Como é que é? | Quais são os entraves para a inclusão de alunos autistas?

By | 03/05/2025



O número de alunos matriculados na educação especial mais do que dobrou no Brasil na última década. O aumento é resultado …

Como é que é? | Quais são os entraves para a inclusão de alunos autistas?/a>

[Música] Quais são os entraves para a inclusão de alunos autistas nas escolas regulares? Esse é o assunto do Como é que é desta segunda-feira. Seja bem-vinda. Seja bem-vindo. Abril é o mês da conscientização sobre o transtorno do espectro autista, também conhecido como Abril Azul. Por isso, no programa de hoje, vamos abordar o assunto. Fique com a gente e participe com perguntas e comentários. Ouça também o Café da Manhã, podcast Diário da Folha, disponível no Spotify. Nosso programa, aliás, também vira podcast nas principais plataformas. O número de alunos matriculados na educação especial mais do que dobrou no Brasil na última década. O aumento é resultado da ampliação do atendimento de crianças e adolescentes com deficiência. mas principalmente pela alta de diagnósticos de autismo. Em 10 anos, o número de alunos com transtorno do espectro autista cresceu mais de 20 vezes nas escolas do país. Os dados são do censo escolar 2024. O levantamento do Ministério da Educação mostrou que mais de 92% dos alunos da Escola da Educação Especial estudam em classes comuns, ou seja, eles estão em escolas regulares junto com alunos sem deficiência. e tem o direito de receber apoio e estratégicas específicas para que possam aprender. Como as escolas podem promover uma educação inclusiva, como outros lidam com o tema para entender esse universo, recebo aqui no programa Luelmo Lacerda que é autor, doutor em educação e pesquisador do autismo. Luelmo, seja bem-vindo. Obrigada por ter aceitado o nosso convite. Muito obrigada. Um prazer poder estar aqui. Sim, vamos bater um papo sobre esse tema. Eu queria começar, Luciano, na nossa conversa falando assim, as escolas, queria entender de vocês, as escolas estão preparadas para receber eh os alunos com espectro eh do autismo e quais são os entraves aí para essa inclusão eh desses alunos? De modo geral, elas não estão preparadas, né? Existe um problema muito grande. Tudo isso, obviamente tem exceções, tem uma variabilidade de um modo geral. As escolas públicas são melhores do que as escolas particulares no processo de educação inclusiva, porque a gente vê um acolhimento muito bom, uma disposição muito boa. Curioso pensar isso, é, é, é, é o oposto, né? Né? Não é verdade? Sim. E a diferença é muito grande, claro, tudo com exceções, mas eu vejo três entraves principais nesse processo. O primeiro é o de estrutura. Realmente a gente precisa de uma escola que seja pensada para isso. Aí, tô falando de conforto térmico, acústico, presença de acompanhantes, tudo isso. Uhum. Eh, a segunda questão é uma questão de formação de professores, né? Eh, houve nos últimos anos, muitos anos já, uma espécie de um vício dos municípios e estados em palestras de autoajuda. Isso virou uma epidemia no caso de autismo, então isso é da educação especial, virou uma coisa terrível, né? Então, é sempre o mesmo discurso que como se dizer para respeitar as pessoas com deficiência e dizer que a pluralidade é isso aí, resolvesse o problema de sala de aula. Então, eh, isso a gente precisaria de treinamento. Então, é assim, ó. Senta, agora não vão aprender a lidar com a crise, senta, agora vão aprender a fazer um pe agora não vão aprender a adaptar provas, né, na prática. Então isso está muito distante do que tem se praticado. E a terceira coisa é uma hostilidade muito profunda a práticas com evidência científica. A gente sabe, obviamente, é mais comum a gente dizer eh eh que tem pseudociências que circulam na área da saúde, algumas coisas muito absurdas e tal. E na área da educação, a gente não fala pouco, não fala muito sobre isso, mas eh talvez seja até mais comum do que na área de saúde, né? E elas circulam em todos os campos e trazem prejuízo em todos os campos, mas especialmente pros mais vulneráveis, isso é ainda mais relevante. Sim. E agora pensando isso, né, nesses desafios que as escolas têm, eh, como que essas escolas podem promover uma educação inclusiva, né, eh, para esses estudantes, quais medidas você avalia que são importantes, que deveriam estar sendo tomadas para poder incluir de forma correta esses esses alunos. A primeira coisa importante a gente entender que essa não é uma questão simplesmente da escola, né? É uma questão do sistema. Então, nós temos muitos problemas sistêmicos. Talvez o primeiro deles que tem ficado mais grave no Brasil nos últimos anos é a ideia de que inclusão significa somente sala comum. Isso é uma ideia muito muito brasileira assim, porque de um modo geral no mundo a gente tem um sistema inclusivo e esse sistema tem a participação da escola especializada, da sala especializada dentro da escola comum e da sala comum. Então vou te citar, por exemplo, o exemplo da Finlândia, né? 8.7% 7% são casos bem isolados que estão em escola especializada, 20 e poucos por na sala comum, 20% na sala especializada e um e um tanto em matrículas híbridas. Então este esta é uma questão porque na sala de aula hoje comum tá chegando alunos que são não verbais. Então ela impõe uma uma um desafio paraa sala de aula que é irresolúvel. Eu tenho um filho autista de 17 anos não verbal. Ele tá no nono ano que a gente conseguiu ainda atrasar ele um tanto de vez porque o estado é muito pior que o município. E ele tem, ele não é verbal, certo? Ele não entende. Se você falar duas palavras, ele não entende, certo? Ele não fala. E ele tá tendo aula de neocolonialismo, entende? Como é que você faz para adaptar uma prova? Aí você diz pro professor, tem que adaptar. Isso não existe, entende? Não, não tem cavimento. Então nós olhamos pouco pros países desenvolvidos. Agora, independentemente disso, vamos falar dos alunos que se beneficiam na sala comum. De toda sorte eles estão na sala comum na sua maioria. Você inclusive leu que que a gente pode fazer para garantir que eles eh estejam recebendo o que há de melhor? Uhum. É muito difícil responder isso, porque se fosse, por exemplo, aluno cadeirante, eu saberia te responder porque tem questões arquitetônicas. Se ele fosse surdo, saberia te responder porque existem questões de comunicação. Agora, no autismo é muito diverso. Então, na mesma sala, por exemplo, eu posso ter um aluno autista com altas habilidades, que eu tenho que fazer enriquecimento curricular. Eu tenho um aluno que ele pode ter uma dificuldade muito grande, que eu tenho que fazer uma adaptação para aquilo que ele consegue aprender. E eu tenho um aluno que nem entra na sala, que eu tenho que ensinar outra coisa, que é a habilidade de entrar na sala, depois sentar e permanecer sentado. E aí eu vou discutir o currículo acadêmico. Então veja, eu tô falando de três alunos no mesmo diagnóstico na mesma sala. De modo que o eixo de tudo isso é a gente garantir o plano educacional individualizado, em que a gente vai de fato olhar pro indivíduo, pra sua singularidade e determinar qual a estratégia que ele precisa. Assim, a gente fala, né, a gente pensa que é uma coisa só, né, que é homogênea, mas não é, né? É um universo muito diverso e muito específico, né? Cada, como diz, cada caso é um caso, né? Precisa ser pensado de forma ampla também para incluir todos esses tipos de