Caminhos da pesquisa: metodologia em estudos sobre financiamento da Educação Especial

By | 07/05/2025

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Caminhos da pesquisa: metodologia em estudos sobre financiamento da Educação Especial/a>

Olá, pessoal, tudo bem? Boa noite. Eu sou a professora Daniele, Daniele Araújo, professora da licenciatura em educação especial. E nesse semestre eu estou com a disciplina, com a atividade complementar de INEP, núcleo de ensino, pesquisa, Extensão. E estamos aqui no nosso segundo dia da semana de NEP para conversar, dialogar um pouquinho sobre as pesquisas eh em educação especial. Eu sou uma mulher parda de cabelos eh castanhos, longos, lisos, que estão soltos. Eh, possuo estatura baixa. Eh, no momento uso um colete azul escuro com listras brancas e uma blusa por baixo branca. Meu sinal em Libras é a letra D e que faz um movimento circular para baixo, o movimento de enrolar o cabelo, que é um hábito que eu tenho, tá? Eh, hoje a nossa convidada é a professora da licenciatura, minha colega de trabalho, Márcia Maurílio. Eh, a professora Márcia Maurílio, ela tem doutorado em educação e ciências sociais, desigualdades e diferenças, e ela é mestre em educação e psicologia. Ambos mestrado e doutorado pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. Professora Márcia também tem especialização em educação de pessoas com surdo cegueira, deficiência múltipla sensorial. Ela é pedagoga de formação e também tem graduação em serviço social. Atualmente ela tá com a gente na licenciatura e dá aula também no curso da pedagogia da rural. Professora Márcia é pesquisadora do grupo de pesquisa políticas de educação especial e coordenadora da rede de pesquisadores em financiamento da educação especial, FINESP. É avaliadora de cursos do ensino superior pelo INEP e editora associada desde 2023 e atualmente editora chefe da revista Inclusão e Sociedade da UFABG. Eh, tem experiência na área de educação, educação especial, em consultorias, em secretarias de educação, com ênfase em formação continuada educação especial na perspectiva da educação inclusiva. É, atua principalmente nos seguintes temas, é política e organização da educação básica no Brasil, políticas de educação inclusiva, políticas de educação especial, financiamento da educação e da educação especial, surdo cegueira, deficiência múltipla, deficiência visual, relação família e escola e em muitas outras áreas que que eu só tô falando um resuminho do currículo extenso da professora Márcia, a quem eu agradeço muito pelo aceite em participar da nossa semana. semana de NEP, contribuir um pouquinho com a sua pesquisa, os nossos estudantes conhecerem um pouco da sua pesquisa, da metodologia estilizada, que é o que a gente tem dado poca nep, tá? Muito obrigada, Márcia, eu passo a palavra diretamente para você. Boa noite a todas e todos que estão aqui nos assistindo. Eh, primeiro agradeço Daniele pela pelo convite, né, em falar da da minha pesquisa, do doutorado. Eh, eu sou uma uma mulher de pele parda, cabelos curtos, castanhos, com mechas douradas. Uso óculos de armação escura, tem um nariz afilado, lábios finos. Estou usando um brinco com um cristal cor- deosa nas pontas e uma uma blusa azul. Eh, então, eh, quando a Daniela me falou: "Ah, você, eu quero que você gostaria que você falasse sobre sua pesquisa e até ela tava falando assim: "Já li sua pesquisa". Eu falei: "Você leu a pesquisa da da minha dissertação, do meu mestrado, que foi na área de surdo cegueiro e deficiência múltipla. Do mestrado para o doutorado, eu dei uma, como a gente pode dizer, uma virada de chave. Eu mudei um pouco o meu o os meus objetos de pesquisa. Não deixei de olhar para as práticas porque isso faz parte eh da minha formação de especialista, da minha experiência profissional em escola especializada. Eh, mas comecei a olhar um pouco mais para as políticas educacionais, em especial para as políticas de educação especial e muito mais especialmente para o financiamento da educação especial, tá? Ah, então o nome da nossa conversa hoje é Caminhos de Pesquisa, metodologia em estudos sobre financiamento da educação especial. Esse nosso primeiro eh primeiro slide com essa frase que eu li, ela está num fundo preto com letras amarelas e abaixo, né, o meu nome, ã, que eu sou da Universidade Rural, da rede Fineesp, que a que eu sou coordenadora, conforme a Dani me apresentou, a rede Fine é uma rede de pesqu pesquisadoras e pesquisadores em financiamento da educação especial. Eh, se vocês pensarem que no Brasil nós temos poucas pessoas, poucos pesquisadores na área do financiamento da educação, na área do financiamento da educação especial, somos menos ainda, mas estamos aí produzindo pesquisas. produzindo investigações para eh na defesa de uma de um financiamento eh de um financiamento adequado paraa nossa ah paraa educação como um todo e paraa educação especial. Porque quando nós dissemos o seguinte, quando nós pensamos que o financiamento quando ele é adequado, ele vai trazer para a escola pública qualidade para o ensino de todos e todas, das pessoas que são público da educação especial, mas também para todos os outros eh estudantes. Agora, eh, também estou com um grupo de pesquisa, chama G, eh, grupo de pesquisa em educação especial, políticas, eh, financiamento e gestão. Então, esse grupo de pesquisa, ele vai eh ele tem três linhas, né? Vamos eh analisar pesquisas em eh eh políticas de educação especial e políticas em geral e políticas de educação especial, o financiamento da educação como um todo e trazendo para o financiamento da educação especial as especificidades e olhar também paraa gestão educacional e gestão escolar, Porque quando falamos em financiamento, nós também temos que pensar em como que os gestores de educacionais, aqueles que estão lá na Secretaria de Educação, aqueles que estão no setor de educação especial, como que eles olham, como que eles vão atrás de recursos financeiros para a o financiamento da educação e da educação especial. e também lá dentro da escola, como que os gestores olham para esses recursos e como que eles também fazem a gestão do da aprendizagem de todo o contexto da escola em torno da educação especial na perspectiva inclusiva. Então, parece amplo, mas temos caminhos aí que podemos eh seguir, né? E quem tiver interesse em pesquisas nessa área, estejam convidados para participar do grupo. Ah, então, eh, como eu disse, nós vamos falar do da minha pesquisa