequenininha, mas eu não posso deixar de ler para vocês. Eh, da Cora Colalina, uma goiana, né, e que sempre nos inspiras. A verdadeira coragem é atrás dos nossos sonhos, mesmo quando todos dizem que ele é impossível. Muito obrigada, pessoal. Eu espero que a gente tenha conseguido fazer um debate produtivo. Vou ficar aqui porque eu já sei que teremos muitas perguntas, já vi, já estou aqui preparada e fico muito feliz porque todas as vezes que a gente tem um auditório lotado deste de pessoas embuídas nesse espírito de transformação, no espírito de conhecimento, isso sempre é contagiante. Volto paraa minha cidade contagiada cada vez mais pelo espírito goiano de transformação. Muito obrigada, meu amigo. Olha, enfim, professora Flávia tá aqui falando. Eu eu e professora, doutora, eu sempre tenso porque tá com pé na educação, mas enfim, eu fico muito feliz de podermos eh proporcionarmos à nossa rede momentos como este, momentos de fala de profissionais capacitados, profissionais que têm um lugar de fala e usam disso dá uma propriedade muito importante para todo evento. Então, é muito bom, né, tê-la conosco mais uma vez, né, e muito bom a gente poder estar dialogando, né, nessa parceria. A gente brinca, né, eu e Flávia, que nós fomos assim a os pontos de discordâncias que mais deram certo, porque a gente se conheceu discordando um do outro em uma reunião no Ministério da Educação. Então, eh, a gente quanto a gente foi discordando, discordando, acabou, foi, vamos lá, vamos trabalhar junto e acabou, acaba que agora dia 28 a gente vai estar lá de novo, né? Então, a gente vai est lá de novo, mas eu acho que agora ela como gestora, né, a gente vai estar um pouco mais eh numa congruência maior. Vocês que nos acompanham pelo canal do YouTube da CEDUC, eu quero aqui, né, antes da gente dar uma pausa para vocês, agradecer a Dra. Flávia pela explanação, né? Eu acho que foi muito importante. A gente fica ali sentado, ela vai falando e é um assunto que para o gestor, para vocês, gera dúvida, para o gestor gera vontade de entrar e falar e virar um bom debate, informações muito boas, tá? Então assim, eu quero agradecer, doutora, né, em nome da nossa secretária, do nosso governador, Dr. Ronaldo Caiado, professora Fátima Gaviola, a sua vinda, né, leve, né, a prefeitura, a toda a equipe da prefeitura de Belém do Pará, o nosso abraço, né, nossa admiração. Desejo sucesso a você na gestão da prefeitura. Desejo sucesso a você na participação da COP 30, né? Estaremos por aqui torcendo, né, que Belém do Pará dê um show, né, que a nossa Amazônia Amazônia represente esse nosso país, esse evento que vai ter, que vai ser muito importante pra gente. Muito obrigado pela sua vinda. Eu quero entregar aqui uma lembrancinha para você antes dos aplausos aqui. Ô, Luzermíia, traz, por favor, uma lembrancinha pra doutora. Doutora, eu trouxe aqui, ah, coisas da minha terra. Opa. Ah, coisas da minha terra. Tá pesado, está gostoso. Vou voltar. Pessoal do YouTube já não aguenta mais. Coisas da minha terra. A minha terra é Itapuranga, um torrão sagrado que a gente carinhosamente chama de a capital do maracujá. Opa. É, mas é uma terra onde nasci, onde que cresci, onde tem uma serra que tem o modelo, ela representa um gigante. E a gente fala que é a lenda do gigante adormecido. E eu digo que não tem nenhuma pessoa que passe por Itapuranga que não se agiganta e levante desse adormecimento, tá? Então, coisas da minha terra pra senhora. Muito obrigado, Dra. Flávia Maral. Muito, muito obrigada, pessoal. Espero todos vocês na COP 30. Nossa cidade de Belém tá de braços abertos. Em nome da prefeitura de Belém também nome do nosso prefeito Igor Normando. Estou nesse desafio agora da superintendência da primeira infância. Já estive aqui batendo um papo com vocês sobre esse tema e eu tenho certeza que a gente já vai construir muita coisa positiva juntos, meus amigos. De Belém a Goiás, a gente vai estar cada vez mais unidos. Muito obrigada. Muito bom. E você que nos acompanha, a gente volta em 5 minutos. Já já. Muito bem, já estamos aqui. 20 para meio-dia e nós voltamos para o nosso painel desta manhã, né? Nós fizemos uma pausa para a as nossas discussões e organizações aqui interna e rendeu, né? Rendeu uma discussão boa. Eu quase que foi só uma fala minha, mas rendeu, foi uma boa discussão. Mas agora vamos voltar pro nosso painel para encerrar a nossa manhã. Eh, vocês que nos acompanham pelo canal do YouTube, nós vamos subir hoje, vou combinar com a equipe técnica, os links que nós de frequência que nós subimos nos dias anteriores, para alguém alguém que perdeu, a gente vai subir esses links pra gente publicar novamente, tá bom? Agora eu quero convidar para mediar esse painel, já tá organizado aqui as mesinhas, ela que é nossa colega da gerência de educação especial, né, que sempre esteve junto comigo nessa trajetória de educação especial. Eh, eu já perdi todo o cerimonial aqui, mas vai caminhando pro final e a gente vai dê intimidade, dê dê tudo, mas não dê liberdade, né? Quero convidar minha amiga, minha colega, professora Maria Luía, para vir para cá para mediar e apresentar os palestrantes. Com vocês, professora Maria [Aplausos] Luía. Eu vou sentar, né, porque apesar de que daqui a pouco eu falava ontem que fico eh querendo levantar o hábito de professor. Bom dia para vocês aqui do auditório. Bom dia a todos que nos assistem, seja de forma síncrona ou assíncrona. É um prazer tá aqui com vocês e principalmente para discutir sobre a nossa temática, né, que é um eh é um tema que é igual piqui ou me ame ou me odeie, né? Plano educacional individualizado, né? Mas eh é saboroso e ele faz bem, né? Eu sou uma mulher eh de pele clara, de cabelos grisalhos acima dos ombros. Eu uso óculos de grau. Vou reduzir a minha audiodescrição por conta das questões de tempo, tá? E aqui eu tenho um momento de discussão com pessoas com mulheres empoderadas, mulheres eh com muito conhecimento e creio que esse bate-papo aqui vai ser muito gostoso. Eu quero chamar para vir aqui para para esse bate-papo a minha amiga Cris, né, a professora Rita Cristina de