eh de alunos, né? Tem uma expressão na comunidade do autismo, é que se você conhece um autista, você conhece um autista. Uhum. Né? E existem níveis, né? Mas mesmo dentro dos níveis, não existe um conjunto de estratégias que que sirva para todos. Sim, mas isso é um desafio muito grande, porque você tem que aprender esse processo de avaliação. Bom, se avaliou, então eu já sei quais são as características. Agora, que tipo de adaptações que faz sentido para essas características, entende? Então, é um processo técnico muito complexo e isso tá muito distante do que hoje se tem praticado. Então, eh, entre sair do período que a gente tá, que é ter acolhimento, ter boa vontade e desenvolvimento no repertório técnico, é um caminho bem complexo. Sim. Antes de eu fazer a próxima pergunta, deixa eu convidar aqui, Lucio, quem tá nos assistindo, se você também tiver perguntas ou comentários sobre o nosso tema de hoje, pode escrever pra gente ali nas redes sociais. Estamos ao vivo no canal do YouTube, da TV Folha, também no Instagram, Facebook e na Twitch. Pode escrever ali nos comentários, é que a produção tá de olho e eles me passam aqui. Eh, pelo que eu tô entendendo, acho que é importante a gente pensar em políticas públicas, né? Não é só a escola, são diversos, é um ambiente muito, muito mais amplo, né? pra gente poder ter um resultado dentro da escola. E aí você citou uma coisa que é o plano educacional individualizado para esses alunos. Como que você avalia essa a implementação desse plano e qual que é a sua avaliação sobre a presença também de um acompanhante dentro da sala de aula? Plano educacional individualizado, o PEI, ele é uma condição para ter educação inclusiva. Sem ele não há educação inclusiva, né? Só para você ter uma ideia, nos Estados Unidos ele é obrigatório por lei desde 1975. No Brasil, o primeiro documento da história do país a mencionar a Pay é um parecer de novembro, de 3 de novembro de 2024. Então é uma novidade e é um parecer, não é nem uma lei, né? Olha a distância, né? Que na discussão distância é uma distância abissal, né? toda a Europa, todos os países desenvolvidos, todos, todos, sem exceção tem. Uhum. E ainda assim com muita dificuldade, porque houve um processo de luta da comunidade do autismo, das famílias, que foi duríssimo, porque durante mais de um ano o Ministério da Educação se recusou a homologar o documento, foi eh um pega para capar para ele conseguir ser aprovado. Bom, mas hoje nós temos um documento que que eh indica que ele é ele é imprescindível. Agora, entre você dizer num papel e você de fato ter uma preparação, ter uma estrutura para que ele possa acontecer, é um caminho muito grande. E tem que pensar que o Brasil tem o que a gente chama de competência concorrente em educação. Quer dizer, não é o MEC que manda no estado, que manda no município. Todos esses órgãos têm autonomia. Então, eh eh é necessário uma implementação disso na cultura das escolas, das prefeituras, que as prefeituras tenham resoluções, tenham leis municipais que indiquem isso. O PE, ele vai dizer quais são as estratégias que fazem sentido para aquele indivíduo, certo? Agora, essas estratégias, depois que a gente definiu, a gente tem que se perguntar quais são os recursos que eu preciso para essa estratégia ser implementada. Talvez seja adaptação de prova, tá tudo certo, fácil. Talvez seja uma mudança de linguagem, OK? Agora, talvez essa implementação seja tão eh mais exigente que eu preciso de um acompanhante, né? E aí a lei Berenis Piana, lei 12764/212 diz que autistas com comprovada necessidade e a avaliação e a definição do PE que vai dizer se tem necessidade ou não, tem direito a acompanhante especializado. Olha essa expressão, acompanhante especializado. Tem um princípio no direito que diz que a lei não tem palavras inúteis. Então esse especializado tem que querer dizer alguma coisa. E aí isso significa que ele tem um treinamento para tá ali e que ele vai seguir um pay. Se a gente não tem nem treinamento, não tem um acompanhante que seja individual, tem para seis, oito, se ele não tem treinamento e se não tem um pay para ele seguir, então nós estamos num cenário de tempestade perfeita e é por isso que nós temos essa dificuldade, né? Agora isso é absolutamente fundamental. Não é uma coisa muito difícil do ponto de vista de de pensar que treinamento é esse, até de oferecer esse treinamento, mas tem mais a ver com a falta de clareza técnica dos municípios e dos estados, do que que seria o mais apropriado, o que que a ciência nos diz, quais são as evidências que a gente tem disponíveis para oferecer o que há de melhor para esses indivíduos. Você sabe que agora você falando dessa diferença, né, dessa discussão nos na Europa, né, pro pro Brasil, eu fiquei pensando aqui, por que que a gente tem essa demorou tanto para se falar? Existe um ainda foi muito preconceito para poder falar sobre esse assunto, a gente precisou quebrar muitas coisas. na sua avaliação, o que que a gente demorou tanto para Isso é mais complicado assim, porque no Brasil em algum momento, principalmente na década de 90, se construiu um consenso e aí eu vou falar assim, especialmente da academia e depois ele se estendeu pro poder público, se se consolidou aqui um conceito que a gente chama de inclusão total, que num certo momento nos Estados Unidos foi importante ali, né? Teve uma força na década de 90, começo da década de 90 ou década de 80 e depois ele praticamente desapareceu nos países desenvolvidos. Mas no Brasil ele é quase unânime, tanto nas academias, quanto na academia, quanto nos no poder público. Então, a pressuposição é que você chega na sala de aula e dá uma aula, uma aula só. Essa aula tão diversa, ela tão aberta, ela é tão extraordinariamente capaz de reconhecer as diferenças que ela serve para todo mundo. E se ela não serviu para todo mundo, significa que a sua aula tem um problema. Então, você refaz a sua aula e agora ela tem que servir para todo mundo. Isso é é chamado desenho universal. aprendizagem. Isso aí todo mundo tem consenso de que você precisa fazer uma aula mais diversa. A questão é a seguinte, depois que eu fiz essa aula super diversa, super bacana, todos vão ser contemplados? A resposta da inclusão total é sim, tá resolvido. Se se todos não aprenderam, você refaz a sua aula até todos aprenderem. Ah, uma outra corrente que é chamada de educação inclusiva, que essa que é dominante nos países desenvolvidos, ela disse: "Não, não necessariamente você vai chegar em todos. Você tem indivíduos para os quais essa aula, por mais diversa, por mais extraordinária que ela seja, ela não vai servir, não vai alcançar. E aí você olha para esse indivíduo na sua singularidade e desenvolve um plano educacional individualizado. Uhum. Então essa é a lógica. Como no Brasil essa corrente é e não é inexistente, mas é quase inexistente ou ela é muito fraca. Então, a a ideia é que não pode ter plano e que plano educacional individualizado seria excludente. Então, nós tivemos uma grande discussão no ano passado em relação do em relação ao parecer 50. Isso foi colocado na mídia várias vezes, né? O próprio MEX se posicionou várias vezes dizendo que não pode ter PEI, que PEI é segregador, que PIE é clínica, que PI é é excludente. E aí depois eles, enfim, no final das contas eles assinaram porque houve uma grande pressão dos pais. Mas essa ideia de que não pode ter nada individualizado, ela