que eu fiz no doutorado, OK? Essa pesquisa foi realizada na Faculdade de Educação da USP em São Paulo. Foi financi os dois últimos anos da pesquisa foram financiados pela CAPS e fui orientada pela professora D. Rosâela Prieto. Ah, o nome da pesquisa Financiamento da Educação Especial Paulista, via parcerias com organizações da sociedade civil sem fins lucrativos. Aí é que eu tava comentando antes de nós entrarmos ao vivo com a Daniele, hã, como que um pesquisador, principalmente quando estamos aí no mestrado, no doutorado e depois, né, se continuarmos na carreira de pesquisadores e pesquisadoras, como que nós eh resolvemos fazer uma pesquisa? O que nos atrai para um tema e não para outro? Nós resolvemos isso de um dia pro outro. Às vezes nós temos aí desperta algum interesse em algum em algum tema e aí fazemos um projeto e vamos. No meu caso, no no doutorado, para eu entrar no processo seletivo, eu tinha feito um projeto de pesquisa na área de formação continuada de professoras para educação infantil na rede pública municipal de São Paulo. Era super interessante, né? Inclusive foi aprovado para eu poder fazer a pesquisa. Mas o que aconteceu durante o doutorado? Nó no primeiro ano nós temos que fazer as disciplinas para ganhar nossos créditos, né, com conquistar nossos créditos. E eu fui fazer uma disciplina chamada Financiamento da Educação Básica no Brasil, aspectos legais e políticos, com o professor que hoje é aposentado da Faculdade de Educação, professor Rubens. E foi algo tão instigante para mim pensar que para que eu tenha, né, eu nunca eh quando nós estamos muito ligados à prática do dia a dia na escola, a gestão, sei lá, coisas mais mais cotidianas, nós esquecemos que para isso acontecer precisamos de recursos financeiros. Quando isso despertou em mim, quando eu escutei, quando eu comecei a ler os textos, discussões em sala de aula e era uma turma imensa de quase mais de 30 alunos de pós-graduação na turma, muita gente interessada, eu comecei a pensar, mas e a educação especial? Como é que acontece isso? Como é que se financia e de onde vem esse dinheiro, né? E aí eu resolvi investigar, isso me instigou a investigar o eh esse tema. A minha orientadora na época tinha já uma colega, né, uma uma que hoje é muito minha amiga, que já pesquisava financiamento da educação especial também. Aí eu falei assim: "Vamos fazer uma dupla então, né, e vamos pesquisar". Ela pesquisava na região de Campinas. Aí eu fiquei pensando, né, o que como que para que lado que eu vou, porque sempre pensamos em algo muito grande, né? E aí temos que ir afunilando esse tema, porque durante a pesquisa nós não vamos ter fôlego, né, para falar de muitas coisas. Nós vamos falar da de um tema e de uma coisa às vezes muito específica. E aí, que que nós vamos fazer primeiro? Vamos fazer uma revisão de literatura para saber quem pesquisa financiamento da educação especial, quem, né, especificamente no estado de São Paulo, né, que eu mor, eu era de lá, quem no quais pesquisas eu tenho sobre o estado de São Paulo de financiamento da educação especial. E aí eu descobri que tínhamos pouquíssimas pesquisas em relação especificamente sobre o estado de São Paulo, não havia nenhuma pesquisa e e aí eu fiquei aí eu mais uma algo para eu resolver dentro desse tema amplo. Que mais? O que qual o caminho que eu vou que eu vou levar, né? Porque dentro do financiamento eu tenho, né, parcerias públicadas, financiamento público como um todo, eu tenho eh hã a parte dos dos docentes, remuneração docente, carreira docente. Então tem várias vários caminhos dentro do financiamento da educação para se pesquisar. E aí eu resolvi por pesquisar as parcerias público públicos privadas, né, entre a Secretaria Estadual de Educação de São Paulo e essas instituições especializadas. Então eu já dei uma certa delimitação para o meu tema. Hã, aí nós temos que pensar, mas o que que eu vou pesquisar nessa área? O que como, né? E aí eu comecei a buscar documentos, eh, comecei a olhar legislação, né, várias leis do Estado em relação à educação. Comecei a olhar vários documentos e eu observei que a Secretaria de Educação, ela fazia, ela formalizava o que nós já conhecíamos antigamente, que se chamava convênios. com eh essas instituições especializadas. Só que de 2017 para frente, né, para cá, elas passaram a se a a se mudaram de nome, se tornaram eh parcerias, né, o nome que se fala agora, não falamos mais convênios, houve uma mudança na legislação federal e o estado, lógico, os estados, os municípios têm que acompanhar essa legislação que rege nacionalmente. Então eu perguntei como são formalizadas as parcerias para o oferecimento de educação especial entre a CEDUC São Paulo e essas organizações da sociedade civil sem fins lucrativos que atuam em educação especial. Que tipo de documentos são assinados? Como que é esse documento? Que o que diz nesse documento? E é uma pesquisa de financiamento. Quais recursos financeiros a CEDUC utiliza para financiar as despesas com essas parcerias? Então, já tinha problemas de pesquisa, dois por sinal. Aí eu defini o objetivo geral, então seria analisar as políticas de financiamento da educação especial da CEDUC. com foco nas parcerias entre a secretaria e as organizações sem fins lucrativos atuantes em educação especial, com matrículas na educação básica e ou no atendimento educacional especializado. desde 2017, quando são adotados os termos de colaboração, até 2019, ano em que eu finalizei a geração de dados da pesquisa. O que são então esses termos de colaboração a partir da da do marco regulatório das organizações da sociedade civil, que tem um uma sigla que é Mirosk, ah, a todas as a o essas parcerias público-privadas, elas passaram a ser regidas por termos, né? Então, termos de colaboração, termos de eh tem um outro, putz, surgiu agora, não vou vou lembrar depois, mas o termo de colaboração é o que é utilizado quando ah nós temos hã repasse de dinheiro público para o privado. OK? Então, foi a partir desse ano de 2017 que a Secretaria Estadual de São Paulo passou a utilizar esse documento para assinar, para firmar essas parcerias, OK? Por isso, né, o marco temporal. Então, toda pesquisa precisa ter aí um marco temporal. E geralmente a gente busca um documento ou a gente busca um acontecimento, algo que vá nos trazer um, principalmente eh, pesquisas na área de políticas, né? algo que vai nos dar um uma fundamentação para que nós para para vai dizer por eu comecei a pesquisar