Souza. E e como eu havia falado ontem, nós vamos seguir os protocolos de apresentação por conta de que eh nem todos eh vai assistir palestras, pode ser separada e precisamos identificar e dar os devidos créditos, né? A Cris é uma é pedagoga e psicopedagoga, com mais de 8 anos de experiência em atendimentos clínicos e psicopedagógicos e orientação parental, focada em adolescentes e crianças com transtornos de aprendizagem, TDAH e síndrome de DAL. Ela também é especialista na formação de gestores e docentes em educação especial como consultora do INEC, que é o Instituto Educação, Cultura e Gestão, com ênfase na implementação da educação inclusiva e na elaboração do plano educacional individualizado, o PEI. Ela também é pós-graduada em psicopedagogia clínica institucional pelo Instituto Singularidades, com especialização em desenho universal da aprendizagem, o Uda, pela Universidade de Alcalá, Espanha, e formação do Instituto SED Sapiente em São Paulo, em áreas como autismo, psicoses da Infância, além de projetos de escolarização de crianças autistas e psicóticas. Vou chamar aqui também agora a Dra. Flávia Marçal. Dra. Flávia é doutora em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Pará, mestre em direito pela Universidade Federal também do Pará e especialista em Direito do Estado pela Universidade da Amazônia, UNAMA, e escola de governo do estado do Pará, EGPA. Ela é professora adjunta da Universidade Federal Rural da Amazônia. Ela é superintendente da primeira infância da cidade de Belém. também professora formadora da ESAF, que é a Escola Superior de Administração Fazendária e EN E ENAP, que é a Escola Nacional de Administração Pública. Também é membro de de do grupo de trabalho do estado do Pará para políticas voltadas à pessoa com autismo. Ela coordena eh o projeto TEIA da UFR UFRA e IMEC. Ela tem pesquisas com ênfase em direitos humanos, inclusão social, educação e políticas, além dos temas de direito público. Estamos aqui num processo para uma construção de práticas pedagógicas, de atitudes inclusivas. E nesse processo, hoje, fazendo esse recorte, né, da atualidade, o plano educacional individualizado, ele se caracteriza caracteriza como um instrumento muito importante para culminar com o processo de que a gente esteja trabalhando com uma perspectiva de desenho universal da aprendizagem. Quando quando ensinamos para um, ensinaremos para todos. É nessa perspectiva que eu abro aqui a fala e passo primeiro para a professora Cris. Ai, que surpresa. Eu bom, eh, gente, eu tô muito feliz e por vários motivos, né? Eh, a concentração de saberes, múltiplos saberes, né? Isso daqui é um congresso altamente inclusivo, né? porque falamos de pedagogia, de direito, eh de outras atividades que são ligadas à saúde. Então, assim, olha que trabalho maravilhoso. E e tô muito contente também porque, gente, olha quanta mulher, né? Porque falando sobre inclusão, nós não podemos deixar de falar sobre a presença da mulher eh em pautas tão importantes, né? E quero reinterar aqui sobre a questão, ah, inclusão é muito bonita no papel, gente. Graças ao papel, nós podemos lutar pelos nossos direitos, pelos direitos dos nossos estudantes, sem o papel, sem a legislação, com quem nós iríamos discutir, a quem iríamos recorrer, né? Eh, e também falando eh em questão ao que ao que o professor Davi eh em em outros encontros aqui eh também falou, né? Eh, falar sobre educação inclusiva, sobre educação especial, não é um problema, é solução, né? Nós estamos aqui falando sobre avanço civilizatório. Não tem como voltar atrás, não tem como negar direitos, né? Eh, mas vale sempre a pena a gente repetir constantemente, porque nós precisamos internalizar o conhecimento, né? Não basta ouvir a informação, voltar para casa e não fazer uso, né? A gente tá falando sobre mudança de mentalidade. A gente tá fazendo parte da mudança histórica no sistema educacional global, mundial, né? Principalmente em defesa dos mais vulneráveis. É impossível pensar pensar a educação se ela não for inclusiva. Esse é o aspecto mais democrático que nós precisamos eh trabalhar, construir, é dinâmico. Ele nunca estará pronto, porque sempre haverá e sempre houve, né? Embora estivessem excluídos, homens, mulheres, crianças diferentes, eles nunca foram iguais. Nós é que padronizamos o sistema de educação. Então esse é um princípio, né? Eh, eu gostaria de falar assim mais incisivamente sobre aspectos práticos do atendimento educacional especializado e sobre o plano educacional individualizado, sobre eh o fazer do professor da sala de aula e sobre o fazer do AE, do atendimento educacional especializado. Por mais que eles estejam separados, eles só terão efeito produtivo se fizerem juntos. Esse é o princípio da inclusão também no nosso trabalho, né? O princípio da inclusão não se refere somente ao outro, mas a nós enquanto educadores, né? O trabalho colaborativo é nosso também. os vários saberes está entre nós também. Então, quando a gente fala sobre o planejamento do atendimento educacional especializado, eh, sobre como vai ser composto esse documento pelo professor do AE. E quando a gente fala sobre eh avaliação psicossocial, biopsicossocial, a gente vai analisar esse estudante sobre vários primas multidimensionais, né? Avaliação biopsicossocial. É isso. O que que é multidimensional? A gente vai avaliar e eh esse estudante tanto faz criança, jovem ou adulto, em que fase ou ciclo ele estiver. a gente vai avaliar a sua situação biológica. A gente vai entender esse sujeito enquanto a a sua questão física, a sua questão psíquica, sua questão mental, né? Isso é uma avaliação biopsicossocial. A gente vai eh entender como é que essa avaliação vai impactar como barreira desse sujeito no ambiente escolar. Então isso é primordial. É por isso que a professora Flávia Maral falou sobre o estudo de caso, essa avaliação, esse acolhimento, essa entrevista, né, essa entrevista com a família e com o próprio estudante, né, precisa ter esse olhar, não só escutar a família, mas escutar o próprio estudante, ainda que ele não verbalize. Então, como é que a