é muito forte. Eu eu vou te citar, saiu na Folha de São Paulo uma reportagem chamada O que é uma escola verdadeiramente inclusiva, que foi a Johana Noblate que escreveu. Eu dou entrevista nessa reportagem. Sim, nossa colunista aqui é uma excelente mãe de autista e tal. Sim, ela esteve aqui no Como é que é no ano passado falando sobre o assunto. E e a outra pessoa que que deu entrevista foi a professora da Unicamp, que é a Maria Teresa Gler Mantuan. E aí eu vou citá-la, entre aspas, não é possível adaptar nada para ninguém. Fecha aspas. Essa exatamente a frase. Então o contexto da reportagem era dizer que o PEI não poderia ser implementado porque ele era excludente. Então como isso no Brasil é isso é muito forte, só o movimento de pais organizados é que conseguiu impor um documento que tratasse desse tópico. Sim. Ó LEC meio tempo aqui chegaram algumas perguntas. O pessoal tá participando bastante. A gente gosta quando vocês participem. Mandem mais perguntas. Primeira pergunta é a seguinte: alunos autistas precisam de atenção especial e por vezes aulas são paralisadas. Isso não prejudica os outros alunos também? Olha, pode até ser que quando você paralisa a aula, isso isso haja um problema ali, mas a grande questão é aonde que a gente vai concentrar o nosso olhar. O nosso olhar é na escola que não conseguiu fazer o que era necessário para que isso não acontecesse. Aí eu tô dizendo que essa escola, eu tô falando a escola especificamente, mas a educação. Isso significa os professores não tiveram um treinamento apropriado para lidar com essa situação e e os professores sabem disso, né? é um grande desafio. Eh, não tem a estrutura muitas vezes necessária para esse aluno. Por exemplo, vou imaginar que esse aluno que em algumas circunstâncias acabou produzindo isso, que ele tivesse um acompanhante, esse acompanhante tivesse uma formação em gerenciamento de crises agressivas, que essa escola tivesse um sistema de prevenção de crises tópico, aquilo que a gente sabe que a ciência e nos possibilita. Então, isso não aconteceria, entende? Então é real que você tem problemas, esses problemas atingem toda a escola, mas ele tá atingindo principalmente esse próprio aluno autista. Então quando a gente olha, a gente olhar, vai olhar para essa instituição e como que a falta deste apoio acaba produzindo um prejuízo generalizado. Entendi. Mais uma pergunta, na sua opinião, quais são os critérios mínimos para que um estudante torne-se elegível para a escola regular e para a escola especializada? Tá? Isso aqui eu tenho uma coisa importante para dizer, porque em países como os Estados Unidos, Canadá, eh quem decide é o aparelho do Estado. Recentemente a a Suprema Corte do Canadá enfrentou uma questão como essa, porque uma família foi levada para escola especializada, uma criança, e eles entendiam que era uma negativa de direito. A Suprema Corte entendeu que não, que o direito não é dos pais, é da criança. E aquele era o ambiente que ele tinha máximo benefício. Mas no Brasil, acho muito difícil essa cultura, porque existe uma cultura no Brasil que é muito difícil de eventualmente querer se livrar da criança. manda para outro lugar. Então, até desses lugares terem um caráter que pode ser assistencialista, que pode ser ah de exclusão realmente. Então, a gente precisa se concentrar muito. Inclusive eu falo sempre escola especializada, não especial, pra gente eliminar esse caráter assistencial. Então, veja, o que eu entendo que a escola pode fazer é oferecer a sugestão e é a família que decide. Se o caso tiver a sugestão, que é o melhor escola especializada, a família de não, mas eu quero tá na sala comum, então um direito, né? Esse direito é innegociável. Agora, quais são essas características que indicam que o indivíduo se beneficia mais de uma ou de outra? Eh, a gente eh tem uma indicação para estar na sala especializada quando ele não acompanha a matéria de sala, ele não consegue. Então, imagina o seguinte, tá na quarto ano, tá tendo aula de gramática, tem um aluno não alfabetizado. Então é um, como é que ele vai aprender? Não faz menor sentido, né? Tá tendo aula de dígrafo, de ditongo, né? de eh objeto direto e indireto. Então esse indivíduo se beneficia mais se ele tiver numa sala especializada mandando bala na alfabetização. Uhum. Agora esse indivíduo, portanto, ele tem um ganho social de estar naquele ambiente. Então ele tá no intervalo, ele tá na saída, ele pode ter uma matrícula híbrida, como é na Finlândia, como é na Holanda, que é assim, na sala de português, aula de português e matemática, que ele tá muito distante, ele tá na sala especializada, mas na aula de educação física de arte que ele consegue acompanhar, ele tá na sala comum. Então esse é o critério. Agora, tem indivíduos que não se beneficiam nem da parte social, que são indivíduos com casos muito são indivíduos eh casos pontuais, mas são casos, por exemplo, não verbais e ou que tem um comportamento de agressividade que ainda é muito alto. Agressividade é um comportamento pontual que aparece em 53% de indivíduos altistas. Então não é um caso isolado. Então esses indivíduos, como por exemplo, de um exemplo do meu filho, ele se beneficia mais de um ambiente altamente estruturado, como escola especializada e com uma integração muito forte com a terapia, com as terapias, né? E no entanto é importante dizer que todos esses processos eles vão empurrar pra sala comum. Então, quem tá na sala especializada, na escola especializada, tudo ali é feito para ele migrar pr escola, pra sala especializada. E tudo aqui é feito para ele migrar, porque se ele se alfabetizar, se mandar bala, porque vai ser uma sala pequena com professor especializado, se ele se alfabetizar, conseguir fazer conta, ele vai tudo pra sala comum e aí ele consegue ter uma aula na sala comum, né? E vai ficar tudo tudo bem. Na primeira escola especializada para autistas do mundo, que foi 74 com Cogel e Santa Bárbara, no primeiro ano 40% dos alunos saíram da escola especializada, foram paraa sala comum. Então é possível fazer isso desde que seja especializada, ou seja, não seja eh uma coisa assistencial. Muito bem, chegou mais um comentário, pessoa escreveu assim: "Luelmo, o PEI por si só não garante que o estudante seja incluído. Acredito que se focarmos em como avaliar esse estudante, conseguimos chegar a falar de PI. Foi muitas vezes a avaliação é rasa, entre aspas. Eh, na verdade, muitas vezes eu vejo assim em escola um documento totalmente genérico que eles chamam de PEI. Então, assim, vamos valorizar a comunicação, vamos incentivar tal coisa, senor um pay, não é um pay, né? Então isso vale para todos os alunos. É, vale, claro, né? Então, o plano educacional individualizado é um documento e esse documento ele tem vários componentes. Um dos componentes é a avaliação. Eh, o parecer 50, que eu disse que é o parecer que que fala do plano educacional individualizado, ele teve três versões. Na primeira versão, eh, não houve a concordância do MEC. Ele existe, ele tá aprovado, as pessoas podem usar como referência, mas ele não foi homologado, portanto ele não tem, digamos assim, assinatura embaixo do MEC. Por quê? Tem alguns motivos, mas o principal é que o MEC não aceitou que falassem evidências científicas de maneira nenhuma. E eh nessa avaliação, esse é um dos aspectos que falava, dizia: "Avaliação deve ser feito com protocolo cientificamente validado". Então esse