a partir desse ano e não de anos anteriores. Então, para chegar nos objetivos ainda, nós eh delimitamos dois objetivos específicos. Então, dentro daquele geral, eu preciso, depois a gente vai comparar com as perguntas. Então, a primeira pergunta não era como se formalizava? Então, para responder aquela pergunta, um, eu tenho um objetivo específico, que é o de analisar os procedimentos para formalização das parcerias e legislação que as regem para aprender todos os compromissos envolvidos nessas associações para a prestação de serviços entre as OSCs e a SEDUC. E o a segunda pergunta era sobre os recursos financeiros. Então, o segundo objetivo é analisar os recursos financeiros destinados para a liquidação das despesas com educação especial, com foco nas parcerias no período referido de 2017 a 19, discutindo os dados em relação às políticas de financiamento e as relações entre o público e o privado na educação. parêntes aqui, quando nós falamos em políticas educacionais ou nós estamos falando da educação básica, nós estamos falando aí de uma gama de documentos e de ações para que aconteça a educação básica. Quando eu falo de políticas de financiamento da educação, então eu tenho, né, hoje o FUNDEB, que financia um dos principa é o principal financiador da educação básica no Brasil. Ah, aí por que que quando eu vou estudar algo relativo ao financiamento da educação especial, eu preciso usar olhar para as políticas de financiamento como um todo, porque não existe uma política de financiamento da educação especial somente para isso. o que financia a educação especial, essa essas ações e essa legislação está aí dentro das políticas que financia a educação básica, correto? Então tem que conhecer como que a educação básica é financiada para dali olhar para especificamente para a educação especial. Aí vamos resolver qual que é a metodologia, como que eu vou eh fazer essa pesquisa, como é que eu vou, como que eu vou analisar meus dados, como que eu vou eh caminhar na minha pesquisa. Aí havia uma uma, como que eu posso dizer? uma certa lenda de que pesquisa na área de educação nunca é quantitativa. E eu ficava, mas gente, por que que a minha pesquisa que eu vou trabalhar com tantos números, com tabelas, com valores, com isso, com aquilo? Por que que a minha pesquisa não pode ser quantitativa? ficamos eu, né, eu e minha orientadora nessa discussão durante bastante tempo. Até que um dia numa banca de uma outra colega de defesa de tese, a professor, uma professora da banca disse, né, que a pesquisa dela deveria ter sido quantiqualitativa, porque apresentava muitos dados quantitativos. Aí a minha orientadora mandou um recado para mim, Márcia, reveja a metodologia. Nós vamos usar a a metodologia quantalitativa. E aí fui eu, né, eu já tinha lá os meus livros, os meus os meus eh a as meus artigos que podiam, né, eh fundamentar essa essa minha abordagem. Então, a abordagem qualitativa e quantitativa, elas podem ser usadas pelos pesquisadores conjuntamente, pois elas estão imbricadas e não são incompatíveis. Nós temos que superar essa dicotomia entre as duas abordagens, buscando essas aproximações entre elas. Por isso pode possibilitar uma visão mais ampla nas pesquisas de educação. Isso quem fala é o professor Gamboa, a professora Minário, ela vai dizer que os dados advindos de duas abordagens enriquecem as informações, ajudam no aprofundamento dos temas e deixam a interpretação mais fidedigna. O enfoque qualitativo, ele vai, ele então na minha pesquisa, ele teve como objetivo descrever, compreender, explicar o contexto em que se apresenta o financiamento da educação especial com foco nas parcerias, né, entre as OSCs e a Secretaria de Educação. e atende ao meu primeiro objetivo específico, que é fazer uma análise, né, de como que acontece essas parcerias, eh como que tudo isso é influenciado. Por outro lado, a abordagem quantitativa, ela nos leva a analisar os recursos financeiros destinados paraa liquidação das despesas com educação especial pela CEDUC. e ela atende o segundo objetivo específico que é analisar o financiamento, o número, né, o dinheiro, os recursos financeiros. Então, consegui fundamentar teoricamente essa abordagem quantalitativa. Isso me deixou muito feliz, vocês não têm ideia. dentro dessa, ainda dentro da metodologia, então nós temos que decidir que tipo, como que nós vamos encaminhar, como que nós vamos levantar os dados, né? Quais são os nossos procedimentos aí metodológicos. Eh, eh, olhando, né, para todo um contexto, eh, eu conseguia eh entrar, vocês vão ver, eu consegui entrar na Secretaria da Receita, eh, Secretaria da Fazenda e Planejamento de São Paulo. Eu encontrava os dados lá de despesas, de receitas, a contabilidade pública toda. eu conseguia eh entrar em sites do dos portais da da Secretaria de Educação de São Paulo e buscar documentos que eu precisava. Então, a decisão primeira é que a minha pesquisa seria uma pesquisa documental, olhando para fontes primárias, né, que vão trazer essas marcas da sua produção original, do seu tempo de produção, da sua história. Eh, a fonte primária, ela tá no seu estado natural de forma da forma em que foi produzida. Então eu ia lá nos demonstrativos financeiros, ia na legislação, ia em tudo lá, né, dentro do seu do dentro do seu desenho original. E essas fontes elas podem ser, né, então documentos de arquivos públicos, publicações parlamentares e administrativas, estatísticas, censos, né, documentos de de arquivos privados, cartas, contratos. Então, a quando eu penso em fazer uma uma pesquisa documental, eu estou usando documentos, posso usar eh jornais, revistas, posso usar hoje em dia sites, né, confiáveis, posso usar vários vários eh eh documentos sem o envolvimento de seres humanos. Então, eu não preciso eh entrar em contato com a Secretaria de Educação e fazer uma entrevista com os gestores. Não é um era esse o objetivo. Até tentei, mas aí nós entramos na pandemia e ficou totalmente inviável. Então, a pesquisa foi uma pesquisa documental e nós fizemos todo o levantamento nos portais governamentais, ã, uma pesquisa praticamente online, né? Eu não saí para ir para uma biblioteca, para ir para um arquivo público, nem tudo eu consegui pegar pela internet. Ah, eu não, eu sei que as letras estão pequenas. H, eu vou, eh, não há necessidade de ler tudo. Esse aqui é um organograma que eu fiz em que eu mostro eh quais foram os portais que eu que eu visitei e quais os documentos que eu eh