gente faz isso? através da observação, dando oportunidade dele de se expressar como ele pode. É o olhar atento. O nosso olhar atento é a escuta, tá? Então, a gente vai perceber quais são as barreiras, são múltiplas, são inúmeras. Eh, por mais que nós tenhamos um documento orientador sobre eh alguns itens que vão nos ajudar nos estudos de caso, mas cada comunidade vai ter o seu diferencial, cada estudante vai ter a sua singularidade. Muitas vezes esse roteiro que nos é dado, pode ser que ele não seja suficiente para toda coleta de informação que nós precisamos que conste naquele plano, naquele planejamento, tá? Então ele é dinâmico, vocês têm total autonomia, nós temos total autonomia para acrescentar ali o que é necessário para aquela criança, para aquele sujeito, certo? Então assim, pode ser deficiência visual, pode ser baixa visão, pode ser surdo, questão sensorial para os autistas, pode ser a descalculia, a dislexia, o TPAC, que é o transtorno do processamento auditivo, tá? E tudo isso pode vir junto, associado, né, e com outras comorbidades que eu também não citei aqui, tá? Então assim, nós vamos avaliar enquanto ae toda a tecnologia assistiva que essa criança precisa para participar na sala de aula. Nós lá do AE estamos eliminando barreiras, estamos dando recursos para que essas crianças participem, permaneçam e aprendam. A gente não vai trabalhar com reforço, dando o mesmo que a professora da sala de aula dá. A gente não vai colher qualquer atividade na internet para oferecer para aquela criança porque ela é capaz disso, não. A gente tem também lá no AE toda a avaliação do conhecimento prévio dessa criança, tudo que ela é capaz de fazer sozinha, tudo que ela precisa de apoio, aonde a gente quer chegar. E a gente vai fazer uma análise de tudo isso, fazer a avaliação de tudo isso e preparar um relatório de tudo isso, porque isso daí vai ser um subsídio paraa professora da sala de aula também, assim como assim como toda a orientação para o professor regente também virá professor do AE. É preciso que esse professor do AEE acompanhe as reuniões de estudos de caso, reunião de professores para que ele dê sempre uma palavra de orientação ao grupo de forma coletiva e também atenda esse professor de forma individual quando um problema for muito específico. E e essa troca colaborativa acontece entre os estudantes, quando eles trabalham lá na sala de aula em dupla produtiva, como eu havia falado, que um aluno sempre entende melhor a fala do seu par, muitas vezes melhor do que o professor tá tentando ensinar. Então assim, essa dupla produtiva que acontece entre os entre os estudantes, precisa acontecer a dupla produtiva entre os profissionais. Vamos trocar saberes e vamos nos ajudar, porque é dentro do próprio ambiente da escola, da comunidade, em grupo que a gente vai encontrar as melhores soluções pro nosso caso. Ninguém melhor do que quem está dentro para decidir sobre isso. Eh, falando agora um pouco sobre o professor Regente, né, por que o trabalho, o plano, o plano de trabalho dele é diferente lá do lá do professor do AE. Esse professor regente, ele tá muito eh bem bem ho. Eh, ele tem o conhecimento sobre o desenvolvimento das outras crianças. Ele tem uma percepção melhor até de médico que atende essa criança uma vez a cada seis meses, uma vez por ano. Ninguém melhor do que o professor da sala de aula para nos dizer que alguma criança não está desenvolvendo de acordo com o esperado. Ninguém melhor. Ele vai ter essa percepção no primeiro dia que ele acolher essa criança. e ele vai acolher com um olhar, com uma escuta qualificada, com a sensibilidade e a expertise que ele já tem. Então assim, eu bato muito nessa tecla porque eu quero reforçar a potência, a responsabilidade e a qualificação que o professor já tem para ter essa percepção com o seu aluno. É, então ele vai trabalhar sim, é, nos conhecimentos prévios, ele vai trabalhar e no na necessidade dessa criança, o que que ela precisa aprender, em que fase do desenvolvimento ela está, em que fase da aprendizagem ela está. A avaliação diagnóstica é feita pelo professor, né? você, se, se você quiser planejar a aula, você precisa conhecer os seus alunos, bem como vai precisar conhecer aquele aluno em condição de inclusão. E vamos reforçar aqui, né, que um dia a gente não vai mais precisar falar assim, né, aluno em condição de inclusão. Eh, eu tenho 30 alunos, quatro são da inclusão. Não, eu tenho 44 estudantes, eu tenho 30 estudantes, né? Neste momento, nós precisamos desses protocolos, desses planos, desses planejamentos todos, porque nós estamos criando uma metodologia de trabalho. Parece difícil, mas não é, né? Eh, a hora que nós internalizarmos esses processos, isso vai se tornar automático, porque o nosso olhar se tornará refinado para a criança, para a pessoa que necessita do nosso trabalho. Isso é função do educador, sempre foi, só que agora a gente tá sistematizando, a gente tá avançando nos nossos estudos, né? Ele vai trabalhar na flexibilização, adaptação curricular dentro da sala de aula, como bem disse a professora Flávia Marçal, né? Quem melhor do que o professor da sala de aula sabe os temas curriculares que a criança precisa aprender. Não é quem está fora, é quem está dentro. Como é que eu vou passar determinada informação para o meu aluno? Poxa, eu vou trabalhar com diversidade pedagógica. Somos diversos. Diversidade humana precisa haver diversidade pedagógica, as diferentes formas de afetar o seu aluno, as diferentes formas de encontrar caminhos de informação para o seu aluno, eh as diferentes habilidades, eh sensibilidades sensoriais dessa criança, há várias formas de você acessar esse estudante. Então, nós precisamos nos debruçar sobre isso também. né? Do minut, gente, 2 minutos. Então, deixa eu correr. E não é só conteúdo programático, é socialização, é interação, é construção de cidadania. Tá bom? Eh, vou falar uma coisa aqui que é muito recorrente, não porque a escola precisa ter eh um domínio sobre trabalho cientificamente comprovado. Então, quer inserir na escola uma série de abordagens que não pertencem