foi um dos assuntos que o MEC não abriu mão de que eh fosse retirado porque eles não aceitaram. Então esse é justamente o comentário que ela tá fazendo. Precisa ser feita avaliação. E a avaliação não é o que você acha, que eu acho que pode ser uma coisa totalmente genérica. Ela tem que ser uma avaliação que esteja vinculada a algum tipo de forma de avaliação que já foi testada, testada novamente, que isso foi publicado, foi avaliado pela ciência. Então esse deveria ser o critério. Então o que eu entendo é que o o isso faz parte do Pay e que o parecer 50 tá traz na sua versão original traz todas essas especificações alinhadas com o que ela tá propondo aí. Sim, novamente falando em ciência, né, da importância da da ciência, né, pra gente avançar e e ter uma discussão eh realmente produtiva sobre sobre os assuntos. A gente achava depois da pandemia, pelo menos eu achava dizer, depois da pandemia a ciência vai tá lá em cima, todo mundo vai dizer, todo mundo esperava, né? P nós mostramos que conseguimos fazer uma uma vacina em tempo record, toda essa discussão de práticas com evidência, de medicamento, de medicina baseada em evidências, foi o grande tópico da da pandemia. Agora acabou a pandemia, parece que a gente não aprendeu nada, né? Parece que passinhos para trás, demos vários passos para trás. É o questionamento da ciência como uma ferramenta que pode ajudar a gente a se comportar e na educação. Isso é muito forte, felizmente. Sim. Agora eu queria voltar um pouquinho pra escola que eu queria te ouvir, eh, Luciel, como a gente pode conscientizar os demais alunos também, eh, na presença desse desse aluno autista, né? Tanto tanto dentro da sala de aula como os colegas que vão, porque ele vai estar convivendo ali com os outros colegas na hora do intervalo, né? como que você avalia, né? Como que a escola pode fazer para ter essa integração também? É importante também ter essa educação de dos outros alunos também. Você sabe que existe uma uma perspectiva, existe muitas disputas dentro do cenário do pensamento educacional, né? Existe um pensamento mais pós-modernista, né? que acredita que a gente não deve falar nas deficiências, que a gente vai ensinar para as pessoas que cada pessoa é diferente, tá tudo certo. Mas a minha visão sobre isso é diferente. A minha visão é que essas condições, que são condições muito claras, como por exemplo, o autismo, tem outras condições também, outras deficiências em que isso acontece, elas devem ser discutidas de uma maneira muito franca com os estudantes, né? Eles têm que entender o que são essas condições. Isso pode acontecer de várias formas. Pode acontecer por meio de palestras, por meio da própria transversalidade nas disciplinas, né? Todas elas podem de alguma forma abordar isso. Mas essa é uma chave não só para, digamos assim, de um modo geral esse respeito, essa compreensão, mas para um desdobramento específico que é o bullying, né? Uh, existe uma literatura bastante extensa, literatura científica, que ela ela diz o seguinte, que o autista é abre aspas, a vítima perfeita fecha aspas do bullying, porque são indivíduos que que a que a a deficiência não é visual. Você pega uma criança com síndrome de Down, a deficiência ela é visual. Então, mesmo que haja um buier, ele normalmente não consegue um apoio generalizado dos outros estudantes, porque tá clara aquela relação. O caso do autismo, não, principalmente no autismo nível um, como aquela deficiência não tá presente, aquele aquela visão da deficiência não tá presente e aquele indivíduo tem dificuldades sociais muito importantes, ele acaba eh eh entrando nesse ciclo que é muito é muito pernicioso, porque ele implica em prejuízos muito significativos, tanto acadêmicos quanto psicológicos, emocionais, né, por toda a sua vida. Então, eh, esse diálogo franco, claro, por meio de uma série de iniciativas na escola, principalmente palestras e, e na transversalidade, nas disciplinas, é um ponto central, no meu entendimento, se a gente quiser ter uma inclusão escolar verdadeira. Bem, agora eu queria que você falasse um pouco, dissesse pra gente, a gente tem uma política nacional de educação especial na perspectiva da educação inclusiva de 2008. O que que diz essa política? Eu acabei de falar aqui sobre uma perspectiva de que da inclusão total, de que eu dou uma aula boa e ela serve para todo mundo. Isto é o que tá escrito na política de 2008. A política de 2008, ela é um documento que as pessoas leem que ele não diz muita coisa e ele tem um um outro conjunto de documentos que poucas pessoas leem que são os fasciclos da política que tem do um ao 10. O primeiro faciclo chama a escola comum inclusiva. Então lá tá muito especificado essas coisas que eu tô falando, né? por exemplo, tá dizendo que escolas e salas especializadas têm que ser imediatamente fechadas, tá dizendo que não tem que ter nenhuma adaptação para nenhum aluno, tá dizendo eh, por exemplo, que eh os professores não devem ter nenhum conhecimento especializado, nenhuma deficiência. Teve esses dias uma reportagem no Fantástico sobre um professor que tinha agredido uma criança, né? Eu dei uma uma entrevista e eu dizia do porteiro ao professor regente, todo mundo tem que saber o que é o autismo. E o que a política de 2008 diz é: "Não tem que saber o que é autismo". Nós tivemos ano passado eh uma universidade federal tinha um programa chamado Proffei Autismo, Profiteia, que era um programa de treinamento de professores. E aí eu acompanhei um representante da universidade até o MEC coordenador e ele disse assim, ó: "Qual todos os programas que falam de qualquer deficiência, a gente cancelou todos. Nenhum mais vai ter aqui no MEC. enquanto nós estivermos aqui. Então essa é uma postura que é uma postura impensável. Se se você olha pro pai desenvolvido, você nunca vai encontrar um pai desenvolvido que fez isso, entende? E a gente não tá aprendendo com essas experiências, né, internacionais, bem-sucedidas, com as evidências científicas. Então, a política de 2008, ela é uma ela é uma coisa muito estranha, porque assim, eh, pra gente pensar em política pública, existe uma coisa chamada pirâmide de Kelson no ordenamento jurídico. Você tem a Constituição lá em cima, a legislação. A política de 2008, ela não é um decreto, ela é uma não é uma portaria, não é uma resolução, ela não é nada, ela é uma postagem na internet. E aí você vê, por exemplo, Ministério Público se comportando segundo ela, você vê ações de liberação de verba e o poder público funciona segundo o que a gente chama de princípio da legalidade estrita. só pode fazer aquilo que a lei comanda. E não é isso que a lei comanda. Entende? A lei, a LDB, por exemplo, fala de escolas especializadas, mas não é a lei que tá valendo. É um, é uma postagem na internet. Então, eh, eu acho que ela é um sintoma do predomínio, da hegemonia de uma relação, eh, ideológica. E não, essa ideológica, não tem nada a ver com direita e esquerdo, é ideológico no sentido de que as evidências científicas não dão as nossas respostas, que é o a nossa visão, a nossa perspectiva, os nossos valores, aquilo que a gente acredita que é verdade é que dão essas respostas. E obviamente isso não faz o menor sentido. Sim. A gente precisa acreditar e confiar muito mais na ciência, né? Claro, porque se veja, se alguém fala alguma coisa e diz assim: "Não, eu não, eu eu não não pode fazer estudo científico experimental sobre