busquei, que eu peguei nesses portais. Então, o primeiro foi o portal da Secretaria de Educação. Nele, eu peguei listas de escolas, peguei dicionários de dados, baixei os termos de colaboração que ele que ficam todos disponibilizados num num portal. Eh, retirei todos os dados dos termos de colaboração, peguei tudo lá. Eh, peguei também resoluções eh que a Secretaria de Educação eh documentos, né, oficiais, legais que a secretaria publica. Então, estão lá nos portais. Hum, também fui no portal do Diário eh oficial da do estado de São Paulo e lá eu fui peguei os extratos de termos de colaboração, eh extratos de aditamentos, hã, fui no portal do do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação para pegar algumas listas que eles publicam, portarias que eles publicam. Eh, fui no portal da ALP, né, lá da da Assembleia Legislativa de São Paulo para buscar decretos, buscar minutas, né, aqueles documentos que eu precisava. mais adiante. Aí eu fui lá no portal da Secretaria da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo. Lá eu peguei, né, os demonstrativos de receitas e despesas, as despesas orçamentárias, as receitas orçamentárias. Fui buscando todos os dados de recursos financeiros que eu precisava. Quando eu já estava lá analisando os dados, eu durante a análise eu percebi que eu precisava de mais alguns documentos. Aí eu fui na página que hoje tá extinta, que era do CAP, busquei lá diretrizes, busquei documentos que tinham lá e em outros locais na internet que eu fui buscando eh documentos de convênio assistencial, de diretrizes de procedimentos que estavam ali publicados meio perdidos na internet. Então, a gente, como pesquisador, nós aprendemos a ficar fuçando, procurando as coisas, né, no nos sites e na na internet, no Google, a gente joga em tudo que é que é procurador, buscador, aí pra gente poder encontrar os documentos que a gente precisa. Aí eu ainda tenho que fazer escolhas dentro desses procedimentos metodológicos. Por quê? Porque o estado de São Paulo, né, vocês estão vendo o mapa aqui, ele é enorme, né? Ele é maior do que o Rio de Janeiro, acho que três vezes, não sei o tamanho do Rio de Janeiro, do estado do Rio de Janeiro. E ele tem hã mais de 600 municípios. E para isso se organiz para Secretaria de Educação se organizar, ela tem 91 diretorias de ensino, sendo que 28 delas estão na grande São Paulo, na cidade de São Paulo e grande São Paulo, e 63 delas são diretorias que estão no interior do estado. Se pensarmos que eu ia fazer uma pesquisa levantando documentos de parcerias entre Secretaria de Educação e Instituições, seria assim um volume imenso de dados e quase assim, não digo impossíveis de manipular, mas muito difíceis de analisar em tem num tempo aí de uma pesquisa de 2 anos. Então, eu tive que fazer algumas escolhas e eu escolhi avali analisar as parcerias que aconteciam nas 28 diretorias da grande São Paulo, né? Como eu disse, 13 estão dentro da cidade de São Paulo, que aqui no mapa é o é o desenho central que está em cinza. duas secretarias, eh, duas diretorias estão no município de Guarulhos. Guarulhos é dividido em duas eh em duas diretorias e as outras as outras 13 diretorias aí congregando o restante dos municípios da grande São Paulo. Então eu escolhi olhar para esses territórios e aí eu tinha como que eu fiz? Simplesmente eu disse: "Ah, vou olhar só para esses territórios". Tá? Eu fui olhar o que que então o nesses nessas diretorias haviam parcerias? Haviam. Então eu tinha nessa eh nessas nessas 28 diretorias, eu tinha 24 organizações da sociedade civil com parcerias com a Secretaria Estadual de Educação. Aí eu fiz um cálculo, isso dava aproximadamente 8% das parcerias no ano de 2017, de todas as parcerias que o que a secretaria fazia no estado inteiro. Então 8% era um era um quantitativo eh significativo. Outra outra questão que me fez eh olhar para essa amostra intencional foi que em todas essas eh que haviam todas essas diretorias haviam ah parcerias com a PAI eh e havia estudantes com de eh e nessas parcerias eram atendidos estudantes com deficiência intelectual e deficiência múltipla e estudantes com teatra. transtorno do espectro autista. Além do que eu tinha que olhar se essas parceiras elas estavam nos 3s anos que eu ia fazer a análise, né? 2017, 18 e 19. Então, tudo certo, uma amostra intencional bem delimitada que me dava fôlego para fazer todas as análises que eu queria fazer. Na minha tese aqui é mais pra gente para ilustrar, para vocês verem como que eu quando eu quis buscar os dados da dos recursos financeiros, como que eu fazia o acesso na Secretaria da Fazenda, tá? Ah, então quando você eu abria o site da Secretaria da Fazenda, eu ia na página do acesso à informação, a da transparência e lá eu olhava então para essas consultas aqui de despesas e receitas, tá? Então aqui no caso a consulta, a consulta de despesas, eu usava que existem várias formas de você consultar e lógico que eu não descobri na primeira vez que eu entrei, eu tive que entrar, ficar olhando, buscando, descobrindo, né, dentro dessa contabilidade pública, como que eu ia encontrar os dados que eu queria. Então eu podia usar os dados livres, né? Hã, ia olhando ali, eu tinha que selecionando todos os itens, fazendo uma filtragem para que eu pudesse eh encontrar o que eu queria, tá? Isso é bem assim ilustrativo. Então, a depender das secretarias de educação ou secretarias de fazenda, nós vamos encontrar sites muito bem organizados, como este, mas vamos encontrar outros que você não tem as informações que você precisa. elas estão assim super escondidas, eh estão sendo demonstradas de forma eh que não, de verdade não tem transparência. Então, eh, é um um caminho aqui da Secretaria da Fazenda de São Paulo é muito bom, porque é um site muito bem organizado, que eu consigo, por exemplo, saber o até por meio de um CPF ou CNPJ, eu consigo saber se naquele ano a secretaria pagou um valor para uma pessoa ou para uma empresa. Aqui é uma continuação, então, né, como que uma outro tipo de pesquisa, então abrir a Secretaria de Educação, eh o de onde veio o dinheiro, né, do tesouro, da dotação inicial, que seriam as receitas aqui, no caso, tal, antes era as despesas, aqui são receitas. são todas eh para quem não nunca viu contabilidade na vida, né? São termos assim que às vezes a gente não não conhece muito bem. Ah, também aqui, né, no caso, eu poderia usar também uma consulta pré-formatada em que eu ah olhava, né, ia chamando. Então, as