à pedagogia, né? Eh, por exemplo, quem disse que o nosso trabalho não é cientificamente comprovado não entendeu nada sobre educação e sobre ciência. Nós fazemos tudo baseado em teoria, em estudos. Nós fazemos tudo eh comprovado pela pela experimentação. Nós fazemos tudo comprovado pelas avaliações e revisões. Nós temos dados sobre tudo. Nós coletamos dados sobre tudo. Quem disse que o nosso trabalho não é cientificamente comprovado não entendeu qual é o trabalho da educação. Pedagogia é tudo isso. Todas as ciências são tudo isso, né? Então assim, vamos ter argumento sobre essa sobre essa história de que a escola precisa de serviços comprovadamente eh cientificamente comprovados. é o que nós já fazemos e sempre fizemos e nós temos autoridade sobre isso. E o professor precisa saber desse argumento. Ele tem total autoridade, ele sabe o que está fazendo, ele tem conhecimento e tem expertize, tem experiência e vivência. O nosso professor é muito bom, muito bom. Bom, para encerrar, desculpa, gente, qual é o cerne da educação? É o professor? É a criança? ou é o conhecimento? Alguém sabe responder? Como eu tenho pouco tempo, eu tenho que falar. Então assim, é o encontro de todas essas coisas. Não há um item que faça a educação de excelência. Ela não existirá se não tiver uma construção de conhecimento, se não tiver o acolhimento para o estudante e se não tiver um bom educador qualificado e amoroso. É isso, gente. Obrigada. Obrigada, Cris. Eh, da sua fala, eu destaco aqui a importância desse trabalho que é muito solidário, né, na no início da fala da crise, que me chamou muito atenção, Cris, esse chamado paraa importância da participação do professor de AE paraa construção desse planejamento. professor de AE é o professor especialista e ele sim, aí você fala assim: "Ah, mas é o AE é papel do professor de AE subsidiar, orientar os professores regentes que ainda, como a professora Lara falou, ainda insistem em falar que não estamos preparados, né? Mas nós já sabemos das urgências, né? que a o estudante precisa ser atendido. Então não vamos perder de vista vocês professores de que estão aqui, o papel de vocês paraa sistematização e para para o fazer pedagógico e para o registro nesse instrumento que é o plano educacional individualizado. Eu passo agora pra professora Jacira. Bom, acho que já boa tarde, né? Para mim é uma grande honra fazer parte desse painel. Até estou com frio na barriga porque junto de umas mulheres tão competentes, né? A professora e doutora Flávia sabe que eu sou fã de carteirinha dela, a professora Cris, e tem minha amiga e colega de longas datas, né? Bom, antes de começarmos, eu vou fazer minha audiodescrição. Eu sou uma mulher de pele branca, tenho tenho cabelos loiros, já eram loiros, mas agora mais com as mechas. E uso nesse momento óculos de grau de armação marrom mesclada de amarela. Uso uma blusa azul marinho escura e uma calça preta. Pois bem, falar junto dessas mulheres me preocupa, mas eu vou já alertá-las e alertá-los que vou direcionar a fala para o PEI enquanto instrumento pedagógico instituído no estado de Goiás pela portaria da professora Fátima Gavioli, nossa secretária de Estado da Educação. Então não vou até falando falar de legislação, como a Dra. Flávia bem colocou, com toda a segurança, com toda a competência do parecer 50, mas quando eu falo de PEI, eu gosto de lembrar que se a gente voltar na LDB, voltarmos na lei 13.146, nós vamos encontrar referência para instituir o PEI. Só que como não estava tão explícito, ficou dormindo em beixos esplêndidos, né? Tá? Em Goiás, então em 29 de fevereiro de 2024, a professora Fátima Gavioli baixou uma portaria, a portaria 1261, instituindo o PEI como um instrumento pedagógico e que deve estar ou a partir daí ser instituído no projeto político pedagógico, tá? Assim como também a avaliação diagnóstica, o estudo de caso, o PDI, que é o plano de desenvolvimento individualizado utilizado no AE. Qual estudante aqui em Goiás é o estudante que é considerado com direito ou que deve ser elaborado um PEI? Eu não gosto de falar elaborado, eu gosto de falar pensado, proposto, né? Elaborado dá um, para mim, dá um entendimento que você elabora sem conhecer a pessoa. Então, aqui em Goiás, o estudante que nós pensamos no PEI para ele é o estudante com deficiência intelectual, com transtorno do aspecto autista, o estudante com paralisia cerebral com déficit intelectuais. Certo, Jacira pode fazer PI para outros estudantes. Aqui em Goiás nós entendemos que nesse momento deve ser para estes, né? Por que que é necessário? Acho que não precisa eu falar devido à importância, porque é um plano que vai definir objetivos, vai definir estratégias, vai definir os recursos a serem utilizados. Eu sou meia preocupada quando tem que controlar o horário. Bom, eu vou falar dos passos que nós chamamos atenção na hora de pensar o PEI. Primeira coisa, levantamento de informações sobre o estudante. Aqui nós estamos fazendo referência a quê? Qual o documento? avaliação diagnóstica. Nós falamos tanto nos nossos discursos pedagógicos que nós temos que conhecer, que tem que ter uma escuta, um olhar para as especificidades do estudante, para as potencialidades do estudante. Então, para isso, nós, enquanto Secretaria de Estado da Educação, pensamos, vamos organizar um documento que encaminhe o professor a fazer essa essa verificação ou essa observação. Mas ontem eu assustei, eu fiquei sabendo, mas não é, acredito que não é em Goiás, que tem gente que está pagando pessoa para fazer uma avaliação diagnóstica. Como é isso? Uai, professora, a partir daqueles daqueles elementos, ela elabora. Hum. Isso é escutar, isto é olhar o estudante, isso é respeitar o estudante. Não é possível, gente. Ah, são 30 30 páginas. Avaliação diagnóstica é proposta na nossa rede uma vez no ano, no início do ano letivo e depois no início do segundo semestre. É uma avaliação, como a professora Cris já pontuou aqui também, que deve ser pensada, deve ser feita de forma participativa, colaborativa. Quem são os responsáveis? Coordenador pedagógico, professor regente, professor