isso. Eh, você tem que acreditar no que eu tô falando, porque isso aqui tá alinhado com certos valores. Eh, a pessoa pode fazer isso, mas aí ela tem que abrir uma igreja, porque isso é religião. Essa é a definição do do conhecimento religioso. Alguém afirma alguma coisa, você tem fé naquilo e você professa essa fé. Você adere essa fé. Conhecimento científico é diferente. Você propõe, a gente vê na realidade o que que faz sentido e aí aquilo que sobreviver as nossas tentativas de falseamento. Então esse é o conhecimento que pelo menos por enquanto é verdadeiro. Até ser questionado e a gente produzir outros. Sim. Agora eu queria voltar num outro num outro tema aqui, na verdade a gente já passou pela nessa conversa, Luciano, que são os exemplos em outros países, né? Você falou da Finlândia, né? Falou exemplos no na Europa, nos Estados Unidos. Mas vamos só retomar. queria que você dissesse pra gente eh como é que esses outros países lidam eh com a a educação inclusiva e se e se tem modelos, né, que o Brasil pode servir ali de inspiração pra gente trabalhar melhor essa essa inclusão. Acho que tem vários países que fazem um trabalho muito grande, muito bom, né? Cuba, por exemplo, faz um trabalho especial eh em educação inclusiva, né? Eh, também com esse modelo de de ter vários tipos de escola. Estados Unidos também. Eu acho, no entanto, que Estados Unidos e Finlândia tem um modelo que é muito interessante, que é o modelo que tem a melhor evidência científica, que é chamado de RTI, modelo de resposta à intervenção, que você tem para todos os alunos o o que há de de melhor, ou seja, aquilo que tem a melhor evidência científica. Então você faz para todos os alunos e a maioria responde alguma coisa em torno de 80%, mas 15% não responde, 20% mais ou menos não responde apropriadamente e aí, ou seja, não consegue acompanhar da maneira que a gente imaginou o currículo, né? Aí para esses 20% a gente leva pro segundo nível ou nível intensivo, em que a gente oferece um apoio no contraturno de algumas horas, subsalas muito pequenas, né, grupos pequenos e aí a maioria responde, então 15%, então a gente fecha aí no 95%. Só que um grupo de 5% pode não responder a isso da maneira eh que a gente espera, ou seja, da maneira que desenvolva o seu máximo potencial. Aí para esses a gente individualiza processos. Então esses é que são a a educação especial. Então você coloca a educação especial dentro de um modelo e esse modelo vai trabalhando o máximo possível para que esse indivíduo desenvolva seus potenciais e sempre com a melhor evidência. Aí, nesses 5% você faz avaliação individual e aí você vê qual é o perfil, onde que esse aluno mais se beneficia, né? E aí você propõe para essa família eh que que se ofereça todos os recursos que ele precisa, onde é o que o que o que mais tem esse potencial. Nos Estados Unidos eles têm uma expressão jurídica, né, que é restrictive environment, é o ambiente menos restritivo possível. Isso tá na legislação, tá nas decisões judiciais. Então, esse é o caminho. A gente vai sempre empurrar o indivíduo para sala comum. a gente faz vai fazer sempre esse esforço e é direito dele tá nesse nesse ambiente menos restritivo possível. Sim. E nesses casos específicos precisa ter um trabalho aí de formiguinha, né, de atenção. Sim, exatamente. E aí tem que ter tem que ter avaliação com protocolo técnico cientificamente validado, tem que ter a participação da família. Essa foi uma das coisas que a gente perdeu na versão final do parecer 50, né? Porque também exigiuse que tirasse, que era a participação ativa da família. Por exemplo, nos Estados Unidos, a legislação diz que quando você cria uma comissão para elaborar o PEI, a família é parte natural daquela, não pode tirar a família. E quando faz o p, você entrega pra família, a família leva para casa, você pega do Canadá, a mesma coisa. Você pega da Europa, tem um trabalho muito muito e belíssimo da Gabriela Tanus Valadão aqui, que que é um doutorado, mestrado doutorado na UFSCAR sobre orientação da professora Nicea Mendes, que elas analisaram o PEI de vários países, a política de PEI da Itália, Inglaterra, França, Estados Unidos. Então você consegue visualizar como que eh isso pode ser feito de maneiras diferentes. Você pega na França, por exemplo, o PEI não é desenvolvido só período escolar, é pra vida do indivíduo. Como é que ele sai dali, ele pode acessar outros serviços e ele pode pensar sua vida, né, ao pensar a educação ao longo da vida, que aliás é um princípio que entrou na nossa LDB em 2000, na nossa Constituição em 2022 e nada aconteceu. Quer dizer, o que que a gente tem oferecido pros nossos adultos que completam o período escolar? Isso não tá sendo feito. Está na Constituição, mas não tá sendo feito porque não tem política pública ainda para isso. Sim. Olha, chegou, chegaram mais perguntas aqui. Eh, essa integração ou inclusão acontece somente na rede pública ou também acontece na rede privada de ensino? Ora, a rede, as a iniciativa privada em geral, ela tem liberdade para fazer as coisas diferentes, mas a escola é diferente porque a escola é um serviço público, então ela tem que seguir as normas da educação brasileira, mas elas não seguem na maioria das vezes da maneira apropriada. E aí é o seguinte, vamos imaginar que uma família vá numa escola particular, é uma família de autista, né? E aí aquela aquela escola faz um excelente trabalho, essa escola, a família diz: "Olha, gente, essa escola é excelente". Aí vai um monte de família lá e eles não querem isso porque isso significa custo, trabalha mais. Então a maioria das escolas particulares, não são todas, mas a maioria ela faz questão de ser vista como ruim para inclusão. Por quê? Porque os outros pais não tão nem aí em geral, não ligam se o filho tá num ambiente inclusivo ou não. E aí você afasta esse público que que você tem que dar essa dedicação específica. Então, a proporção de alunos com deficiência na escola comum, na escola comum, na escola particular, na escola eh pública, é muito diferente da proporção de alunos com desenvolvimento típico. A grande maioria está n na na nas escolas eh públicas. Então, essa é uma distorção. Por quê? Porque a legislação, quando a gente fala de de escolas de um modo geral, de educação inclusiva, ela é muito pouca específica. Então ela ela dá norte, dá um um preceitos que são genéricos, chega na escola particular dis: "Não, tô fazendo tudo que ele precisa porque quando eu falo com ele, eu eu olho no olho dele e é isso que ele precisa, porque a lei só diz isso, fazer o que o que ele precisa. A lei é muito pouco específica. Então a gente, como a gente não tem uma lei descritiva, a gente não tem normas descritivas, a gente acaba eh vendo que essas escolas se comportam dessa forma e a gente tem muita dificuldade de judicializar e cobrar, porque só isso que faria as coisas funcionarem. Entendi. Olha, a Flor Costa escreveu, perguntou o seguinte: "Você acredita que as escolas construtivistas podem ser benéficas para nossos estudantes com autismo?" O construtivismo é uma dessas ideias que surgiu no Brasil, que se fortaleceu nos nas últimas décadas e que eh ela se opõe a tudo aquilo que a gente conhece em termo de evidência científica, né? Existem certas coisas do construtivismo que são legais, né? Mas eh essa ideia de que os alunos eles constróem o conhecimento por si mesmo, porque eu não tenho que orientar de maneira sistemática