despesas de educação, elas estão, vou ler aqui de acordo com a setinha. Então, geralmente a gente pesquisa as despesas que foram liquidadas, porque aquelas que já foram pagas, não tão só lá eh previstas, mas já foram pagas. Elas são despesas correntes e não despesas de capital. elas estão dentro de outras despesas correntes. E aí a gente vai pro que a gente quer. Aqui, por exemplo, eu olhei paraas transferências para instituições privadas sem fins lucrativos e aqui embaixo aparecia o elemento da despesa, que seriam os termos de colaboração. Aí quando eu clicava em tudo isso, abria uma lista daquele ano que eu pesquisei de para quem eles pagaram termos de colaboração de todas as despesas. Aqui também, ó, é a continuação dali. Então, aí eu vejo tudo aparece por diretorias de ensino. Daí você pode ir abrindo cada diretoria de ensino e olhando para quem foram pagas. Ah, olhando, pegando todo tudo isso aí, eu ia baixando todos os dados em planilhas do Excel para depois organizar e analisar esses dados. OK? Então, por isso, por que que não tinha que ser uma pesquisa quant, né? Tinha que ser. Ah, aí só pra gente olhar, então, né? Eh, que esse esse quadro eh eu considero ele super bacana quando nós fazemos pesquisas. Quem fez pela primeira vez foi a minha colega que também tava pesquisando financiamento, a Vanessa em com junto com a minha orientadora, nossa orientadora, e eu utilizei o mesmo modelo porque eu considerei super importante, super bacana de se olhar. Então, eh como que eu sintetizei aqui, né, e coloquei na tese esse quadro, como que eu sintetizei tudo que eu busquei e por que eu busquei aqueles documentos. Então eu trou aqui a gente, as letras são pequenas de novo, desculpem-me. Aqui está a primeira pergunta, né? A primeira pergunta problematizadora. o objetivo específico que correspondia a ela. Aí o que como que eu organizei aqui? Quais informações eu precisava levantar para chegar, para responder essa pergunta, atender a esse objetivo específico. Então eu precisava, né, de de dos termos de colaboração. Eu eu precisava saber sobre os sobre as OSCs. precisava saber quais serviços eles prestavam, quais exigências eram eh o que se exigia pro credenciamento, quais as responsabilidades e obrigações que a Seduc eh e essas OSCs tinham quando assinavam aqueles termos. Eh, como lá no termo tá dizendo como que a a UFC tem que utilizar aquela verba, pagar profissional, eh eh recursos humanos e compra de alguns equipamentos, hã como que era a remuneração desses profissionais que trabalhavam ali, que recebiam por esses por essas parcerias. E aí as fontes, né? Depois da terceira coluna, eu coloquei ali as fontes, então quais os documentos que eu fui encontrando que iam me respondendo a essas a esses dados, a essas interesses de pesquisa. E lá no final os dados, o que eu encontrei sinteticamente quando, né, que tudo isso aqui vai me responder aquele primeiro objetivo específico. E aqui nos na no outro quadro, a segunda pergunta, o segundo objetivo e a mesma fluência aqui, né? as informações que eu precisava levantar, em quais fontes eu levantei e quais dados ali eu consegui para poder responder os meus objetivos. Então, esse quadro ele dá uma visão quando agora ele tá pronto, né? Mas nós vamos fazendo ele, organizando o quadro conforme nós vamos pesquisando e ele nos vai mostrando o que tá faltando para eu responder os meus objetivos. É super eh didático, né, e organizador de um trabalho de pesquisa. Hã, até a parte da metodologia em si. Foi isso, né, que que eu fiz agora na continuidade, né, e na verdade concomitantemente, ah, nós vamos fazendo lá os nossos estudos para nossa fundamentação teórica. Então, na tese, eu tenho capítulos que vão trazer essas fundamentóricas, né? Então, eu tenho as políticas sociais e as parcerias com SCS, que eu estudei, direitos sociais, políticas públicas, privatização, terceirização, publicização, o marco regulatório das organizações da sociedade civil eh, também trouxe muito sobre o direito à educação e sobre em contraponto a filantropia. Então, quando eu eu eh financio instituições sem fins lucrativos, que se dizem filantrópicas, eu estou como dizendo: "Essas pessoas só merecem filantropia, elas não têm direito à educação como todos e todos os brasileiros têm", tá? Então, é essa a discussão que eu faço sobre o financiamento da educação. Então, eu olhei pro financiamento da educação básica e da educação especial, eh, olhando para a vinculação de recursos, o FUNDEF, o FUNDEB, o salário educação, a assistência técnica financeira da União. Então, eh, não vou falar muito sobre financiamento aqui, que é uma aula à parte, eh, mas hoje nós temos, né, a partir do FUNDEF, a, ã, meu, a minha tese, eh, como eu só defendi em 2022, ainda coloquei lá, sei lá, uma notinha lá no final sobre o FUNDEB permanente de 2020, mas o FUNDEB é o grande financiador da educação básica. básica no Brasil. O salário educação ele vai financiar hã vários programas, como o programa de alimentação escolar, o programa do livro didático, o programa dinheiro direto na escola, que são programas aí que estão ligados à assistência técnica e financeira da União, que que é a parte da União que nessa nesse nessa oferta colaborativa entre entes federados. A educação especial, o outro item foi a educação especial no estado de São Paulo, que eu trago, né, um panorama econômico, social e educacional do estado. falo sobre as ações na rede estadual de São Paulo e sobre as parcerias com as organizações da sociedade civil, que antes que já acontecem como um fator histórico mesmo, assim como acontece no Brasil todo. E aí nós chegamos aos resultados e discussões. Então, a CEDUC São Paulo, as parcerias comc sem fins lucrativos em foco, que seria aí o os o meu capítulo, né, de de resultados e discussões. Então, para responder aquele nosso aquela nossa primeira pergunta, nosso primeiro objetivo específico, eu fui olhar paraa minuta padrão do termo de colaboração e para os planos de trabalho que a que estão junto, né? estão ali. É, é um documento que é anexado ao termo de colaboração, em que as OSCs trazem informações sobre quem elas vão atender, quantos, quantas pessoas serão atendidas, quais são os projetos que eles vão vão oferecer, quais são os profissionais que estão trabalhando nesse projeto, como eles são remunerados e tudo mais. Então, eu caracterizei as 24s parceiras da grande São Paulo, todas filantrópicas, 16 eram a paz e três mantinham convênio municipal, além do de