de AE, quando tem na unidade escolar. Ah, na unidade escolar não tem professor de Será que o professor de só ele conhece o estudante? Como gente, um professor regente atende o estudante de segunda a sexta ou nas aulas quando é na segunda fase, né, na segunda etapa, melhor dizendo, ou ensino médio, encontra esse estudante, ele não tem mais condições de fazer eh um relatório sobre esse estudante do que o professor de no primeiro momento. Então, a avaliação diagnóstica tem que ser feita, é necessária. E aqui na rede estadual de ensino de Goiás, ela é proposta a ser feita pelo professor regente, coordenador pedagógico, e a família também. Como é isso? Quem conhece esse documento sabe que nós temos uma parte que faz perguntas direcionada ao contexto familiar, social do estudante. Essa hora é a hora que a família é chamada a participar. Então, quando um promotor ou a promotora fala, eu não vi no PEI a participação da família, você escola precisa falar pai, mãe, avó, tio, quem cuida, quem é responsável pelo estudante. Quando nós o convidamos aqui, estamos fazendo essa pergunta, estas informações darão suporte ao planejamento do PEI. Aqui nós estamos contando com a sua participação, porque nós ainda não temos uma estrutura para chamar essa família para sentar duas, três vezes lá na junto conosco para elaborar um p enquanto documento. Mas nós temos que convidar a família sim para garantir a participação da família. E é nesse momento que faz essas perguntas que nós vamos coletar informação sobre esse estudante em relação vida familiar, eh social. É nesse momento que nós garantimos a participação da família, certo? Então, nessa avaliação diagnóstica, nós vamos ter registrado essas informações sobre estudante também relacionado ao conhecimento acadêmico dele, também eh informações sobre o nível de desenvolvimento de estudante. E quem é que pode dar essas informações com muita segurança? Professor regente, professor de Sim, também pode, né? Então é importante nós internalizarmos esta observação. Nós vou tomar água porque a pessoa aqui tem a voz rouca, mas estou gripada. Obrigada, Maria Luía. E quando começa a falar não quer parar. Bom, nós temos então que pensar o bem por causa dessa importância de termos um plano onde teremos ali explícito objetivos, expectativas de aprendizagem. Porque quando eu volto na alguns referenciais aí vai falar: "Olha, o peito tem que ter metas tal". Aqui em Goiás, quando nós pensamos em metas, nós escrevemos expectativas de aprendizagem. Aí o tempo, sim, é bimestral. Aí está a proposta de tempo. Qual tempo é proposto essas metas que nós aqui instituímos como expectativas de aprendizagem? Bimestral. Então é bimestral. Esse é o tempo. Acho que o meu ixe, já tô quase terminando sem bom. O que que deve constar no PEI? os dados do estudante que eu já falei, vou tentar acelerar aqui. Componente curricular, o PEI das da rede estadual de Goiás tem que ter conteúdos propostos, expectativa de aprendizagem, que eu já disse, procedimentos e instrumentos de avaliação, quais vão ser usados, como vai ser feita a avaliação. Também tem que estar evidenciado quais as estratégias, quais as metodologias e recurso para trabalhar por componente curricular, certo? Como se dá a elaboração do PEI? Eu já disse. Ah, eu também já tô terminando. Deixa eu voltar aqui. Ué, gente, não tô conseguindo voltar. Ai, obrigada. Eu vou finalizando aqui porque meu tempo parece estropolou. Então, o PEI é necessário, é importante e aqui em Goiás ele foi instituído, ou seja, ah, vou fazer, não vou fazer, não. Está instituído pel uma portaria, tá? E é o é o que nós temos. Ah, o município pode buscar esse e usar. Eu falo, quando eu tenho oportunidade de fazer formação em municípios, eu falo: "O importante era vocês elaborar uma avaliação diagnóstica". com o perfil, né, dessa sociedade, dessa comunidade, para então elaborar ou propor um PEI que atenda as especificidades. Outra coisa, o PEI, aliás, a avaliação diagnóstica que nós propomos aqui, nós estamos pensando em ensino fundamental, nas últimas séries e no ensino médio. Então, a avaliação paraa educação infantil, eu tenho que pensar em outros aspectos, certo? Bom, então eu só quero trazer mais uns dois recadinhos aqui, viu, professora Maria Luía? Eu vou ler aqui para vocês um trecho para ver se vocês lembram de que que eu estou falando. Ah, tem obrigado. Ele não ficava parado assistindo a aula. Lembra ela? Este ano, em um projeto sobre fábulas, os avanços começaram a aparecer. Nós lemos para a sala e os alunos recontam a história de maneiras diferentes. No caso dele, o primeiro passo foram os desenhos. Depois escrevi com ele o nome dos personagens. A as palavras chaves relata ela, a professora. De quem que ela está falando? de um estudante que com certeza tem teia ou tem deficiência intelectual, mas é um estudante que está sendo pensado pela professora, que está sendo pensado pelo professor de matemática, de geografia, de história. Isto é ser inclusão, tá? Não dá para pensarmos em inclusão só uma ou duas pessoas fazendo um trabalho. Hoje, só para socializar com vocês, uma coordenadora de uma Secretaria Municipal de Educação passou um WhatsApp para mim. Ô professora, não deu para assistir as palestras, mas tem como assistir depois. Falei: "Tem, eu ficarão gravadas. É porque eu vou chamar os professores da inclusão para assistir. Falei: "Que legal, a rede toda vai assistir porque todos nós somos profissionais da inclusão, não é isso? Achei interessante, né? Bom, e aí, meus amigos, minhas colegas de profissão, meus colegas e e aqui, né, o Dr. Davi, um visitante de Portugal, nos honrando com a presença dele, a Dolores, que é de São Paulo, Dolores, Rio de Janeiro, né? Muito bom ter vocês conosco, claro, com todos. Eu vou deixar mais o recado. A escola é o espaço fértil para a promoção da inclusão. Um abraço grande. Muito obrigada. Obrigada, Jacira. Jacira, eu quero te pedir que você volte aquele slide que você falou lá. O outro eu tô sabendo. Deixa eu. É isso. Isso é é o É não. O esse. Olha, olha lá. Nós lemos para a sala e os alunos recontam a história