eh que você se oponha à instrução. Quer dizer, o que que é o oposto do construtivismo? É a instrução sistemática. Uhum. Isso é uma ideia que traz muitos prejuízos para a educação brasileira. Se você olha nos rankings internacionais, o Brasil é penúltimo, muito próximo disso em praticamente todos, né? Eu não tô falando de educação especial, tô falando todos os rankings, né, de alfabetização, de matemática. Isso decorre muito de uma série de ideias que se estabeleceram, porque a gente tá falando de pseudociência na educação especial, que é o nosso tema, mas a gente pode falar de educação de um modo geral. Então isso eh de alguma forma eh penetrou n pensamento educacional brasileiro de uma maneira muito daninha, né? Então o construtivismo é um problema para a educação de modo geral para todos os estudantes, mas é um problema especial para alunos autistas porque eles precisam de eh eh de uma organização mais estruturada do fazer escolar. você precisa de uma avaliação mais estruturada, eh você precisa de um planejamento mais estruturado. Isso tá muito distante das ideias que de um modo geral eh aparecem no construtivismo. E o problema é o seguinte, que o discurso é sempre o seguinte, não porque se é o construtivismo mal feito, porque o bem feito é top, é excelente. E aí a gente fala assim: "Tá bom, então onde que tem um experimento que testaram o construtivismo bem feito pra gente ver? É onde que tá? Não, não. A gente é conta fazer experimento. Ah, mas aí é fácil, você fala o que você quiser. Aí se se der errado, você diz: "Não, porque não fez direito." A veja, você não tem a descrição feita da maneira correta, oficial, digamos assim, que tá num estudo que você demonstra. Então isso é um ciclo vicioso em que eu faço uma coisa, não funciona. Você disse que fez errado, mas você não se dispõe a fazer estudos para mostrar que aquilo realmente funciona. E isso é especialmente eh deletério para alunos com deficiência, porque alunos com desenvolvimento típico, em geral tem mais recursos para correr atrás, para tirar essa esses atrasos, né? Os alunos com deficiência normalmente não tm esses mesmos recursos e aí eles eh ficam mais reféns dessa situação. Sim. Mais uma pergunta aqui de um pai, o Lucielmo, como nós pais podemos exigir inclusão escolar nas escolas particulares, já que nas escolas eh públicas é até melhor? Eu acho que tem várias coisas que é possível fazer. A primeira coisa é participar da escola de uma maneira muito ativa. Então é tá presente na escola, é cobrar, é exigir o PEI. Eh, o PEI ele é uma obrigação em todas as escolas públicas e privadas. Se você não recebeu na escola privada, você tem que fazer o pedido por escrito, né? E aí difícil eles vão eles negarem porque eles sabem da consequência jurídica que é você negar um direito. E a segunda coisa que eu acho que é muito importante, aí vale para todos os pais, né, é participar das instâncias decisórias dos processos de regulação escolar. Então, por exemplo, conselhos de educação, conselhos municipais, conselhos estaduais. Existe a cadeira para pais, pais de usuários do sistema. Eu já participei do Conselho Municipal, por exemplo, e lá é que se decidem as políticas, as escolas eh particulares, em geral, elas respondem aos conselhos estaduais, né? Se for educação infantil, responde ao ao conselho municipal normalmente. Então, nessas instâncias, se definem as regras lá, se pode fazer uma resolução que seja descritiva e que diga a escola particular tem que fazer isso, isso, isso e aquilo, né? Ter que fazer um pay, por exemplo, com tal data, tem que ter tal e tal, tal componente lá no pay. Só que essas hã esses componentes precisam não só de um pai, precisam dos pais organizados, precisam dos pais com clareza do que eles querem, né? E, portanto, com conhecimento para poder fundamentar essas proposições desses órgãos. Bem, mais uma pergunta aqui. Professores são consultados para expor suas necessidades para lidar com os alunos autistas? Os professores são completamente ignorados. Não é só para alunos autistas, para qualquer coisa. Então essa é uma contradição muito profunda, né? Porque os professores que tão vendo isso acontecer, eles em nenhum momento você tem um momento, você tem um um contexto para ouvir os professores. Eu tenho uma uma citação que eu sempre faço de um mestrado da Adriana Helen que foi lá na Unital, fiz parte da banca e foi muito sintomático porque ela foi em várias escolas entrevistando só o professor que era melhor da inclusão daquela escola, só o melhor. E tem uma professora que tem uma frase que que me marcou muito, né, entre aspas, é por isso que todo mundo se revolta com a inclusão. Essa é a frase dela, da melhor professora de inclusão do município, certo? Uhum. E ela expressa justamente um descontentamento com a forma que as coisas estão acontecendo. Eu fui professor 14 anos da rede municipal, né? Misoneria 2023. Eu me lembro que todas as vezes, toda formação, tinha uma formação em janeiro e em julho, era mais ou menos assim, começava assim: "Olha, lá na Grécia antiga, em Esparta jogava as crianças da pirambeira, depois era criança com deficiência, depois veio a idade média, era caridade, depois veio a segregação, depois veio Salamanca que agora tá tudo bem, graças a Deus. são todos iguais tem que respeitar a diferença. E eu dizia assim, mas já vai de novo isso. E a próxima era de novo isso. Ninguém dizia é assim que faz, é assim que adaptam uma prova, é assim que adaptam uma atividade, é assim que lida quando o aluno começou a ficar em crise, nada, nada, nenhuma palavra. Então isso é desesperador pro professor. E isso tá muito relacionado a muitos problemas de saúde mental. Nós tivemos agora em São Paulo um dado que 120 professores se afastando por problemas psiquiátricos por dia. Por dia. Isso decorre de mais condições de trabalho. Tem a ver com disciplina, mas tem muito a ver com a incapacidade do estado de oferecer um treinamento específico para que os professores consigam lidar com essa situação. Sim, tem um um vácuo aí, né, uma total para lidar com isso, né? Agora queria voltar numa pergunta eh um pouco básica, mas acho que é importante. Talvez quem esteja assistindo não saiba. Queria que você explicasse pra gente os três níveis do transtorno do espectro autista, tá? Quando alguém dá um diagnóstico formal no Brasil, ele usa o SID e o CID não tem esses níveis ainda, né? Ele é dividido por eh por categorias. Mas o consenso é que a gente usa esses níveis hoje, né, que são do DSM, é o manual estatístico, diagnóstico de transtornos mentais. Então, a ideia é mais ou menos o seguinte, usando as palavras do do DSM, nível um é aquele que precisa de ajuda. Então, você não pode ter um diagnóstico, você não precisa de ajuda, porque o diagnóstico é para isso, é pra gente oferecer ajuda. Ajuda é um instrumento formal pra gente oferecer ajudas. Nível dois é ajuda substancial. Então, talvez o nível um, por exemplo, vai precisar de uma de uma terapia uma vez por semana, vai precisar de alguma adaptação no ambiente, é mais pontual. O nível dois vai precisar de ajuda, normalmente muitas vezes ao dia. Tem um prejuízo visível de comunicação, né? Um prejuízo bastante expressivo de comunicação, de interação. Então, muitas vezes durante o dia ele vai precisar de ajuda normalmente. E tem o nível três, né, que é aquele que precisa de ajuda muito substancial, que é um indivíduo totalmente dependente, né? Ele