convênio estadual também, né? Os alunos atendidos. Então, ah, o projeto quando eles, eh, a assinam o plano de trabalho, eh, o plano de trabalho ele, ele coloca, divide os atendidos em dois projetos, um projeto que atende deficiência intelectual e deficiência múltipla e um projeto que atende pessoas com autismo. E então na época eram 2652 no projeto de defesa intelectual nessas 24, né, oss com autismo. Hoje o número já é muito diferente porque estão diminuindo os estudantes, esses atendidos com deficiência intelectual e múltipla e aumentando o número de atendidos com o autismo. Aí vocês vão dizer: "Ah, mas porque aumentado as os diagnósticos de autismo, né, e tal, tal". Mas depois eu vou contar por lá na frente. Ah, lá nesses documentos também vão vai dizer que 80% do valor do convênio tem que ser utilizado pelo menos 80% para o pagamento de pessoal, de despesas de pessoal. Então, eu avaliei, eu analisei que dos eh os valores recebidos foram usados, 93% foram usados para essa remuneração de de profissionais. Foram R.243.000 nesses 3 anos. Eh, hã, esse valor tá corrigido para hã, eu acho que eu não me lembro agora, mas eu acho que é para final de 2020 ou 21, não lembro, gente. Acho que lá na frente vai ter o valor. E a remuneração e e esse valor remunerou 405 profissionais, 393 eram da área pedagógica, majoritariamente professoras e professores. Hã, por e o que sobrou ali, né, dos 400, dos 393 para 405, havia uma OSC que utilizou o dinheiro para pagar pagar para remunerar profissionais da saúde e da assistência social, o que era errado, porque dizia-se muito claramente lá no no termo de colaboração, que a remuneração tinha que ser para os profissionais que eh trabalhassem, né, eh, para o para como que é para o objeto do termo. Qual o objeto do termo? educação. Então, profissionais de saúde e assistências sociais não deveriam ser remunerados com esse valor. Aí vamos pra parte do do dinheiro. Hã, eu busquei a composição das fontes de receitas no período de 17 a 19. Ah, aí então agora eu já sei te dizer para vocês, esses valores foram corrigidos pelo IPCA de 2019, tá? Então eu não atualizei os dados, eles estão como estavam, como estão na minha tese. Ah, quando eu olho aqui, eh, como que eu vou explicar para vocês? Aqui são as receitas. Então, como eh eh nos anos, nos três anos, como que essa receita ela foi composta, tá? eh a receita da educação como um todo, que chegou aqui, vocês vêm os valores, 3 bilhões 930 milhões, eh, em 2017, em 2019 eu tinha um valor menor, 2 bilhões 800 milhões. Então, a nossa, é muito dinheiro para educação. Eh, e eu acho que eu falei uma coisa errada, deixa eu me corrigir. Aqui são as fontes que compuseram a as despesas que foram ah pagas para a educação especial, tá bom? Não, as despesas gerais de educação, que é muito mais, desculpem-me. Eh, então eu vou falar só dessa fonte, né? a fonte um, que são as receitas orçamentárias. Eh, não, na verdade, deixa eu ver onde que vem mais dinheiro. Da fonte cinco. A a fonte cinco, que são as receitas orçamentárias correntes, tá? Eh, nessa fonte vem o dinheiro do salário educação e alguma alguns outros valores aí junto com eles. Mas eh prioritariamente a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo na época utilizava o dinheiro, né, os recursos do salário educação para pagar serviços de terceiros. Era isso que acontecia na época, tá? Hã, nesse outro gráfico, a gente tem a composição das liquidações de despesas com a subfunção 367, educação especial, por fonte de recursos. Então aquele valor que nós tínhamos grandão lá, né, aqui ele tá por fonte de valor, só que um valor, um número menor. Então eu tenho que as despesas de educação especial elas utilizavam, né, fontes aí do dos recursos vinculados federais à fonte 05, que é aqui no gráfico é o azul com bolinhas. em alguns anos usou essa do verdinho listadinho, que era o tesouro, dotação inicial e crédito suplementar, mas majoritariamente eram utilizados, né, esses recursos federais que, como eu falei, aqueles que vem do salário educação, hã, as despesas vi liquidadas nessa subfunção por grupo de despesas. Então, que que eu fiz? Eu organizei as despesas em três grupos. as despesas com serviços de terceiro, pessoas jurídicas que estão em azul, as despesas com equipamentos e material permanente, material de consumo, que estão em amarelinho, e as despesas de exercícios anteriores, que está em vermelho. Ah, vocês vem que as despesas que nós conseguimos identificar são, em sua maioria, despesas com serviços de terceiros pessoa jurídica, tá? Isso quer dizer que o estado de São Paulo só utiliza esse valor para financiar a educação especial? Não, ele paga os professores e professoras das salas de recursos, ele paga, tem despesas outras lá que elas estão agregadas com as despesas da educa do ensino fundamental, do ensino médio, do com as outras despesas. Então, nós não conseguimos identificar todas as despesas. aqui estão, só que a gente consegue identificar aqui lá no na subfunção 367. Já estamos quase terminando. Aí olhando, né, pros termos de colaboração das 24 SCs, elas nos 3s anos, né? Então eu tenho valores aí de 19.600.000 19.800.000 19.100.000 que foram valores pagos para essas três, para essas 24s nesses 3 anos. Aí eu queria hã eh eu queria ver se esses valores que eram que estavam sendo pagos per capita para esses estud essas pessoas atendidas nessas instituições estava era maior ou menor do que o os valores do FUNDEB na época. Ah, o valor per capta que a secretaria pagava para um atendido com deficiência intelectual ou múltipla durante um ano era de R$ 3.800 aqui corrigido, e com TEA de R$ 14.689 R$89 num ano. Ao passo que um estudante como com como com deficiência que está na rede pública do estado de São Paulo na época, ela ela ele recebia do ã no estado de São Paulo R$ 4.78 R$ 78. E o valor FUNDEB lá para aqueles estados que que recebiam complemento recebia R$ 3.749, né? Então, o valor per capita que a secretaria pagava para essas instituições, que fazendo uma média era de R$ 5.691, R$ 691 era maior do que o valor que os estudantes da rede, Eí aqui eu tô falando daquele estudante eh dos primeiros anos do ensino fundamental hã na em escola pública eh urbana. Pagava 21% a mais. E se a gente olhar para um estado que precisa de complementação, pagava 34% a mais, tá? Então, eh, as essas escolas, né, essas instituições, elas estavam recebendo mais do que, né, a o valor que um estudante numa escola pública. Tendo isso em