de maneiras diferentes. Quem ensina para um deve ensinar para todos. Não é, não façam o PEI. Ele é um instrumento de registro do processo e das expectativas de aprendizagem que você tem com o estudante X. Mas o ato de ensinar ele deve ser coletivo. Nós não podemos colocar os nossos estudantes como o holofote. Nós precisamos construir, trabalhar, orientar. Olha aí, professores de AE, a importância do papel de vocês lá. Nós precisamos trabalhar e orientar esses profissionais, porque senão nós vamos ficar com a carteira ali geograficamente incluída, o estudante lá dentro e também com uma ação pedagógica que não é inclusiva. Pera aí, eu vou ensinar para esse grupo aqui, ó. Agora eu vou aqui ensinar para esse. E isso Dolores ontem trouxe uma palavra e e importantíssima, um conceito, uma palavra e e tudo é acessibilidade. E muitas vezes, gente, a acessibilidade ela começa pela linguagem que nós utilizamos na sala de aula. É pela linguagem, é por meio da linguagem. Eu sou uma uma encantada com os preceitos vigorkiano. A linguagem ela é constitutiva do pensamento, constitutiva do indivíduo. Se nós não dermos acesso com uma linguagem, ah, aí para isso eu só vou usar linguagem simples, não. Vamos utilizar sinônimos para que aquele estudante que tem mais dificuldades com conceitos mais abstratos, ele possa ter acesso a esse conhecimento. Então, quando a Jacra trouxe, nós lemos para a sala e os alunos não é o estudante com deficiência intelectual, não é o estudante que eu fiz o PEI, né? Eles recontam a história de maneiras diferentes. E com isso eu passo agora pra Dra. Flávia Maral paraas palavras dela. Bem, pessoal, voltando aqui para falar desse assunto eh relevante que é o PEI, né, com que tem uma ampla conexão também com parecer 50. Eh, eu acho que um papel importante aqui é tentar entender de onde surge, né, o PE do ponto de vista inclusive da Convenção dos Direitos da Pessoa com Deficiência e do comentário número quatro da ONU de 2016. Então, é importante a gente lembrar que a gente tem uma convenção que é importantíssima, né, que a convenção de direitos das pessoas com deficiência, que inspira toda a legislação brasileira, inclusive a lei brasileira de inclusão. E essa convenção, ela é assinada pelos estados partes, né? Mas o que que acontece? Não é só assim: "Ah, eu vou lá e assino a convenção e tá tudo lindo e parece e a ONU reconhece que eu sou um país inclusivo." Não, a ONU ela fica monitorando essas convenções para saber se esses países estão realmente se adequando àquilo que eles se comprometeram internacionalmente ou não. E como que a ONU faz isso? Através eh de grupos, né, de monitores que vão até cada um desses países e fazem uma análise técnica. E essa análise ela gera normalmente comentários. ão, comentários sobre a convenção tal de direitos de crianças e adolescentes. E aí no caso da nossa da nossa convenção de direitos da pessoa com deficiência, um dos comentários mais importantes é o comentário número quatro, né, que tá citado numa das versões do parecer 50. Para quem quer acompanhar toda essa trajetória, eu recomendo muito também o a última versão. Ela ficou mais concisa, ela nasce de um trabalho de consensos possíveis e construídos de uma forma muito democrática, muito dialogada. Acho que por isso, né, o que mesmo a gente tendo discordado de vários pontos, a gente consegue hoje eh conversar de uma forma muito tranquila, inclusive pensando em outros avanços, porque a gente entendeu que tem pontos que talvez a gente não conseguisse ter um consenso, mas que era importante a gente avançar nessa matéria e alcançar os consensos possíveis, porque trabalhar educação especial não vai se encerrar agora. E eu sei que muitas pessoas vão dizer, "Flávia, mas se o PI já tava previsto desde a LDB, com essa perspectiva de medidas individualizadas e reforçado na LBI, por que que só agora a gente fala, gente, desde a década de 80 que é proibido negar a matrícula, que é crime e somente a partir de 2020 que a gente começou a ter os primeiros processos criminais e ações de indenização. Então essa muitas vezes é a nossa realidade. aquele direito que foi garantido em outros momentos, ele demora um um tempo para ser efetivado dentro da sociedade, né? e o COMPEI não é diferente. Então, no comentário eh eh número quatro da ONU que quem quiser ter uma leitura talvez mais aprofundada desses aspectos que foram levantados na época do discussão do parecer 50, eu recomendo fazer a leitura eh do parecer quando ele foi pra consulta pública. O parecer que foi pra consulta pública, ele tinha uma uma fundamentação mais ampla sobre o PEI. Confesso, né, e acolho com muito carinho a crítica que foi feita ao parecer, porque o parecer final ficou com 20 páginas e aí indo o parecer que foi paraa consulta, ele tinha ainda mais de 60 páginas. Então, ele requer um certo fôlego aí de leitura, mas eu acho que vale a pena para quem quiser saber um pouco mais dessa fundamentação. E aí eu gostaria só de fazer a leitura bem bem curta, né, de como que o comitê entende o que é o PEI e para que ele serve. Ponto importante, estou falando do comentário da ONU. sobre o PE, o que não significa que seja exatamente este ponto que tem que ser trazido para dentro dos sistemas, porque é sempre importante a gente lembrar que os sistemas eles têm autonomia para poder trabalhar com esses instrumentos. Então, o que que a ONU entende? para o parágrafo 24, opa, perdão que tem alguém me ligando. para o para o parágrafo 2º do artigo 24 ser implementado, ou seja, o que fala da educação inclusiva, apoio personalizado contínuo e adequado seja fornecido diretamente, o comitê enfatiza a necessidade de se providenciar planos de educação individualizados que possam identificar as adaptações razoáveis e o apoio específico necessário para o estudante individualmente, incluindo apoios de tecnologia. a materiais de aprendizados específicos em formatos alternativos e acessivos, modos e meios de comunicação e auxílio assistência, comunicação e tecnologia de informação. O suporte também pode ser ofertado através de um ambiente de aprendizagem com