precisa da da de uma pessoa o tempo inteiro, 24 horas, 7 dias por semana. e que num certo momento, a partir principalmente de 8 anos, quando esse quadro eh perdura, ele pode entrar dentro de um outro conceito também, que é um conceito que tem surgido e que tem crescido muito, que parece que eventualmente vai estar no próximo DSM, que é o de autismo profundo. Então, um conceito muito importante dos últimos anos, tem mais de 800 estudos já trabalhando com ele, que é o indivíduo mais um pouco mais velho, totalmente dependente, com sem linguagem ou quase sem linguagem, com uma deficiência intelectual intelectual bastante importante. Então, esse quadro eh em torno de 25% dos autistas e tá totalmente eh eh dependente, dependente e tá totalmente desamparado nas políticas públicas. Entendi. Ó, mais uma pergunta aqui nesse meio tempo. Eh, a verba especial para a escola pública receber alunos autistas, a valorização para docentes docentes que se especializa para atender eh o Educando Autista, uma melhor remuneração ou abono? É isso. Tem muito pouco no Brasil. A existe um financiamento, né? Porque os alunos eles recebem o o o fator, né, de referência do FUNDEB. Um aluno com deficiência, por exemplo, ele recebe 1.2 pela matrícula na no horário eh usual e mais 1.2 pela matrícula matrícula no contraturno no AE, no atendimento educacional especializado. Portanto, você tem 2,4 desse desse fator aqui do FUNDEB para a escola. Só que isso não cai numa contra da educação especial, cai na conta da educação. E aí não necessariamente a educação tá fazendo isso virar um investimento específico na educação especial, né? E esse é um ponto importante e como eu disse, né, o AE é o espírito da da educação inclusiva de uma escola, é o a coluna dorsal. E aí grande parte dos municípios, por exemplo, não tem um uma carreira pro professor do AE. Muitas vezes é mais vantajoso você ficar na sala comum do que se ir para o AE. No caso dos professores que que saem daqui, vão para lá, que eles são nomeados lá. às vezes não é é desvantajoso financeiramente. Quer dizer, não só ele não é valorizado, apesar do grau técnico extraordinário que é exigido, como é uma punição, você tá lá, além de todos os problemas de trabalho, né, que são decorrentes eh dessas dificuldades eh de trabalhar com crianças com deficiência. Tem vários estudos mostrando que profissionais que trabalham eh com crianças com deficiência, autismo principalmente, tem uma maior incidência de eh problemas emocionais, de transtornos mentais. Quer dizer, esse profissional tinha que ser valorizado e tinha que ser apoiado, né, em todo todo esse processo. Isso não tem acontecido, mas nem de longe. Então, essa é uma das questões que são centrais nesse processo. Eu eu me lembro inclusive que eu disse que que eu fiquei 14 anos recebendo essa palestra de autoajuda, né? Num certo momento eu tava fazendo doutorado, tal. Eu cheguei para para uma pessoa que era responsável pela educação especial do município, falei: "Olha, eu tô, apesar de eu estar na sala comum, sou professor de história, né? Eh, eu eu queria participar da da formação do AE, porque eu tô, né, já há muito tempo estudando isso, tô publicando. Ela falou: "Não, Luelo, pro AE aí também". Quer dizer, o professor que tem que lidar com situações super complexas também só tinha acesso à palestra de autoajuda. Quer dizer, tudo aquilo que a gente devia estar oferecendo para esse profissional, tem países em que esse profissional é o profissional que ganha melhor, é o profissional que recebe mais apoio, profissional tem toda a base e aqui a gente tá fazendo o contrário, né? Então isso esse é um outro tema importantíssimo. Quer dizer, nenhum investimento que é destinado à educação especial tá chegando na base de fato no chão da escola. Entendi. Aquela história da gente cuidar de quem cuida, né? Tem uma dificuldade hoje de pensar isso, né? É, a gente fala muito das famílias, mas também tem que olhar pr os profissionais. Estão nesse contexto. Queria trazer uns dados aqui antes de fazer a próxima pergunta que eu tirei aqui de matérias que nós publicamos, nós publicamos. tem um levantamento do Centro de Controle de Prevenção de Doenças Americano, mostra que mais eh mostra mais um aumento na taxa de crianças identificadas como autistas em 2022 em comparação levantamento de 2020. Uma a cada 31 crianças de 8 anos foi identificada como autista pelo sistema de saúde ou educacional americano de 2022. Com esses dados, eu queria te perguntar o que que explica o crescimento dos diagnósticos de de autismo? Eh, a gente tá mais consciente sobre o assunto ou há um excesso de diagnósticos? Como que você avalia? Então, esse número foi publicado sobre 2022, mas é importante dizer que é de 17 de abril deste mês, né? Então, eh, deste ano, então é um número super recente, né? Porque os estudos demoram um tempo para serem analisados. E eh o estudo propriamente dito, né, o artigo que é produzido pelo CDC não diz isso. A gente tem que olhar pro restante da literatura científica, que já avaliou muito essa questão, porque isso é um crescente de muitos anos. Existem vários fatores que contribuem para esse aumento. Vou falar aqui dos principais, tá? Os principais são o aumento da conscientização, da clareza sobre o autismo. Às vezes hoje tem movimento, por exemplo, autismo na igreja, né, do pastor Glau. Quer dizer, você vai na igreja, se eu falar de autista, você vai, você vai assistir uma novela, tem um personagem de autista, você vai assistir um filme, ontem assisti o contador dois, tá lá falando de autismo, você tá em todos os lugares. Eh, esse é um fator. E aí, isso também tem a ver com eh formação de profissionais, né, porque os profissionais têm mais condição. Antigamente não tinha na cidade não tinha ninguém que diagnosticava autista, tinha que para outra cidade. Hoje toda cidade tem várias pessoas. Então isso chegou nos profissionais e você tem também eh uma mudança na na na cultura do diagnóstico, na aceitação do diagnóstico. Então muitas pessoas adultas procuram também para si. Então tem várias coisas que acontecem, mas as principais são relacionadas ao aumento da conscientização da qualidade do diagnóstico. Existem alguns componentes e ambientais que podem ter um efeito sobre isso, que é o aumento da idade do pai, que nesse caso é o pai, a idade do pai que tem mais efeito, né? Então, os pais têm, em geral tido filhos mais velhos, isso aumenta um pouco a probabilidade porque são mutações não hereditárias, né, alterações genéticas não hereditárias. E você tem eh crianças que têm um alto risco para autismo, por exemplo, que são crianças que são eh aquelas que nascem eh com peso extremamente baixo ou extremamente prematuras. Antigamente essas crianças não sobreviviam, hoje elas sobrevivem, né? Então, por esses motivos, a gente tem esse aumento importante e o principal de todos, que é o aumento, o alargamento conceitual do que é o autismo. Então, o autismo era isso, só esses casos. Aí a gente diz, por exemplo, a partir de 2013, que síndrome de áspera agora não existe, é tudo autismo. Aí o autismo já fica isso aqui. Ah, transtorno global do desenvolvimento sem outra especificação não existe. Então, autismo, então você aumenta. Então você cria um conceito que é mais amplo. É, essa divulgação do do CDC, ela veio junto com uma divulgação do secretário de saúde dizendo que vai publicar um estudo até setembro dizendo