vista, nós consideramos, né, no primeiro que nós defendemos que o dinheiro público deve ser destinado ao financiamento da educação. Ah, deve prover ações para a manutenção e o desenvolvimento do ensino público e não ir para instituições privadas, mesmo que sem fins lucrativos. E nós constatamos que há uma força política dessas OSCs que consegue exercer forte influência na área da educação especial e assim garantir a manutenção dessas parcerias públicoprivadas. Inclusive elas contam esses recursos financeiros para subsidiar para sua manutenção, né, para ela se manter como instituição. Apesar da SEDUC, né, mover ações em prol da inclusão escolar, ela não adere totalmente à perspectiva inclusiva, né, pois ela propaga em seus documentos oficiais e de orientações à rede a possibilidade de que alguns e algumas alunas e alunos não conseguem se adequar às classes comuns e, portanto, podem ser encaminhados para classes e escolas especiais. Hã, essas constatações nos permitem afirmar que a CEDUC tem muito a investir nos âmbitos político, econômico e pedagógico para oferecer a cidadãs uma política de educação especial na perspectiva da educação inclusiva, posto que parte de suas ações em relação à educação especial ainda estão baseadas no modelo denominado integração e o atendimento orientado pela visão médico-psicológica. Aí, só pra gente complementar, nós tivemos aí nesse percurso, apesar de parecer maravilhoso, dificuldades metodológicas também, né, como publicização, disponibilidade de documentos em portais governamentais, por exemplo, documentos relativos às parcerias que não estavam não estavam publicados, como os documentos entos de eh prestação de contas dessas OSCs não estão sendo publicados. Tem vários documentos que a a a sociedade civil precisa monitorar e acompanhar e que não são publicados. A partir de 2019, nós tivemos muitas dificuldades com os sites governamentais federais, porque de repente sumia tudo desses sites, a gente não encontrava nada. Eh, a gente sabe, né, 2019, governo de quem era e virou uma confusão. Então, algumas coisas a gente tinha que salvar rapidamente, buscar por outros caminhos para poder encontrar informações sobre as despesas com educação especial liquidadas pela CEDUC. Nós temos um sistema de informações sobre orçamentos públicos em educação, o SIOP, onde os estados, né, e as os as os municípios enviam eh docum documentos que vão descrever, né, vão vão est lá demonstrando todas as despesas e receitas na área da educação. Eh, só que esses documentos eles não trazem eh uma informações que sejam precisas paraa gente poder utilizar em algum tipo, em alguns tipos de pesquisa, no caso da minha eram insuficientes. Por isso nós usamos, né, a Secretaria da Fazenda. E como eu falei, muitas das despesas elas estão agregadas no na educação infantil, no ensino fundamental, nas despesas do ensino médio. E nós não conseguimos olhar para isso. por exemplo, quantos professores de educação especial eh eh qual a remuneração desses professores e quanto se se dispende de despesas com o pagamento desses profissionais durante um ano? A gente não consegue saber. A nas sinopses estatísticas da educação básica, faltam informações da educação especial. Muitas informações nós não conseguimos cruzar. para poder, né, ter eh informações aí mais precisas sobre essa esse nosso público. E a sistematização das informações nos planos de trabalhos das OSCs eram muito diferentes. Então, algumas tinham informações que estavam completas, outros planos não estavam. Eh, inclusive depois de 2019 houve uma mudança nesses planos de trabalho, mas eu já olhei, continua assim com informações faltantes. Então, não existe aí uma cobrança muito muito forte em cima dessas instituições para que elas eh deem informações corretas, apresentem a apresentem eh eh documentos que vão dizer: "Ah, eu utilizei o o dinheiro para isso, o recurso para isso ou para aquilo". Ah, ainda tá muito a quem do que nós gostaríamos que estivesse. Algumas referências e eu agradeço a atenção e tô estou à disposição aí para as perguntas. Obrigada, Márcia. Muito obrigada mesmo. A sua pesquisa, ela é muito interessante, foi um trabalho bem cuidadoso e necessário, né, sobre financiamento da educação especial, no caso do estado de São Paulo, da cidade de São Paulo. Eh, eu tô apressionada aqui com a sua didática na apresentação, passo metodológico. não conhecia a sua pesquisa. Eu também nunca tinha visto assim eh uma apresentação sua e acredito que os estudantes tenham gostado bastante porque você fala do passo a passo metodológico, da pesquisa documental, né? E é o que eles têm muita dúvida, né, relação à metodologia, o como fazer, né, como fazer a pesquisa. E você foi brilhante assim, muito obrigada por ter aceitado, tá? A gente tem algumas perguntas aqui no chat, mas pesquisador, o que nos move são as perguntas, então as dúvidas são sempre muito bem-vindas. Verdade. Aqui, ó, o Ai, perdi. O Guilherme, ele pergunta assim, eh, acho que o Janta vai projetar, se estiver faltando alguma coisa de emergência dentro dessa escola, o financiamento que essas escolas recebem, dá para restabelecer o que tá faltando ou sempre falta recursos financeiros para ajudar? Hã, então quando eh tem que falar de financiamento de uma forma geral, né? Por quando nós falamos vai, eu falei o financiamento hoje, né, da educação básica, é prioritário, quase que total pelo FUNDEB, OK? O FUNDEB é uma receita. Essa receita quando ela ela volta pro paraas redes de ensino pelo número de matrículas, tem fatores de ponderação. Ou seja, assim, lembra que eu falei o estudante da educação básica dos primeiros anos, né, do ensino fundamental que estão em uma escola pública urbana, ele é o fator 1.0. O estudante da educação especial, ele vale 1.4, 40% a mais do que esse estudante da educação da do ensino fundamental primeiros anos, tá? Só pra gente ter uma ideia. Só que quando esse dinheiro volta, né? Então vai, eu tenho 1000 estudantes em uma rede. C 50 deles são estudantes com deficiência, frequentam salas de recurso, então eles recebem dois FUNDEBS porque são duas matrículas. Então, vamos dizer assim, vamos falar que é uma é uma rede que só tem ensino fundamental um, não tem nem creche. Vamos cortar só pra gente fazer uma uma conta geral. Então eu teria que receber, né, esses relativo a 100 estudantes mais os 40% aí, né, 80% do dos dos 50 estudantes com def público da educação especial. Só que o que acontece? E quando esse valor vem