qualificado, compartilhado ou individual. Os planos de educação individualizado devem abordar a transição de estudantes de contextos segregados para ambientes inclusíveis e entre níveis diferentes de educação. Eh, a eficácia desses planos deve ser monitorada e avaliada regularmente com o envolvimento direto do estudante em questão. Então, pessoal, isso é a recomendação da ONU, né, de 2016. Ponto importante, vejam, em 2016 nós já tínhamos 8 anos de implementação da política nacional da educação especial na perspectiva da educação inclusiva. Então, algumas pessoas dizem: "Ah, se fala do PEI porque não sabe que o Brasil tem o PAE, na verdade sempre soube. O comitê da ONU vem em 2016, já existia o plano de AE, já existiam as salas de recursos multifuncionais e ainda assim a ONU reconhece para que a gente avance na garantia dessas políticas que é sim necessário ter esse olhar específico para estudante. Flávia, mas como é que isso conversa então com a ideia de desenho universal e de adaptações razoáveis? O desenho universal, pela própria lei brasileira de inclusão, ele é sempre a regra. Eu sempre começo pelo desenho universal. Por isso que o estudo de caso ele certamente é uma das etapas mais importantes no processo de inclusão, porque do estudo de caso que você vai derivar, né, o planejamento. E esse planejamento vai ser tanto do plano do AE quanto do plano educacional individualizado. Mas é no meu estudo de caso que eu vou conseguir ter a percepção se o desenho universal vai ser o suficiente, né? Muitas vezes eu vou precisar ter um desenho universal com uma tecnologia assistiva e aquele aluno, ele vai conseguir acompanhar toda a questão curricular e todas as atividades que foram propostas. Mas haverá momentos em que mesmo eu fazendo esse processo, para que aquele aluno ele possa ter a efetividade do seu direito à educação, eu preciso ter adaptações razoáveis que vão ser específicas para ele. E vou trazer um exemplo aqui da educação física de como que o PI pode ser importante. De repente eu posso ter um estudante com autismo que dentro do de uma avaliação pedagógica, dentro de um estudo de caso, no dia a dia da sala de aula, ele não precise de adaptações específicas para ele. o nível de suporte dele, eh, pode significar que ele consiga fazer todo o acompanhamento e o próprio professor já pode fazer as suas as suas atividades todas pensadas no desenho universal. Vou dar um exemplo mais claro. Imagina que seja um aluno do 9o ano, que esse professor goste de usar algum material visual e que para aquele aluno, sabendo que aquele aluno com autismo ele é muito mais visual, em vez de eu ter muito texto, eu coloco mais figuras. Mas isso é um desenho universal, porque toda a minha turma vai conseguir aprender com uma quantidade maior de figuras e menor de texto, porque o objetivo pedagógico vai ser o mesmo. Então, ok, o desenho universal vai dar certo, mas você imagina que esse é o aluno que ele tem profundas dificuldades sensoriais. E aí na aula de educação física, muitas vezes eu vou ter que ter uma mediação por pares ou alguma atividade mais específica para ele ou algum tipo de suporte mais específico ou até mesmo uma adaptação das atividades que eu vou fazer, porque ele não vai conseguir ficar numa quadra cheia de estudante gritando, correndo de um lado pro outro. aquilo vai ser extremamente incômodo para ele. Então, para esse aluno, nessa aula de educação física, talvez eu precise pensar em um planejamento educacional individualizado. E aí, quem é que tem que falar isso? Quem é que tem que dizer que naquela aula eu vou precisar fazer uma adaptação, vou precisar, por exemplo, de um estudante que seja usuário de cadeira de rodas, né? Como é que eu vou fazer aquela adaptação? Porque eu sei que eu não vou conseguir de repente fazer. Se eu for pular a corda, como é que eu vou pensar? Eu vou precisar adaptar, né? ou eu faço uma adaptação para toda a turma, mas vamos dizer que um componente curricular importante seja pular, faz parte do processo de desenvolvimento. Eu não posso ignorar que eu tenho que ensinar o pular para todos os alunos, mas aquele meu aluno que é usário de cadeiras rodas, ele não vai conseguir executar aquela tarefa. E aí, como é que eu faço? Então, muitas vezes o desenho universal não vai ser o suficiente, porque se eu usar o desenho universal, eu posso estar excluindo o aprendizado da turma como um todo, porque eu poderia propor uma outra atividade, mas eu deixaria de estimular todos os alunos a pularem. Mas ao mesmo tempo eu também preciso garantir que ele participe daquela aula. E é nesses momentos que olhar para aquele indivíduo, para aquele aluno com as suas necessidades, habilidades e potencialidades vai ser essencial. E é isso que a ONU recomenda. A ONU recomenda que quando eu precise fazer as adaptações razoáveis, eu faça isso através de um planejamento. E é esse planejamento que vai evitar, por exemplo, o que o professor falou, professor falou, que eu simplesmente promovo uma exclusão, porque ao tentar fazer o desenho universal, eu vi que não deu certo. Então, eu tentei levar aquele aluno para pr para aquela quadra fazer a mesma atividade que eu tava fazendo com todo mundo. Aí eu vi, ah, mas o aluno não tá participando. Então deixa ele na sala de aula porque eu tô fazendo que você não consegue participar, não consegue. Então é aí que é a importância do plano educacional individualizado. Plano. E quem pode, quem é a melhor pessoa para pensar isso? Exatamente. O professor regente da sala da que dá aquela matéria. É ele que vai saber. E eu acho muito interessante também muito hoje a gente consegue ter muito essa visão histórica, né, dessas mudanças da educação especial. Talvez dois minutinhos, vou já encerrar. Eh, talvez quando a gente tenha esse olhar mais histórico, durante muito tempo, quando a gente pensava nessa educação especial, eh, e no papel do professor do AE, ah, a gente teve uma, demorou muito tempo para que esses estudantes eles conseguissem avançar nas diversas etapas da educação. Então, isso são dados estatísticos. Se você pegar o os dados