quais são as calças do autismo que tem que ser uma toxina, porque não pode não pode ter outra forma de explicar, porque só o homem diagnóstico não explicaria. Isso é muito preocupante por vários motivos. Veja, eu não tô dizendo que a gente não pode estudar as coisas no ambiente que podem eh produzir esse aumento, né? Tem três coisas no útero, por exemplo, que a gente sabe, que é o consumo de ácido valpróico, de infecções eh na gravidez e consumo de maconha na gravidez, mas o percentual é muito pequeno. Então a gente não consegue fazer nenhuma pesquisa até setembro. É uma pesquisa que demora 10 anos, 15 anos. Então é o que que é preocupante desse processo é que porque as pessoas não entendem esse processo científico de entender que a maioria das causas é genético, tudo isso, você cria um discurso que você vai oferecer uma resposta que é falsa, por exemplo, vacinas ou sei lá, qualquer outra coisa que inventarem, não sei exatamente o que que vai aparecer até setembro. Então isso é muito preocupante, né? De um modo geral, o que a gente sabe hoje é que pode ter algum efeito ambiental, mas ele é pequeno e a gente tem que estudar tudo. Tem que estudar mesmo. Ciência não pode ter nenhuma limitação, tá certíssimo, né? Mas que é muito preocupante que talvez a gente ofereça respostas que não são verdadeiras. Mais uma pergunta, o Edmaldo pergunta, fala assim para você, Luciel, poderia falar um pouco sobre o parecer 50? A gente já falou um pouquinho aqui, mas vamos lá. Claro. Esse é um documento do Conselho Nacional de Educação que foi aprovado por unanimidade 2023, que ele foi produzido por pesquisadores de todo o país, todas as regiões do Brasil, pesquisadores que trabalham com autismo, né? Uhum. Tinha lá o primeiro programa de educação especial do Brasil que é a Universidade de Santa Maria, Carlos Schimit, o maior programa de educação especial que é o Fiscal, tinha o Nascin Chame Elias, professora Dais e todos os os regiões do Brasil. E eu tive o prazer de contribuir nesse documento. Foram se anos de trabalho voluntário no Conselho Nacional de Educação. Então é um documento muito completo. É um documento assim compatível com qualquer país desenvolvido com os Estados Unidos, com a Inglaterra, com a Suíça. E aí ele ele tinha esses várias coisas que eu já mencionei aqui. Tinha um currículo de formação de profissionais que tinha que dar prática com evidência participação da família e tinha o PI. E é o peit uma descrição. No final das contas, houve uma grande discussão. Eh, ele teve uma aprovação maxista na comunidade. Só para você ter uma ideia, das comunidades do autismo, dos grupos de autismo que se manifestaram, foram 182 duas, 180 a favor e duas contra. Então, foi uma um consenso massivo da comunidade, né, nas pessoas com deficiência, mais de 2.500 entidades se manifestaram em favor. Só que por conta desse desses aspectos ideológicos que a gente falou e obviamente de jogo de poder de pessoas em certas posições, o Ministério da Educação não homologou. Aí houve uma pressão muito forte. Para você ter uma ideia, a postagem do ministro da educação com mais comentários até hoje é a nossa é a nossa postagem que tá dizendo homologa Camilo. É mais do que o dobro da segunda colocada que é o lançamento de uma política de estado, que é o pé de meia. mais que mais que o dobro. Então, foi uma pressão muito forte da comunidade. E aí, assim, de tudo o que a gente eh conseguiu de aprovação foi o plano educacional individualizado, mas esse é o espírito, é o coração de tudo. Então, parecer 150, que é a versão última que foi aprovada no ano passado, ela tem o coração da educação inclusiva, que é a obrigatoriedade do PEI. Então isso tá aprovado pelo Conselho Nacional, tá homologado pelo Ministério da Educação, é uma interpretação da própria Convenção do Direito à pessoas com eficiência que é parte da nossa constituição. Então hoje esse é esse essa é a garantia que nós temos. A partir daí a gente tem que entender que isso tem que ser feito baseado em evidência, que isso tem que ser feito com a participação da família, daí deriva as outras coisas. Então eu acho que foi uma conquista extraordinária, foi uma mudança no paradigma educacional, porque veja, ter um plano educacional individualizado é absolutamente o contrário do paradigma que controlou a política de 2008, né? Porque lá não é para individualizar nada para ninguém. Então eu acho que é uma mudança de paradigma na educação especial do Brasil 450. Sim. E para finalizar, vou fazer mais uma pergunta aqui do Thiago Rodriguez. Ele pergunta assim: "Aquele aluno que não tem laudo, o que deve ser feito? A quem recorrer?" Perfeito. Eh, sobre isso, existe uma clareza muito grande no parecer 50, né, que é o fato de que o laudo não determina se a gente deve ou não deve oferecer o apoio educacional para ele. O que determina é a sua individualidade, a sua necessidade. Então, os professores devem fazer uma avaliação pedagógica se ele precisa ou não precisa de apoio. Esquece laudo, não é o laudo que determina se eu ofereço apoio. Então, se eu chegar a essa conclusão de que ele precisa, então eu ofereço para ele o serviço de educação especial. Aí eu crio um plano educacional individualizado. Quando eu vou lançar lá no censo, porque você tem que lançar no sistema do Ministério da Educação, no Censo que estão esses dados que você citou, eu coloco o PEI. Se você olhar na descrição do sistema, tá lá, ou você manda o laudo ou você manda o PE, né? Então você vai lá e manda esse plano educacional individualizado, esquece essa questão do diagnóstico, porque não é isso que determina se a gente deve ou não deve apoiar o aluno. A gente tem que ter a clareza de que o Brasil é um país profundamente desigual, é um país que é muito difícil você ter acesso a um diagnóstico. Imagina numa cidade que você tem rede pública que às vezes nem tem neuropediatra naquela cidade, o pediatra eventualmente não fecha o diagnóstico, você não consegue passar, demora anos se conseguir. Então a gente não pode ficar esperando isso, esperando uma decisão médica pra gente dar uma para tomar uma atitude pedagógica, né? Ele tem o direito, ele tá muito bem descrito no parecer 50, na tem a base jurídica e com certeza esse indivíduo deve ser apoiado. Então onde que você precisa correr? Para lugar nenhum. Você precisa fazer o trabalho, precisa agir, precisa fazer avaliação, precisa fazer o pay e lança normalmente eh o o no sistema o caso desse indivíduo. Muito bem, Luci. a gente vai precisar finalizar que a gente já tá extrapolando o nosso tema, mas acho que que a nossa essa nossa conversa possa ajudar, né, as pessoas que est assistindo, a gente discutir mais sobre o assunto, que isso aqui seja produtivo, né, pra gente falar mais sobre o assunto e ter melhorias aí nos próximos anos. Obrigada, viu, por ter disponibilizado seu tempo, ter vindo aqui, conversado com a gente. Volte mais vezes. Foi um prazer e que bom que a gente pode discutir isso tudo e poder de alguma forma apoiar as pessoas que estão em casa, estão fazendo a luta na vida real por uma educação inclusive de mais qualidade. Muito bem, obrigada, viu? E eu agradeço também a você que nos acompanhou até aqui. Amanhã estaremos de volta. A gente começa às 18 horas e amanhã o tema é mundo. A gente vai falar sobre os 100 dias do governo Trump. Espero vocês às 18 horas. Até amanhã. [Música]

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