paraa Secretaria de Educação, ele não vem marcado, ele não tá escrito ali, né? Ó, tantos por é do estudante com público da educação especial, tanto por é do da educação infantil. Não, o gestor educacional lá na Secretaria de Educação, se tiver, né, ele vai usar conforme as suas prioridades, sendo que 80 70%, desculpa, 70% do FUNDEB é para remuneração dos profissionais da educação, é para ser usado para isso. só os 30% que sobra que vai ser usado para pras outras despesas que essa secretaria tem. Então agora lá dentro da escola, como que o dinheiro chega? por meio da Secretaria de Educação ou pelo dinheiro direto, pelo programa Dinheiro Direto na escola, que é universalizado e todos os anos o FNDE envia esse valor de acordo com as matrículas, tem todo lá um cálculo e vai direto lá para uma conta e a comunidade escolar resolve o que vai utilizar com esse dinheiro. Então, se eu tenho uma emergência dentro da escola, a depender se eu tenho esse dinheiro do PDDE, tem algumas prefeituras, né, algumas secretarias de educação e algumas secretarias de estado que tem um tipo de um PDDE também, um programa ali municipal que envia dinheiro para essas emergências ali dentro da escola também, né? Então não precisa, vai, quebrou uma torneira. Ai, não vou ter que ligar lá na Secretaria de Educação, mandar chamar dois ou três lá encanadores para fazer o orçamento. Não, eu já o diretor já conhece o encanador lá de de confiança. Ele tem lá o dinheiro no caixa e ele chama o encarnador e o encarador conserta com esses dinheiros aí que que que são mandados extraordinariamente. Agora, como um todo, né, a Secretaria de Educação, ela vai utilizar de acordo com os seus processos, com de acordo com a sua gestão. Respondido, Márcia. A gente tem mais uma pergunta. é da Érica. Ela fala assim: "Professora Márcia, a sua pesquisa comprovou que a PPP sai mais caro na educação especial. Então, a manutenção dessas PPPs está também associada ao paradigma assistencialista. É, no meu caso aqui, caso do estado de São Paulo, sim, né, a parceria público-privada sai mais cara, né? Eh, mas eu não posso dizer que em todo lugar acontece isso, porque quando a as secretarias de educação elas fazem essas parcerias, elas fazem do jeito que elas querem. É certo que essas organizações, principalmente as APAIs, que tem federações estaduais e e a federação nacional, elas conhecem a legislação, sabem do FUNDEB, sabem quanto vale um estudante da educação especial e elas vão impor, elas vão ficar forçando para que esse valor seja sempre muito próximo do valor. valor do FUNDEB, porque elas acham que elas têm direito, já que elas ofertam o serviço. Com certeza está no paradigma assistencialista. Essas instituições são segregadoras, né, ofertam eh educação especial substitutiva e assim é uma força política muito grande dessas instituições que que para manutenção. E existe aí, né, como nós falamos, né, a filantropia que fica sempre falando com as famílias, falando com a população em geral, de que esse serviço é importante, de que ah, porque esses, né, fala, usando o capacitismo para para ofertar esse tipo de serviço e a manutenção, né, desses serviços. Vou começar a pesquisar aqui no Rio de Janeiro, na Baixada. Vamos ver como que vai ser o resultado. Érica, se quiser participar, tô aceitando voluntários no grupo de pesquisa. Ai, que beleza, Márcia. Eh, tem muitos elogios aqui no chat. A sua pesquisa é uma pesquisa de fôlego, né, bem detalhada, um trabalho bem cuidadoso e bastante trabalho, né? foi bastante. Eu agradeço assim imensamente o seu aceite, a sua disponibilidade de tempo. A gente tava lá no evento do PIBID, né? Você tava ainda dando aula no evento do PIBID, está aqui com a gente, tirando um tempinho, né? Eh, tão tempo tão precioso para estar aqui com a gente. Muito obrigada mesmo, tá? Tenho certeza que os alunos a adoraram. Eu vou ver, hum, depois ter um feedback quando eles me entregarem os portfólios, tá bom? Quero. Ah, que bacana. É, eu que agradeço pela oportunidade, que é sempre muito gostoso falar do que a gente gosta, né? E eu sou encantada por pesquisar financiamento. Sou encantada. e olhar, né, para o quanto eh às vezes a gente ouve, né, na mídia, né, ah, principalmente quando se escuta o resultado do PISA, por exemplo, ah, porque o Brasil gasta muito em educação, investe muito em educação, mas não consegue notas, né? Os estudantes não conseguem lá, igual a Dinamarca, igual não sei quem, né? Mas isso é uma falácia, né? Por quando eu olho o quanto esses países investem em educação e o e o a quantidade de estudantes que eles têm nas redes deles, ao passo que a nossa educação pública atende quantos milhões, né, de estudantes. Então, nós precisamos ainda de muito, muitos recursos para que a nossa qualidade, né, para que a qualidade da educação pública em nosso país seja realmente adequada, né, uma um financiamento adequado para que alcancemos mais qualidade. Então isso é muito importante. eu e e olhar, né? Eu tenho acho que um desejo aqui é a gente mais adiante fazer formações com gestores para que a gente da educação especial olhe para como que nós queremos, que nós precisamos, que esses estudantes precisam, que a sala de recurso precisa, o que o trabalho colaborativo precisa, né? Que hoje olhando lá os trabalhos do PIBID, né? o o quanto, né, que uma sala de recursos precisa, né, para que de recurso financeiro, para que ela se mantenha, para que tenha jogos, tenha recursos, tenha tecnologia assistiva, para que esses estudantes tenham tecnologia assistiva na sala de aula, que possam levar para casa para fazer seus trabalhos, né, um um tablet, uma máquina braile, tantas, né, tantas coisas que esses estudantes precisam e que precisa de financiamento público, né, que o professor João Henrique enfatizou lá no no final na mesa, né? Não adianta nós querermos qualidade sem recurso financeiro, isso não existe. Então nós temos que todo dia lembrar que recurso financeiro é importante e correr atrás e e lutar por isso. Ah, isso aí, Márcia, faço das suas palavras as minhas. Muito obrigada. Tá bom. Eh, convido você se quiser assistir a próxima aula pública, live que a gente vai ter agora com a professora Renata agora às 20 horas. Convido a todos no chat, tá bom? Muito obrigada. Obrigada, aos bastidores, aos intérpretes Vitória e Daniel pelo acessibilidade comunicacional. E é isso, gente. Obrigada, Márcia. Tchau. Obrigada, gente. Cadê minha mão? Ne.

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