indicadores dos censos escolares dos outros anos e, por exemplo, o número de matrículas de alunos com deficiência no ensino superior era muito mais baixo, então a gente não tinha tanto essa necessidade da ampla participação do professor da disciplina, porque normalmente esse aluno ele ficava só até o quarto ano na escola. Depois disso ele abandonava, quando ele ia pro quinto ano e começava a ter várias disciplinas, ele abandonava a escola. Só que isso mudou, pessoal. Hoje esse aluno tá chegando na universidade, então se até o quarto ano o professor do AE conseguia dominar inclusive o conteúdo programático que tava sendo nadado, era por isso que a gente não sentia essa dificuldade, porque o professor pedagogo, ele dominava os mesmos conteúdos curriculares do professor que tava na sala de aula. Então a gente não conseguia ter essa percepção. Isso não vai funcionar na universidade. O meu professor pedagogo que tá lá no núcleo de acessibilidade, ele não vai entender de macrobiologia para conseguir fazer uma adaptação ou uma adaptação de prova ou auxiliar esse professor dentro da sala de aula numa universidade. Vai ser imperiosa a participação do professor da sala de aula. como não dá mais para negar a importância da do professor da sala de aula para participar desse processo. Não que isso tenha de alguma forma sido ignorado durante todos esses anos do plano do AE, mas é um fato que a gente não conseguiu avançar. E aí de novo, dados estatísticos, quando você pega os indicadores de formação dos professores, menos de 5% dos professores da sala de aula comum tem formação na área de educação especial. Isso é um fato. E como que a gente começa a mobilizar isso? planejamento educacional individualizado pode ser um instrumento essencial para acontecer essa troca de uma forma mais clara, porque fica muito difícil eu conseguir dialogar, fazer uma construção colaborativa se eu não sei de onde eu estou vindo e para onde eu quero ir. E muitas vezes o professor do AE sabe porque ele fez um estudo, ele tem o seu planejamento, mas o professor da sala de aula comum não sabe. E aí ele não consegue colaborar com vocês porque ele não fez esse olhar, ele não teve essa perspectiva nem pelo desenho universal e muito menos pela adaptação razoável, porque não vamos nos enganar, o professor vai dizer que ele não quer fazer o o adaptação razoável, que ele não sabe fazer, mas ele também não sabe fazer o desenho universal, pessoal. Porque para eu fazer o desenho universal, eu tenho que entender que aquele meu aluno que tá tem necessidade. O desenho universal é também considerando o meu aluno com deficiência. Eu preciso enxergar a deficiência dele, as necessidades deles, habilidades deles, a potencialidade para saber como eu vou construir o meu desenho universal. Eu preciso saber que o meu aluno, por exemplo, ou tem autismo ou tem deficiência intelectual e que ele vai aprender de uma forma mais visual, por exemplo, para poder saber qual é o desenho universal que eu vou fazer. Então isso é muito importante. Eu sei que a gente discute muito sobre o desenho universal e a adaptação razoável, mas o que é mais importante na minha opinião hoje, e acho que isso ficou muito claro com parecer 50, é a importância do planejamento. Nós precisamos saber de onde nós estamos partindo e para onde nós queremos chegar. E nesse momento acho que o plano do AE e o PI são instrumentos essenciais. E fica aqui a minha profunda recomendação e esperança de que cada vez mais a gente veja esses instrumentos acontecendo na prática, acontecendo no chão da escola. Muito obrigada. Obrigada, doutora. Eu quero aqui, sei que já estamos avançados, mas eu acho que importante fazer algumas uma consideração bem rápida aqui, que eh quando nós eh fizemos, elaboramos, a equipe elaborou esses documentos, nós partimos da premissa daquilo que foi o início da sua fala, fundamentação legal, fundamentação científica, fundamentação teórica. E aí, para encerrar, eu quero aqui fazer um alerta, um alerta muito importante. Nós estamos com um momento da mercadologização do PE e tem muita gente aí na internet fazendo oficinas, minicursos, lives, youtubers, né, com pay. E aí eu e Jacira fizemos, vamos entrar num curso desse pra gente, né? A gente tem que saber o que que a gente tá fazendo, né? É. E aí nós fomos participar de um curso e eu estou nesse grupo até hoje do desse curso que eu fiz. Paguei, tá? Paguei. E o que eu vejo diariamente nesse grupo é eu quero um modelo de PI, eu quero um exemp eu quero um PI. Quem pode me dar um PI para para o estudante com E aí o PEI, como foi falado, né, gente, mas eu não vou muito longe. Então, muito cuidado com essa mercadologização de PI, cuidados com os control C, control V. E isso nós estamos tendo na rede. Cuidado. Cada estudante tem a sua especificidade. Vocês riram quando eu falei: "Eu quero um modelo de P, me passa um modelo para um P que eu tenho um estudante com síndrome de D. Eu tenho um, eu quero, eu tenho para um estudante com TDH e lá trata o PI para vários, né, vários grupos, né, não só como nós instituímos aqui, mas nós precisamos ter coerência, consciência, respeito, sobretudo profissionalismo, para entender que PEI não é um para cada um, não é um para 10. O próprio nome já diz plano educacional individualizado. O plano agora, a prática pedagógica, ela sim, ela deve contemplar a todos nas suas especificidades, tá? Então a gente já vai para o almoço. Éerson, eu passo para você, para você fazer os encerramentos e as orientações para esse próximo período. Obrigada. Obrigada, professoras. Obrigada. Obrigado, Maria Luía, Cris, professora Flávio, Dra. Flávia, professora Jacira, muito obrigado por esse painel enriquecedor, muito importante. A vocês que nos acompanham, a gente retorna agora e pra surpresa de quem tá aqui também às 14:30, tá? Vamos ter um tempinho para pra gente almoçar tranquilo. Então, às 14:30 a gente começa a voltar devagarzinho, conversando com muita tranquilidade, tá? Aproveitem para tirar bastante foto. Vamos tietar os nossos palestrantes, tá?

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